O artigo que a seguir se transcreve termina com uma frase que merece ser bem ponderada pelo actual Governo, pois a economia de recursos, a imagem de instituições que merecem ser dignificadas, prestigiadas e respeitadas, justificam que tudo seja feito para obter coerência de esforços com vista ao melhor resultado para a segurança e o bem-estar da população em geral.
Mãos sujas, alma limpa
JN. 091030. 00h07m. Manuel António Pina
Como sucede habitualmente quando, como agora, vêm a público os negócios sujos que, um pouco por todo o país, envolvem lixo e tratamento de resíduos, os envolvidos são quase sempre gente (empresários, autarcas, políticos…) lavada e educada, da do género que não entra em casa sem limpar cuidadosamente os pés.
O problema é não haver tapete de entrada onde se limpe a sujidade das mãos. De qualquer modo, quando os jornais conseguem enfim chegar à fala com eles, estão todos de consciência limpa. O lixo e o dinheiro são, com efeito, matérias com a singular propriedade de sujarem as mãos e raramente sujarem a consciência (e mais raramente ainda o cadastro, pelo menos entre nós, onde as leis penais e processuais penais lavam mais branco que em qualquer outra parte do mundo), de tal modo que o capítulo moral da democracia portuguesa que vier um dia a ser dedicado ao assunto não poderá deixar de levar o sugestivo título de "Mãos sujas, alma limpa". Não se percebe é que a PJ se dê a tanto trabalho para desvendar a "Face oculta" de tais negócios, se ela e o MP é que acabam sempre por sair sujos dos tribunais.
sábado, 31 de outubro de 2009
Justiça - PJ, MP e Tribunais
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