Se o Strauss Khan tivesse tentado violar uma empregada de hotel portuguesa
A empregada dificilmente faria queixa, com medo de represálias, designadamente de ser despedida.
Se a empregada fosse destemida, estivesse farta do emprego e fizesse queixa na polícia, o mais provável é que o polícia lhe dissesse para ter juízo e não se meter com trutas e ela desistia da queixa.
Se o polícia fosse chanfrado e/ou completamente inexperiente e desse seguimento à queixa, o mais provável é que Strauss Khan já estivesse a meio caminho de Paris quando a polícia chegasse ao aeroporto para o interpelar.
Se, por um bambúrrio de sorte, a polícia o conseguisse prender antes de ele sair do país, o mais provável seria ele ser ouvido por um magistrado que lhe fixava termo de identidade e residência, sendo que ele, na primeira oportunidade, punha-se a milhas porque tem mais que fazer do que aturar juízes atacados por excessos de zelo.
Se, por alguma razão inexplicável, o velho Khan ficasse em prisão preventiva:
1. No dia seguinte o Público traria um artigo do Dr. Mário Soares verberando a sede de protagonismo de alguns senhores magistrados que não hesitam perante nada para dar nas vistas.
2. Marinho Pinto desdobrar-se-ia perante diversas estações de televisão clamando que os juízes declararam guerra aos políticos e agora já prendem quem nos dá o pãozinho com manteiga, in casu, qualquer coisa como 78 mil milhões de euros que o maluco do juiz está a pôr em perigo; é pior do que nos tempos da PIDE.
3. O ministro da justiça diria que não compreende como é que um homem acima de qualquer suspeita é preso por um juiz português apenas com base num depoimento de uma pessoa, mas que irá pedir ao Conselho Superior da Magistratura para instaurar um inquérito no sentido de se apurarem responsabilidades, designadamente disciplinares.
4. Os chefes dos grupos parlamentares do PS e PSD dariam conferências de imprensa em que a nota dominante seria a de que é muito complicado viver num país em que os senhores juízes pensam que são governo e parlamento, não sabendo fazer a distinção que se impõe na óptica da separação dos poderes (o CDS, o BE e o PCP não diriam nada, alegando que há que respeitar o segredo de justiça, mas nas entrelinhas e em "off" deixariam escapar que é incrível o estado de completa roda livre a que a magistratura chegou).
5. As várias Tvs fariam alguns inquéritos de rua em que alguns populares apareceriam dizendo que a estúpida da preta (não esquecer que a empregada vítima de tentativa de violação é negra) está mas é a ver se saca "algum" ao Strauss Khan, que toda a gente sabe que é milionário.
6. A presidência do conselho de ministros faria sair uma nota oficiosa indicando que mais uma vez se prova que se a oposição não tivesse irresponsavelmente inviabilizado o PEC IV, a reorganização judiciária já estaria em marcha, impossibilitando os protagonismos dos senhores juízes demasiado cheios de si próprios.
Azar dos azares: Strauss Khan não tentou violar nenhuma negra em Lisboa fê-lo em Nova Iorque.
Por isso ficou em prisão preventiva, tendo a juiz recusado a sua oferta de prestação de caução no valor de 1 milhão de dólares.
Moral da história: em países em que a justiça é mesmo a sério, convém não pisar o risco; nos outros, é o que se quiser, à fartazana.
NOTA: Texto de autor não identificado recebido por e-mail de remetente conhecido. Faz pensar nos nossos brandos costumes e na nossa crise de valores.
Imagem do Google
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Justiça Portuguesa e o caso Strauss-Khan !!!
Publicada por A. João Soares à(s) 06:46
Etiquetas: Democracia, justiça, justiça social, Lei
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Não são brandos costumes, é subserviência da justiça bem aproveitada pelos defensores dos grandes que encontram buracos em tudo que é lei.
Cumps
Esqueci-me de mencionar a opinião do MST que saiu logo em defesa do anjinho do DSK, como se a actuação da polícia dos EUA não fosse esta em casos idênticos. Acrescento que por motivos que não quero especular, MST considerou este crime de que é acusado o homem do FMI, é menos (muito menos) relevante que um homicídio.
Cumps
Como bem diz o Guardião, não são brandos costumes, é subserviência!
Quanto a mim o homem já deveria estar preso há muito mas era como presidente de uma organização mafiosa!
Um abraço e olhemos para os nossos
Caros Guardião e Rei dos Leitões,
Em países civilizados a lei é aplicável a todos os cidadãos. Tem havido notícias provenientes de países do Norte da Europa da América e da Ásia (Coreia do Sul, julgamentos dos ex-Presidentes Roh Tae-Woo e Chun Doo Hwan em Agosto de 1996) de condenações de políticos por actos ilegais no exercício do poder.
Mas por cá houve um Juiz que se deslocava de carro do Algarve para Lisboa a mais de 200Hm/h e apenas o motorista foi punido, outro que se deslocava com excesso de velocidade e causou um acidente num cruzamento da Avenida da Liberdade e apenso o motorista foi condenado pela Avenida, e agora há a notícia Procuradora que conduzia alcoolizada foi detida pela polícia e libertada por colega que mostra a irresponsabilidade e a inimputabilidade de pessoas situadas acima da média, porque são detentores de Poder!!!
Seria bom que o caso de Strauss-Khan fizesse meditar os nossos governantes, se tiverem capacidade para isso.
Abraços
João
Enviar um comentário