A crise pode ter sido provocada por um vírus importado, mas encontrou aqui um caldo de cultura propício ao seu desenvolvimento que beneficiou de benefícios usufruídos por alguns que continuaram a beneficiar e causou danos graves a outros.
Apesar das declaradas intenções de reduzir a dívida - o que inclui o défice e as despesas - continua incólume o demasiado e escandaloso compadrio como foi citado por um candidato a deputado que disse que cada pessoa de uma lista de 20 tem em média 50 empregos desde cargos de administração até conselhos fiscais. Por outro lado o número de reformados do sector público que ganham pensões superiores a 2500 euros - o dobro do valor médio pago a todos os ex-funcionários - explodiu na última década. Também é alarmante que o contingente de aposentados com 4000 ou mais euros engordou 400%.
Os detentores do Poder e muitos analistas têm mostrado necessidade de mudar de óculos, a fim de poderem ver com nitidez a realidade. Têm as mentes de tal forma deturpadas que apenas conseguem ver e pensar em dinheiro - défice e dívida – e esquecem que deviam pensar nos portugueses, colocando a tónica na redução d as despesas, em vez de sacarem descaradamente os cêntimos das pessoas, e de se gabarem que, com isso, o défice está ser reduzido. É imperioso que não demorem a descer ao mundo real.
O saque aos portugueses vê-se na subida extraordinária do IRS e IRC, na descida da Despesa na Saúde, com a redução da massa salarial, das comparticipações de medicamentos e do corte na despesa hospitalar, no agravamento do desemprego e aumento da precariedade, nas reduções de salários e pensões, etc.
Todas estas medidas representam a penalização do povo, exigindo sacrifícios a quem menos tem e menos pode, levadas a cabo para suprir a má governação, os abusos na utilização do dinheiro público em benefício do bando que vive à custa do erário público, das decisões insensatas, de obras públicas sem necessidade nem urgência, etc.
Há muitas despesas a evitar no que podem ser seguidos exemplos de outros países bem governados, no que a Espanha já deu um passo.
Uma crise bem gerida pode servir para moralizar a vida individual e social, Pode ser um obstáculo que ao ser vencido cria músculo e estímulo para uma nova vida mais racional, e eficaz, nos aspectos essenciais e eliminar atitudes e comportamentos nocivos ou de menor interesse. É bom que se pense em moralizar o regime tornando-o mais propício ao desenvolvimento de Portugal e à felicidade dos portugueses.
AJS, Maio 2011
Imagem do Google
sábado, 21 de maio de 2011
Crise não é para todos
Publicada por A. João Soares à(s) 11:13
Etiquetas: competência, crise, sensatez, sentido de Estado
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Caríssimo Amigo João,
Este post revela bem como estamos a viver. No debate ontem sócrates não soube responder quando se falou dos resultados tão propalados por ele antes do mesmo. Pois esses resultados ficaram a dever-se a aumento de impostos e retirada de benefícios e não à diminuição dos gastos pois esses até aumentaram... Continua num "Faz-de-Conta" paranóico!
Um abraço amigo e solidário.
Caro Amigo Luís,
Infelizmente, chegámos a um ponto em que a mudança de pessoas no Poder pouco resolve porque o sistema está avariado e os vícios e manhas estão a dominar todos os seus agentes.
E uma mudança do sistema não pode ser conseguida em tempo útil. Terá que haver uma acção popular que obrigue a iniciar uma nova etapa, para bem de Portugal.
Parece que a geração à rasca tomou uma iniciativa tão positiva que está a ser utilizada em Espanha, mas infelizmente, cá não passou dum fogacho de fantasia, própria da nossa lassidão de costumes e apatia ou cobardia.
Onde estão os jovens herdeiros dos heróis de Aljubarrota? ou do 1º de Dezembro de 1640?
Abraço
João
Enviar um comentário