domingo, 14 de agosto de 2011

Economistas confessam o seu fracasso

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Economia mundial entrou numa "fase nova e perigosa"
Jornal de Notícias. 13-08-11.

A economia mundial entrou numa "fase nova e perigosa" e os países da zona do euro têm de reagir rapidamente, alertou, este sábado, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.

"Estamos no início de uma tempestade nova e diferente, esta não é a mesma crise de 2008 (...) Nas últimas duas semanas, passamos de uma recuperação difícil - com um bom crescimento nos países emergentes e em alguns países como a Austrália, mas muito mais hesitante em países mais desenvolvidos - para uma fase nova e mais perigosa", disse Robert Zoellick, numa entrevista publicada pela revista semanal "The Weekend Australian".

Segundo o responsável, a crise na zona euro "pode ser o maior desafio" para a economia global, que exorta os países europeus a tomarem medidas o mais rapidamente possível. "A lição de 2008 é que quanto mais esperarmos, mais rigorosas são as medidas", considerou.

Apesar de a maioria dos países desenvolvidos já ter usado todas as políticas fiscais e monetárias de modo "tão flexível quanto possível", tal revelou-se insuficiente, pelo que Robert Zoellick sugere que deveria ser adoptado um regime mais rigoroso.

O presidente do Banco Mundial incentivou o primeiro-ministro britânico, David Cameron, a manter, apesar dos motins, as medidas de austeridade anunciadas nos últimos meses, já que são "realmente necessárias".

Este responsável sublinhou ainda que estão em andamento as mudanças no equilíbrio do mundo. O poder e influência estão a mudar "muito rapidamente" para as economias emergentes, num movimento liderado pela China.

NOTA: Nisto tudo, qual tem sido o papel dos «sábios» economistas ocidenatsis? Qual a razão de não terem evitado as sucessivas crise? Quem os impediu de contribuir para uma melhor gestão económica?
Porque não tem sido ensinada nas universidades ocidentais a metodologia que está a levar os Estados emergentes a progredirem de forma tão rápida?

Algo merece ser submetido a profundas reformas. É altura de os gestores não se submeterem de forma tão servil aos políticos e grandes capitalistas que apenas pensam no seu lucro e nada se interessam pela pessoa humana.


Vivemos numa época de servilismo, de corrupção de ambição descontrolada por dinheiro. Os políticos submetem-se aos donos do dinheiro e procuram não lhes desagradar, os jornalistas seguem na mesma peugada, os economistas criam as teorias de que eles gostam.

Isto parece levar a crer que os economistas se comportam como cegos guiados pelo cão dono do dinheiro, criam teorias favoráveis ao patrão, sem verem os perigos para onde levam a humanidade, não conseguem evitar as crises e, agora, gritam em desespero ao verem que estão a surgir outros patrões que não os vão aceitar como lacaios, porque têm sido apoiados por técnicos competentes e eficazes.

São incapazes de pensar no bem das pessoas, pois estas só lhes servem como consumidores, mão de obra explorada e pagadores de impostos.

Os sinais de esperança que nos trazem são meras fantasias que só existem na cabeça de lunáticos e utópicos. Mudam as moscas mas o cheiro é cada vez pior. A humanidade terá em breve o fim que tiveram os dinossauros, embora por causas diferentes.
Terá também interesse em ver o artigo Os reis vão nus

Imagem do Google

4 comentários:

André Miguel disse...

Caro João,
Nestas coisas eu sou mais pragmático. Não culpo os Economistas, pois vivem de previsões e modelos teóricos demasiado voláteis.
A meu ver a culpa e quem falhou mesmo foram os Gestores desde mundo fora. É nas secretárias das empresas e nas práticas de gestão destas que se desenha a economia. É aquilo que "eu" faço enquanto gestor que influencia o mundo onde a empresa se insere. Há décadas que os grandes teóricos das Gestão afirmam isto! Não mudaremos o estado do mundo sem alterarmos os modelos e práticas de gestão actuais.

A. João Soares disse...

Caro André Miguel,

É essa a minha percepção, por crer muito na acção, no ter os pés no chão e conhecer o ambiente circundante.

Os economistas são teóricos que aparecem a vender a banha da cobra sem, muitas vezes, sem saberem bem do que falam e das implicações que isso poderá ter na vida prática quotidiana.
Mas depois vêm com palpites e com decisões, quando estão no poder, que travam as boas decisões dos bons gestores.
Oxalá passe a haver bom senso daqui para diante e que o relacionamento com os Estados Emergentes seja o mais profícuo para toda a humanidade.

Um abraço
João

Zé Povinho disse...

Gestores e economistas estão sempre ligados ao poder, ou então não encontram tribuna ou colocação, por isso dizem o que os poderosos querem ouvir.
Abraço do Zé

A. João Soares disse...

Caro Zé Povinho,

Deixo-lhe aqui um comentário que recebi por e-mail do meu amigo AMF,
que se refere à actual situação política nacional:

Caro Amigo,
Nunca tive ilusões sobre este novo Governo de coligação de direita, mais populista do que popular!... Para quando os cortes nas «gorduras» do Estado?!... Entretanto, vão sendo impostos sacrifícios sobre aqueles que menos podem, enquanto os mais poderosos (e mais ricos) continuam isentos dos custos da crise!...Até quando?!
Depois da crise económica-financeira, parece que a crise política está também instalada aí!... Assim sendo, quando a política falha, conforme consta dos compêndios de polemologia, «a guerra é a continuação da política por outros meios»!... E há guerras externas e guerras internas, tal como se verifica em muitos «focos de conflito» por esse mundo fora!... E, por cá, como será?!... Duvido do bom fundamento e dos bons propósitos do PM com apelos para se evitar «conflitualidade social» quando o seu Governo revela falta de sensibilidade social. A ver vamos, como diz o cego!!!
Abraço amigo,


Sobre a complexidade do mundo actual e das ficções dos «pensadores» que apoiam os governantes, sugiro a visita ao vídeo
Entrevista com Slavoj Žižek na Globonews - comentário sobre Lula foi censurado?

http://www.youtube.com/watch?v=qdkrKeRPpYg&feature=player_detailpage

Hoje não há regras aplicáveis para sempre. A constante mudança obriga a olhar com muita flexibilidade, desconfiança e curiosidade as realidades e pensar naquilo que as faz mover e para onde nos podem levar. E devemos procurar contribuir para dar uns toques no volante para evitar despistes calamitosos e conseguir a sobrevivência apesar da ganância dos abutres e também dos «bem intencionados» incompetentes.

Um abraço
João