sábado, 7 de maio de 2011

A crise e seus autores

O TRUÃO

Quem topa bem o truão, é D. Manuel Martins, antigo bispo de Setúbal. Disse ele, numa entrevista à Antena 1:

«Vejo esta crise com muita apreensão, com muito desgosto, com alguma vergonha. Estou convicto que esta crise era evitável se à frente do país estivessem pessoas competentes, isentas, pessoas que não se considerassem responsáveis por clubes, mas que se considerassem responsáveis por todo um povo, cuja sorte depende muito deles. E eu fico muito irritado quando, por parte desses senhores, que nós escolhemos e a quem pagamos generosamente, vejo justificar que esta crise impensável por que estamos a passar, é resultante de uma crise mundial. Há pontas de verdade nesta justificação. Esta crise, embora agravada por situações internacionais, é uma crise que já podia ter sido debelado por nós há muito tempo, se nós não andássemos a estragar o dinheiro que precisávamos para o pão de cada dia», acrescentando que o povo português, que estava numa situação de desgosto, de medo, de gente perdida, está agora a deixar criar dentro de si um sentimento de raiva muito perigoso".

Para D. Manuel Martins, «estas situações, da maneira como estão a ser agravadas e, sobretudo, da maneira como estão a ser mal resolvidas, podem ser focos muito perigosos de um incêndio que em qualquer momento pode surgir e conduzir a uma confrontação e a uma desobediência civil generalizadas».

Sem papas na língua, continuou: «Mete-me uma raiva especial quando vejo o governo a justificar as suas políticas e as suas preocupações de manter e conservar e valorizar o estado social do país. Pois se há alguém que esteja a destruir o estado social do país, é o governo, com o que se passa a nível da saúde, a nível da educação, a nível da vida das famílias, dos impostos, dos remédios, mas que tem só atingido as pessoas menos capazes, enfim as pessoas que andam no chão, as pessoas que estão cada vez com mais dificuldades em viverem o dia-a-dia, precisamente por causa destas medidas do governo».

Depois, D. Manuel Martins ainda quis tocar numa das maiores chagas da governação socialista. «A política é uma arte nobre, mas o que nós vemos é a política depois incarnada em determinadas pessoas, cujo interesse é promoverem-se, e promoverem os parentes, e os amigos, e os parentes dos parentes, e os parentes dos amigos».

Caramba! Depois disto, se eu fosse socialista e tivesse um pingo de inteligência e vergonha na cara, nunca mais queria ouvir falar em Sócrates nem no Partido Socialista.

Publicada por Luis em Sempre Jovens

Truão: bobo, chocarreiro, palhaço, saltimbanco

4 comentários:

Unknown disse...

Eis algumas verdades envenenadas.
A culpa é dos socialistas,muito bem, muito artistico, muito facil envenenar oo sube consciente ao povo, ao povo que sofre, ao povo que paga impostos e se sente fragilizado, no entante esse senhor Bispo não conta a história toda, só implica com quem quer, com quem lhe faz alguma frente.
Estamos nesta crise é verdade mas é culpa de todos, é culpa dos politicos do povo, este porque tem vindo a confiar sempre nos mesmos ao longo da ultima "democracia" culpa nossa meus senhores.
se acabarmos com as mordumias, de sertos senhores isto compõe-se, acabem com todas as reformas a partir de mil euros, acabem com as intituições militares e essa cambada que se alimenta delas, (quantos generais, tem este país e por aí abaixo, estamos em guerra ou quê)
acabem com as mordomias dos antigos politicos, e porque não com as dos hatuais, trabalho para todos salário igual para todos, devolvam os subemarinos, (estes não foram os socialistas) e os carros de alta celindrada que qualquer secretário politico tem direito, deixem de importar porcarias do Oriente, e obriguem a que os que cá as vendem paguem impostos, imformem o povo que é preciso comprar Português, fechem as grandes soperficies,não trazem nada de util ao país, não produzem e acabaram com o pequeno comercio.
podemos regredir uns anitos é verdade mas logo nos compomos.

Luis disse...

Caro amigo João,
O anterior comentarista "campista selvagem" além de pouco culto pois o seu português está eivado de muitos erros parece ser um pouco sectário. É verdade que o povo português também é culpado nesta crise pois já devia ter acordado há mais tempo e não aceitar (des)governantes como os que temos tido nestes últimos anos e que segundo as últimas sondagens parece voltar a votar neles...
Mas baralhar mordomias , com carros de alta cilindrada, com fechos de grandes superfícies, com submarinos e com os militares é fazer uma salada russa que a nada leva de concreto! Era bom que este campista, que mostra indignação pelo momento que vivemos, fosse menos selvagem e procurasse comentar com mais rigor por forma a alinhar melhor as suas ideias.
Um abraço amigo e solidário.

Unknown disse...

Caro Luis, entendo a sua indignação, peço desculpa por não ter a sua cultura.
Espero no entanto que entenda que nem todos os Portugueses tiveram as suas mordomias,nem todos tiveram o seu salário, e quem sabe a sua reforma.
Bem sei que estou revoltado com muitas coisas, e nem todos devem levar pela mesma tabela.
No entanto não quero deixar de referir no alto da minha ignorancia, são preciso centenas de contribuintes para pagar as mordomias de uma certa sociédade que nunca contribueu com nada para o bem estar do povo.
Entendo a sua indignação, mas como refereu a "vossa" anterior lider que venham seis meses de ditadura para acabar com estas diferenças.
Lenbre-se o Salazar foi o unico politico que morreu pobre.
"VOLTO A PEDIR DESCULPA"

A. João Soares disse...

Carlos Campista e Luís,

Este espaço é livre, independente onde são recebidas todas as achegas que contribuam para reflectirmos sobre as várias facetas dos problemas. Cada um tem as suas ideias e a sua posição na sociedade ou na cultura e não será bom perdermo-nos em ataques pessoais.

Como diz o campista, Salazar morreu pobre, administrava o dinheiro público como se fosse seu, comedidamente, para evitar défice. Viveu e morreu sem se aproveitar do dinheiro público e deixou toneladas de ouro nos cofres do Banco de Portugal que foram desbaratados depois do 25 de Abril sem proveito para os portugueses comuns e viciaram os políticos posteriores ao luxo de Nababos e nas mordomias escandalosas como se fosse um clã de Ali Bábá, com imensamente mais de 40 «amigos».

Nas actuais medidas deviam ser tidas em conta as referidas em Onde se cortam as despesas públicas??? e em Dezenas de institutos públicos a extinguir e acabar com escândalos como o da Fundação Cidade de Guimarães.

Abraços
João
Sempre Jovens