segunda-feira, 8 de março de 2010

Pobreza no feminino

Hoje, dia internacional da mulher, é oportuno trazer para aqui o seguinte texto, por transcrição:

Como conciliar família e emprego?
Jornal de Notícias 8 de Março de 2010, por Leonor Paiva Watson

A pobreza no feminino - tema de Março neste Ano Europeu - é preocupante. Mulheres sozinhas com os filhos ou idosas enfrentam riscos acrescidos. Medidas que conciliem trabalho e família, e programas locais de apoios sociais podem ser decisivos.

Não será de mais recordar que a taxa de pobreza para as famílias monoparentais portuguesas - e 90% são encabeçadas por mulheres - é de 39%; e que para as mulheres com 65 anos ou mais é de 24%, mais cinco pontos percentuais que nos homens.

Uma mulher com filhos pequenos ou grávida, por exemplo, dificilmente arranja emprego. Basicamente, não é possível falar de pobreza no feminino sem perceber que as possibilidades de entrada no mercado de trabalho são determinadas pelos modelos de vida familiar. Se à mulher cabe o trabalho doméstico e a tarefa de cuidar, não terá tanta disponibilidade laboral. Mas tudo isto poderia ser contornado.

"Devem ser criados mecanismos de conciliação da vida familiar com o emprego. As empresas poderiam adoptar um sistema de banco de horas. A mulher teria que trabalhar um certo número de horas por semana, mas poderia gerir esse tempo como bem entendesse, por forma a poder assistir à família. Ou, então, adoptar-se um regime compensatório: a mulher ausenta-se sempre que preciso, mas compensa em outra altura, não prejudicando nem a família, nem o trabalho", avançou o economista Luís Bento.

Importante seria também que as empresas tivessem creches, "geridas pelas juntas de freguesia e pelas associações de empresas", defendeu. "As associações patronais continuam alheias a isto. A Associação de Jovens Empresários deveria dar o exemplo", acrescentou. Por fim, relativamente, ainda, às mulheres mais novas, "deveria ser crime público despedir uma grávida", sugeriu.

Relativamente às mais idosas, em que o risco de pobreza é profundo, "as autarquias deveriam investir em programas de apoio social. Era menos meia dúzia de rotundas. Há autarquias que apoiam bastante os mais desfavorecidos. Deveria generalizar-se", concluiu.

2 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Óptima postagem no Dia Mundial da Mulher, pois nem tudo são rosas! Há que divulgar estas situações para que se possam corrigir.
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Amigo Luís,

É isso. Não gosto criticar só para dizer mal. Gosto de apontar pistas possíveis para a procura de soluções. E aqui o texto indica soluções possíveis, para as grávidas, as mães e as idosas.

Um abraço
João