Transcrição de artigo de Agenda Cascais 31, em que não foi aceite comentário por este ser reservado aos membros da equipa.
Ser Português! Para o bem e para o mal!
Tenho orgulho no passsado do povo a que pertenço mas alguma nostalgia pelo facto de sentir que Portugal, enquanto Nação, enfrenta nos tempos que correm algumas fragilidades e deficiências.
Mas gostaria de poder contribuir de forma empenhada para ajudar a mudar este rumo que teimamos em seguir.
Dito isto, passo a comentar a última coqueluche da Geração C Cascais, o vídeo que foi apresentado no encerramento das Conferencias do Estoril:
É bom ter orgulho no nosso passado.Indiscutível!
É bom reagir à crítica quando ela não é justa.Com veemência!
Mas é bom ter a humildade de reconhecer os erros que se cometem e a capacidade de arrepiar caminho procurando corrigir esses erros.
Com convicção, considero que a sobranceria, a arrogância, a agressividade, têm que ser usadas na medida certa sob pena de tendo razão, podermos aos olhos de todos perdê-la.
Este filme, na primeira abordagem, é uma lição mais ou menos correcta de história, e acima de tudo uma injecção de adrenalina no ego do povo português que tanto precisa de ânimo e de confiança.
Mas, à imagem do lider espiritual da Geração C, Carlos Carreiras, a mensagem descamba para a provocação fútil, para a arrogância e para a agressividade barata que não só nada resolve, como nos retira a réstia de razão que nos poderia assistir.
Os Finlandeses têm dúvida em emprestar uns patacos a Portugal? Tomem lá sopa de urso, que é para
Nós somos muito mais antigos, eles até usam uma bandeira que já foi nossa e para além de inúmeros exemplos da nossa grandiosidade passada, até lhes demos uns pares de sapatos e umas camisas de colarinhos coçados em 1940 o que os transforma em mal agradecidos!
Desculpem lá, geração C, Carlos Carreiras ou seja lá quem for que tenha sido o autor disto mas, com este tom, esta mensagem não é de certeza uma boa ajuda para os nossos objectivos nacionais!
Deixem-me ser um bocadinho Finlandês, só por momentos, para vos responder no mesmo tom. E vejam lá se não é tão agradável…
Nós os Finlandeses estávamos esfomeados em 1940 e foi importante a ajuda Portuguesa nessa altura. Mas construimos, a partir daí, um país solidário, com justiça social, com crescimento económico, com trabalho.
Não temos nenhuma estátua de um jogador negro moçambicano à porta dos nossos estádios, mas temos um telemóvel construído por nós no bolso de mais de metade dos portugueses.
Em contrapartida Portugal nos anos oitenta pediu empréstimos ao FMI, nos anos noventa e na primeira década do século XXI recebeu paletes de milhões de euros de ajudas da CE que supostamente deveriam ter sido aplicados a infraestruturar Portugal e a desenvolver a sua economia.
E o que temos hoje? Um país com auto-estradas com fartura, mas que em algumas delas passam carros de dez em dez minutos, um país que se propôs construir um TGV para poupar meia hora na viagem Lisboa Porto, um país que criou uma panóplia de incentivos ao não trabalho sob a capa de ajuda social, um país que se habituou a gastar mais do que produz como se isso fosse normal e sustentável, um país que despreza a justiça, um pais que alimenta uma classe política despesista sem exigência ou critério, um país que alimenta uma função pública nacional e local pouco produtiva.
Porque carga de água devem os Finlandeses aceitar, sem reservas, que as cigarras portuguesas voltem a usfruir dos bens que as formigas finlandesas ajudaram a criar?
Precisamos de ajuda.
Por nossa culpa.
Não por culpa dos Finlandeses mas dos Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Pedro Santana Lopes e o nosso “dilecto” actual primeiro ministro José Socrates.
Todos, embora com responsabilidades diferentes, deixaram a sua impressão digital no regabofe que este país se transformou.
Proponho uma alternativa para este diferendo com os Finlandeses e que poderia ser personificado por Carlos Carreiras, dando o exemplo de arrepiar caminho no tal regabofe, propondo-se acabar com as agências que criou no universo CMC e assegurando por essa via a exemplar redução de 15% dos custos com pessoal naquela câmara.
Eu Finlandês considerava um sinal de juizo e contenção na despesa pública que Portugal precisa, eu Português começava a creditar que é possível refundar Portugal…
Publicado por Lixa nº 5
NOTA: O comentário que pretendia deixar é:
Não importa o número da lixa!!!
Está aqui uma crítica muito positiva, muito construtiva para dar um bom acabamento na escultura de recuperação da nossa imagem perante nós próprios e perante o exterior. Essa escultura não deve tardar a ser erigida como resultado e estímulo das energias nacionais remanescentes.
Parabéns por este texto muito patriótico.
3 comentários:
O meu comentário a este vídeo, amigo João Soares, é muito reduzido, caso contrário daria um autêntico texto.
Independentemente dum orgulho que, muito sinceramente, está muito magoado em mim, achei-o desajustado do seu claro objetivo. Mais ainda, achei-o em perfeito contraste com o silêncio que o respeito pela posição da Finlândia mereceria dos Portugueses. E mais ainda se mo permite, João Soares, não foi nele aplicado o princípio moral de "dar com a mão direita sem que a esquerda se aperceba". Achei isso de muito baixo nível. Mas, tanto quanto tenho vindo a observar, Portugal está cheio de orgulhosos do passado enquanto estão a arruinar o presente.
Quanto à resposta dos Finlandeses, foi assim como quem veio com uma toalhita com água e sabão lavar a cara da mediocridade.
- Orgulho-me do que de bom Portugal fez em prol de muita coisa.
- Orgulho-me dos que continuam a tudo fazer para que Portugal seja visto com admiração, mesmo que esses estejam a fazê-lo fora do seu País, esse País cujos governantes não os apoiam.
Etc. e muito mais, se pudesse ...
Um abraço.
Amiga Mizita
Compreendo o seu estado de espírito ao escrever este comentário. À sua frase
Portugal está cheio de orgulhosos do passado enquanto estão a arruinar o presente. acrescentaria e a comprometer seriamente o futuro dos jovens de hoje e das gerações vindouras. Não é fácil prever como será a vida dos portugueses nas próxima décadas.
Quando refere a falta de estímulo dado aos emigrantes, recordo que o desenvolvimento de Portugal deveu-se muito aos que foram para a índia de de lá enviaram as especiarias, ao Brasil e trouxeram oiro, a Angola e trouxeram os diamantes. Depois houve os emigrantes para a Europa e para as Américas, mas esses estão a deixar de enviar as poupanças, por terem perdido a confiança em Portugal e estão a investir por lá e nas offshore. Os próprios capitalistas que exploram o povo investem no estrangeiro. Não é por acaso que Sócrates comprou dois apartamentos de luxo num dos locais mais caros de Lisboa, um para ele outro para a mãe, e foram pagos a pronto por conta em offshore.
O que nos espera? Nem imaginamos. Veremos o resultado das próximas eleições.
Beijos
João
Sempre Jovens
Muito sinceramente, não me admiraria absolutamente nada se Socrates fosse reeleito. Anda muita gente cega em Portugal e isso nota-se bem, até em pequenas coisas. Bem Haja os que não esmorecem e continuam a lutar para que as coisas melhorem.
Bom fds.
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