sábado, 25 de agosto de 2007

Governo despreza as Forças Armadas

Segundo notícia de hoje, o almirante Sabino Guerreiro, novo Comandante Operacional dos Açores, admitiu que o atraso na construção de novos navios para reequipar a Marinha prejudica a manutenção do actual dispositivo militar naval.

Falando no final de uma audiência com o presidente do Governo açoriano, na ilha de São Miguel, lembrou que os actuais navios estão muito usados e requerem uma boa manutenção para não pôr em perigo a segurança dos militares a bordo. Segundo ele, só restam 11 dos 20 navios ao serviço da Marinha em toda a área marítima nacional, alguns com bastante idade, pelo que não é possível ter mais do que uma corveta em permanência no arquipélago.

Esta notícia torna mais evidente o desprezo que os Governos têm tido pelas Forças Armadas,esquecendo que se trata de um braço da soberania nacional. Desde a carência de meios em quantidade adequada à obsolescência dos esquipamentos existentes, passando pelas condições de remuneração e apoio social e de saúde às pessoas que nelas servem, tudo mostra o fraco ou ausente sentido de Estado dos governantes. Se analisarmos a idade média das viaturas dos ministérios e as comprarmos com as os dos equipamentos militares – fragatas, carros de combate, aviões de caça, mísseis, etc. - chegaremos a conclusões muito significativas da inconsciência dos políticos. Querem militares a sacrificar-se devotadamente em espírito de escravatura, para serem avaliados, interna e internacionalmente, como se dispusessem de condições materiais semelhantes às dos parceiro da NATO.

Entretanto apareceu a notícia de um segundo indício de que a ETA se movimenta com muito à vontade no nosso País. O primeiro foi na ponte do Guadiana no Algarve e agora foi a utilização num atentado de uma viatura portuguesa alugada no Porto. Parece procurar apoios territoriais, o que não lhe será difícil depois da desertificação de largas áreas no interior, onde em vez de criar incentivos para fixar os residentes e atrair outros, o Governo está a afugentar toda a alma viva, fechando apoios de saúde, de ensino, de justiça, etc.

Oxalá não venha a concretizar-se o receio de o «Mentiroso» expresso nos blogs Mentira e Democacia em Portugal . É que, se as coisas se complicam, não será a GNR que poderá fazer face à ameaça e, com umas Força Armadas tão carenciadas de meios e de pessoal motivado, de pouco servirão. E o pessoal não pode sentir-se motivado se não tiver condições para actuar dignamente. Não estará disposto ao suicídio colectivo, como sugere o Sr. Almirante quando afirma que sem bom material e com boa manutenção seria «pôr em perigo a segurança dos militares a bordo».

1 comentário:

A. João Soares disse...

A segunda parte do tema deste post tem muita actualidade, sendo aconselhável a leitura dos seguintes artigos de jornais de 26 de Agosto
Antiterrorismo da Judiciária procura a ETA no Norte
PJ e GNR intensificam buscas no Sul do Alentejo e Algarve
Casos Telletxea e GAL abalaram relações
Oxalá não ocorra a actuação do militares espanhóis contra possíveis refúgios em Portugal e que daí não ocorram vítimas dos chamados «efeitos colaterais» ou de «fogo amigo». A história, nestas questões, não deixa lugar a optimismos.