Começa a levantar-se um coro bem audível em defesa do ressurgimento do respeito pelos valores morais e éticos e, neste espaço foram publicados entre outros, recentemente o post Ressuscitar os valores éticos e, em relação á indisciplina e violência nas escolas, os Futuros cidadãos no Portugal de amanhã e Professores educadores.
Hoje, António Freitas Cruz publicou no Jornal de Notícias ao seguinte crónica que se transcreve na íntegra
Crise, sim: de valores
É porventura a palavra que mais anda na boca dos portugueses: crise disto e crise daquilo. Ora, crise há, sim, mas é de valores e de princípios - valores e princípios que, entre sorrisinhos, são associados ao conservadorismo de quem os invoca.
Mas princípios e valores que consubstanciam justamente o que nos falta hoje.
Por exemplo, a verdade.
Mente-se muito nos nossos dias. Sem pudor. Vergonhosamente. Descaradamente. Não se trata da pequena aldrabice de feira. Muito menos da mentira piedosa disfarçada de boa acção.
Não! Do que se trata é da mentira objectiva, destinada a obter um efeito desejado por meios desonestos. Meios ilícitos que se chamam fraude.
Dar exemplos é, infelizmente, a tarefa mais fácil deste tempo no espectáculo diário da mentira. Daí, de modo irresponsável e grotesco, a destruição da credibilidade das pessoas e das instituições, cuja principal obrigação é falar verdade - sejam quais forem as consequências.
Duas pequenas, mas expressivas, ilustrações.
Há menos de seis meses, tudo estava bem na economia, para Portugal eram boas as notícias: os portugueses foram a votos sem saberem que, pelo contrário, tudo estava mal e só havia más notícias.
Vem agora o Programa de (duvidosa) Estabilidade e (inexistente) Crescimento e todos os dias nos dizem que os impostos não aumentam. Mas vamos pagar mais.
É indispensável? No ponto a que nos conduziram, parece que sim. Então, porque mentem?
A Necrose do Frelimo
Há 5 horas
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