Os avanços e recuos, as hesitações, o deixar andar, as medidas avulsas desinseridas de uma orientação estratégica, as inverdades arrogantes para criar ilusões, retiram credibilidade a entidades que deviam estar acima de qualquer suspeita e merecer a confiança e o respeito dos cidadãos.
Há dias na AR, apesar do pano de fundo dever ser a crise que asfixia a maior parte dos portugueses, assistiu-se a troca de «galhardetes» entre líderes políticos, sem conteúdo e com tom e linguagem que têm que ser muito burilados para atingirem o nível das discussões entre vendedeiras de peixe na praça do Bulhão. Ou se esqueceram de que a televisão estava a transmitir em directo ou então têm mesmo falta de chá.
Quanto a este tema, o recente artigo no JN de Honório Novo começa com o seguinte: «Na entrevista à RTP, Sócrates garantiu que em 2011 não serão precisas mais medidas de austeridade; preparemo-nos pois, que o mais certo é vir a caminho o PEC IV! De facto, a confiança na palavra de Sócrates atingiu níveis tão baixos que o melhor é pensar no contrário do que o homem disser.»
Também Nuno Saraiva disse no seu artigo do DN: « A minha avó Luísa, com a sabedoria popular de quem anda por cá há mais de 90 anos, dizia esta semana, a propósito das medidas de austeridade anunciadas pelo primeiro-ministro: "Mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo."»
E o ex-Presidente Jorge Sampaio disse: «“Há desenvolvimentos extremamente positivos. Mas temo que cresça o fosso entre os decisores e os cidadãos em geral. Isso é muito mau para a coesão social que o país tem de ter, a única maneira de poder avançar por entre as vicissitudes da globalização. E, por outro lado, uma vida política e democrática ainda muito pouco participada...Estamos a cair num desinteresse e numa modorra que é relativamente difícil. E sobretudo temos de combater a falta de esperança”,
Estas opiniões vêm ao encontro daquilo que ficou escrito no post «Esperança»
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