Notícia datada de dia 13 cita Alegre, candidato a PR e Chefe Supremo das Forças Armadas a acusar “O Presidente [da República] tem feito deslocações, visitas aos seus bastiões eleitorais, inclusivamente em sítios onde, segundo me disseram, vão recrutar crianças às escolas com bandeirinhas, como em tempos que deviam estar no passado”.
Notícia do dia seguinte informa que «O director da campanha de Manuel Alegre, Duarte Cordeiro, desvalorizou hoje as acusações do candidato apoiado pelo PS e BE. Segundo Cordeiro, as declarações do escritor, proferidas após a inauguração da sede de campanha em Lisboa, foram “em sentido metafórico”: “O que o candidato queria dizer era que há iniciativas cénicas num momento difícil, obviamente, numa perspectiva de montar cenários”.
De um poeta aceitam-se fantasias, metáforas, imaginações oníricas e outros artifícios que valorizam e dão cor às suas obras literárias. Mas de um candidato a PR seria de esperar rigor e verdade e não constatar que o que diz são metáforas. Como saberemos quando fala com verdade e convicção? Como saberemos quando fala das realidades nacionais e não das suas fantasias poéticas e metafóricas? Como saberemos que na sua mente já está ultrapassada a fase da propaganda «metafórica» da Rádio Argel? Estas incertezas não beneficiam o valor do candidato, segundo a apreciação das pessoas que ultrapassam o âmbito da propaganda ilusória e vão até ao fundo da avaliação das capacidades para o cargo a que se propõe.
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