Passando pela construção do Freeport numa área sob protecção ambiental, pelo abate de sobreiros no Portucale e no Vale da Rosa e pela inacção e negligência demasiado notória na repetição frequente de poluições graves na Ribeira dos Milagres em Leiria, conclui-se que o combate à poluição, a defesa do ambiente e as medidas para evitar alterações climáticas não pagam dividendos aos governantes, isto é, não constam em «lugar ilegível» na sua lista de prioridades.
Segundo o Público de ontem « A Comissão de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres alertou hoje para a ocorrência de uma nova descarga poluente, durante a última madrugada, na Ribeira dos Milagres, no concelho de Leiria.» Nos últimos dias vinham já elementos daquela Comissão vinham alertando elementos da Associação de Suinicultores de Leiria para “alterações na água da Ribeira, que apontavam para a ocorrência de pequenas descargas”.
É difícil compreender este desinteresse dos governos por este problema. Com efeito, os contribuintes pagam impostos; o povo tem votado nas eleições das autarquias e dos deputados; os resultados destas têm originado governos; estes têm tido ministros do Ambiente, da Justiça e da Administração Interna, todos eles supostamente interessados em manter uma ordem e legalidade democráticas. E, perante estes factores, fica-se perplexo sem saber a razão da incapacidade de acabar com estas agressões ao ambiente que se vêem prolongando durante vários anos.
E o mais caricato é que isto se passa quando o mundo está preocupado com o ambiente e as alterações climáticas com ele relacionadas, e quando em Portugal está posto em marcha um movimento de cidadãos para «limpar Portugal», função que devia ser desempenhada pelas autoridades eleitas. Qual é, afinal, o papel que os governantes julgam ter em relação a este assunto?
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
2 comentários:
Caro amigo A. João Soares
Desculpe ter eleminado o comentário anterior mas reparei que tinha alguns erros. Repreduzo-o com as devidas correcções.
O que se tem passado e continua a acontecer na "Ribeira dos Milagres" é a imagem da incompetência, no mínimo cumplicidade, dum governo que tristemente e incompreensivelmente para o ambiente (propriedade de todos)tem como timoneiro um ex ministro do ambiente.
Deixou e continua a deixar uma vergonhosa "pégada ecológica" na Serra da Arrábida, pedreiras cada vez maiores permitidas e estimuladas pelo governo em reserva Natural, nos aterros "malditos" pelas populações e ambiente, (aterro do Oeste,Cadaval e outros). Destruição permanente da biodiversidade, (portucale)etc.
Quanto ao Movimento Cívico e de Cidadania "Limpar Portugal" se não for acarinhado pelas autoridades no poder e políticos, será a prova que se estão "marimbando" para as populações, para o seu contributo voluntário e acima de tudo para a sustentabilidade ambiental e qualidade de vida do povo que os elegeu e dizem defender.
Um abraço
Carlos Rebola
26 de Outubro de 2009 12:43
Caro Carlos Rebola,
Isto já vem de trás. Os políticos só decidem sob pressão. Por isso, é indispensável que a população manifeste o seu desacordo com o lassismo, o desleixo, e exija medidas sensatas e eficientes.
Através de cartas aos jornais e dos blogs devemos fazer a máxima pressão para dar força ao ministro.
Um abraço
João
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