Madrid está a levar muito a sério a hipótese de o grupo independentista basco, ETA, ter uma base em território nacional. A vinda a Lisboa de Baltasar Garzón para discutir a equipa luso-espanhola que vai investigar a presença da ETA em Portugal vem confirmar a posição de Espanha. Este juiz espanhol, que ganhou fama internacional com o mandado de detenção contra o ditador chileno Augusto Pinochet, possui vasta experiência no combate ao terrorismo, tanto basco como de origem islamita. A imprensa diz que esta cooperação poderá favorecer o lado português, menos habituado a estes desafios.
Não há muito tempo que as polícias inglesas pressionavam as portuguesas nas pesquisas sobre o desaparecimento de uma criança de entre muitas outras a quem não foi dedicado um milésimo do esforço que esta mereceu, devido a essas pressões britânicas.
Estas duas ingerências em assuntos internos portugueses com o argumento de que se trata de uma ajuda para suprir deficiência nacionais, faz recordar o conceito que entre muitas outras coisas aprendi nos escritos e nas conferências de Adriano Nogueira já aqui citado. Refiro-me ao conceito de «estado exíguo». Parece que somos considerados um mini Estado sem capacidade para fazer face a todas as suas obrigações.
Será esta ingerência espanhola um primeiro passo para concretizar a profecia de José Saramago acerca do Iberismo? Nada acontece por acaso, e no blog Mentira há um post que antecipa esta visão preocupante que deve fazer dar voltas no túmulo a Afonso Henriques, Nuno Álvares Pereira e João IV.
Sobre este tema, são muito eloquentes as seguintes notícias de hoje:
A união luso-espanhola contra a ameaça da ETA
Baltasar Garzón quer vir a Portugal investigar ETA
SIS assegura não haver sinais de instalação da ETA no país
A Necrose do Frelimo
Há 4 horas
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