No último verão, ouvi na TV um emigrante que estava de férias e que falou da sua vida da Austrália, onde é construtor civil. Tinha pensado regressar a Portugal mas ficou desiludido ao ver a burocracia, «empatocracia», que demora imenso tempo a obter uma licença, por mais simples que seja.
Lá, consegue-se a licença em menos de um mês, as obras decorrem sem paragens e são fiscalizadas com frequência havendo a máxima garantia de qualidade em todos os pormenores.
Cá realmente, aquilo que ele disse, veio agora a ser confirmado por MACÁRIO CORREIA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE FARO, como diz a notícia Macário ameaça chefias com despedimento em que se vê que «mandou abrir quatro processos disciplinares aos funcionários que "enrolam" as decisões, empatam e metem os documentos na gaveta e promete que não vai ficar por aqui.»
Disse que «detectou 3000 documentos pendentes, há cerca de dois anos» e que deparou «com quatro situações de escandalosa e manifesta incompetência - uma pessoa que vai quatro vezes à Loja do Cidadão para despachar uma certidão".
Merece ser divulgada esta acção moralizadora deste autarca. A burocracia gera corrupção, dá origem aos «robalos» oferecidos para abreviar um processo, o presente para retirar os papéis da gaveta onde esperavam essa atenção do interessado. Para que haja corrupção, convém manter a burocracia, que só traz benefício para o funcionário corrupto e grave inconveniente para a vida dos cidadãos, para a economia nacional. Por isso, tem que haver entidades honestas que acabem com as demoras desnecessárias dos processos, e actuem disciplinarmente sobre quem «enrolar» os papéis.
Bem haja Macário! Oxalá, o seu exemplo seja seguido por todos os organismos públicos. Os portugueses agradecem, sem ser preciso «robalos».
Imagem do Público
A Decisão do TEDH (394)
Há 2 horas
1 comentário:
Obrigado pela divulgação, é sem dúvida uma excelente notícia.
Ainda há esperança! Que este exemplo seja seguido por muitos.
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