Neste espaço tenho procurado ter sempre em vista o interesse nacional e tudo o que o possa afectar positiva ou negativamente, evitando referir com pormenor casos concretos e isolados de interesses de partidos ou de pessoas. Focar palavras e actos com significado nacional, sem ferir minimamente pessoas, embora elas estejam por trás do pano de cena. Por outro lado, é frequente centrar a observação nos governantes por terem jurado cumprir com lealdade as suas funções, coisa que não é exigida à oposição, embora se espere dela que, com as suas críticas, sugestões e até com propostas formais, procure colaborar na melhor governação para benefício de Portugal.
Mas, neste momento, passa-se um facto já várias vezes, repetido no maior partido da oposição que, pelo seu significado e consequências no edifício partidário nacional, pelo seu enfraquecimento ou mesmo possível aniquilamento, pode acabar por lesar Portugal. Trata-se de uma força política que já foi um bloco unido e válido e que hoje, em vez de bloco basáltico, não passa de um monte de brita de granito, sem coesão, sem magnetismo que congregue todas as energias para o mesmo rumo. Tem falte de bússola. Nestes últimos anos o espectáculo tem sido degradante e os seus mentores ainda não aprenderam a lição.
Estão à procura de novo líder, sinal de mais uma confissão pública de que erraram na escolha que fizeram há bem pouco tempo. Mas esse erro já se tornou uma constante como referi, em 5 de Março de 2008, no post «Políticos ambiciosos e egoístas». Desde a saída de Durão Barroso, nenhum líder aqueceu o lugar. Santana Lopes foi afastado e foi eleito (supostamente o melhor!) Marques Mendes, mas pouco depois de se sentar na cadeira forças internas procuraram retirar-lhe o tapete. Não descansaram enquanto não o substituíram por Luís Filipe Menezes (supostamente desta vez escolheram o melhor!) que quase se não sentava na cadeira e a pouco tempo das legislativas, mandaram-no dar uma volta e elegeram (o que significa escolher o melhor!) Manuela Ferreira Leite que logo começou a ouvir palavras hostis dentro do partido numa altura em que este se devia mostrar de dureza e coesão basáltica, para enfrentar as eleições. O tal monte de brita não consegue tornar-se em bloco de rocha inquebrável!
Agora a fragmentação de opiniões e os interesses pessoais, egoístas, sem pensar no partido nem no País, manifesta-se com grande exuberância. De um lado há a manutenção dos vícios e manhas de que o partido, tal como toda a política nacional, enferma, querendo mais do mesmo e escolhendo um ex-líder que já passou pela provação de ter sido abatido depois de pouco tempo de cargo, quando foi substituído por Durão Barroso. De outro lado há um jovem bem intencionado, com vistas largas sem as manhas e os vícios da politiquice, sem ter ainda provado as tentações do enriquecimento ilícito e da corrupção, por isso com mais possibilidade para enfrentar os barões infecciosos que têm brincado às eleições internas para gozo pessoal e prejuízo do partido e do País.
Sem me prender com a cor de grupo do autor destas palavras “O PSD tem que olhar para a frente com esta perspectiva: se quer mais do mesmo e olhar para uma lógica de passado ou se quer apostar numa nova geração de ideias, de propostas e de pessoas”, julgo serem merecedoras de meditação e, por isso, as transcrevo.
Portugal precisa de substituir todos os políticos viciados no que de pior ameaça a nossa Democracia, como tem sido visto em vários processos judiciais mediáticos e operações de nomes sonantes. Para isso há que dar a vez a gente nova com mais capacidade para se orientar por escalas de valores éticos que têm sido ignorados, ou mesmo espezinhados torpemente.
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
4 comentários:
O PSD não sabe aproveitar os bons elementos que tem. Só dá tiros nos pés.
Porque não aproveitar o Passos Coelho?
E qual é o papel de Marcelo? Mais um empata...
Abraço
Compadre Alentejano
Caro Compadre,
Essa é a tese do Post. O marcelo é da velha guarda, gasta e cansada, cheia de vícios e de manhas. Foi aí que apareceu o Dias Loureiro, o Oliveira e Costa, o Isaltino e o Valentim Loureiro. Todos muito ricos apesar de virem de famílias pobres.
Quanto ao Marcelo, é um teórico. Já foi Presidente do PSD e foi corrido como os outros e não se percebe como tem lata de voltar, para ser novamente corrido ao fim de alguns meses como vem sendo uso. É um perdedor, como quando se candidatou à CML e na campanha eleitoral andou a nadar no Tejo sob as vistas da RTP, mas mesmo com esse espectáculo, perdeu.
Portugal está a precisar de uma «pandemia» que nos livre de todos os políticos viciados na corrupção e outras manhas e permita que entre gente nova sem manhas, e com respeito pela boa ética e boa moral.
Com os actuais, não se pode esperar pelo fim da corrupção, abusos do poder, arrogância, assessores às toneladas para acabar com o desemprego nas jotas e nas famílias dos políticos e suas amigas.
Um abraço e bom fim-de-semana
João
Meus queridos Amigos,
Nesta sociedade "canibalesca" em que todos se comem uns aos outros até isso se verifica nos partidos! Por todo o lado seja na política seja nas empresas, seja ainda no estado as pessoas não olham a meios para atingirem os seus fins.Não são construtivos e nessa "ganância" de vida tudo destroem!
Um bom fim-de-semana de reflexão!
Amigo Luís,
É significativo que nos argumentos nada se ouve voltado para os interesses nacionais, para o futuro de Portugal. Fala-se de ganhar as próximas eleições e desfazem-se os rivais. Um dos que mais falam não concorre para não deixar de usufruir os benefícios do tacho europeu que, como disse Elisa Ferreira, é bem pago e não exige trabalho.
Quem deles se atreve a falar de medidas para levantar o bom nome de Portugal?
Um abraço
João
Enviar um comentário