Apesar das promessas e afirmações bombásticas de propagandistas alheios às realidades do País, chegam, de origem oficial, informações dramáticas que denunciam um estado catastrófico na vida de cerca de metade dos cidadãos. Segundo o artigo do JN «504 096», o relatório apresentado, há uns dias, pelo Conselho Nacional de Educação indica que mais de meio milhão de crianças (504.096) são abrangidas pela Acção Social Escolar. Isto significa que estas crianças, que correspondem a quase metade das crianças portuguesas que frequentam as nossas escolas, dependem do apoio financeiro do Estado para comprar livros e material escolar. E dependem das cantinas escolares para comer. Numa palavra, são 504 096 crianças pobres. O facto de representarem quase metade das crianças das escolas faz meditar na dimensão da catástrofe social existente, apesar de tantas palavras falsamente optimistas de governantes.
Outro aspecto que contradiz a propaganda sobre a obrigatoriedade do ensino até ao 12º ano, é que apenas 30% dos alunos chegam ao 12º ano.
O estado de penúria da população também se torna visível nos cerca de 460 mil portugueses que passam fome ou, eufemisticamente,"sérias perturbações no acesso a alimentos", na linguagem técnica do nosso Instituto Nacional de Estatística; ficámos também a saber que cerca de 2,14 milhões de portugueses são pobres ou segundo o INE, em "privação material".
No entanto, no momento da elaboração do OE, esse problema é esquecido e, entretanto, enterra-se no BPN o que faltava para somar 5000 milhões de euros saídos do bolso dos contribuintes e passa-se ao lado, sem as fechar, das torneiras de saída de dinheiro público sem utilidade nem racionalidade aparente como ficou dito em Onde se cortam as despesas públicas??? e em Dezenas de institutos públicos a extinguir.
Mas a Comunicação Social continua a encher espaço e tempo com o espectáculo tosco de pugilismo feito por actores que não querem machucar-se, como se deduz de OE. Haja sentido de Estado.
Com este panorama, indícios e sintomas, é preciso ter muita fé para augurarmos melhores dias!!!
Imagem da Net
O almirante e o medo
Há 47 minutos
4 comentários:
Só não vê quem quer ser cego, porque basta olhar em redor para constatar o aumento da miséria.
Cumps
Caro Guardião,
Os de cima não querem ver. Não lhes interessa ver. Os de baixo são lorpas.
«Tudo para poucos e nada para o resto». É o lema dos nossos políticos, banqueiros e grandes empresários. Eles vivem acima das nossa possibilidades.
E a nossa capacidade de pagar impostos está esgotada. Oxalá «o resto», nós todos, saibamos tomar a devida atitude.
Mas o povo vive orgulhoso de ter uns exploradores sanguessugas de alto nível. Continua a votar neles, naqueles que têm muita experiência de nos roubarem e levarem o País à bancarrota !!!!!
Brevemente vão ter oportunidade de votar num candidato sem os vícios da politiquice que nos arruinou, mas parece que os lorpas, que só pagam, vão escolher um que já mostrou ser conivente, cúmplice, com esta porcaria e nada fez para evitar a crise, para lhe atenuar os efeitos e para reiniciar o desenvolvimento. Com isso o que é que esperam para os nossos netos?????
Um abraço
João
Saúde e Alimentação
Pobreza envergonhada, caro João.
É muito triste, é revoltante.
Algo que também aqui, com todas as taxas de crescimento brutais, existe.
Um abraço
Caro Pedro Coimbra,
As soluções nem sempre são fáceia, mas o mais revoltante é os responsáveis ao mais alto nível teimarem em ignorar a situação de grande parte da população, e insistirem em discursos de fantasia a afirmar riqueza e optimismo no desenvolvimento.
Como acordá-los? O povo mais sofredor tem que acumular coragem e atirar-se à solução.
Um abraço
João
Do Miradouro
Enviar um comentário