Em Cascais, há mais de dois anos, foi fechado o denominado parque de estacionamento da Praça de Touros, ao lado da Polícia, com portaria accionada por dois empregados em regime de turnos.
A Câmara permitiu que a empresa concessionada construísse a instalação para os porteiros a ocupar o passeio de lado a lado. Os peões têm de contornar a casota, pelo interior do parque ou pela faixa de rodagem o que, quando chove, implica molhar os sapatos por vezes até às meias.
O povo é sereno, obediente, apático e não partiu o «imóvel» de forma definitiva como seria moralmente justo, e a situação mantém-se.
Mas, há cerca de um mês, a empresa chegou á conclusão de que não era rentável ter que pagar a duas pessoas, para nada fazerem porque não havia clientes. Neste momento as cancelas estão na vertical facultando a entrada gratuita a qualquer carro mas, mesmo assim, o parque continua vazio.
É altura de a Câmara devolver o passeio aos peões mandando demolir aquele mamarracho inútil que prejudica quem se desloque pelo passeio e que reconstrua este, porque será menos incómodo e mais prático fazer a entrada para o parque a partir da via de acesso às moradias vizinhas. E deve ser guardado em memória, na Câmara, que se algum dia voltar a ser instalado o porteiro, não seja repetido o erro que ainda persiste e que é desnecessário, por ser mais adequado no arruamento referido.
Se é verdade que todo o mecanismo legal e jurídico funciona na prática contra os mais desfavorecidos e desprotegidos, é justo que as autarquias, que estão mais próximas dos cidadãos e melhor sentem as suas condições de vida, procurem evitar que sejam sempre os mesmos a servir de pião das nicas ou de mexilhão.
O regresso de Seguro
Há 12 minutos
10 comentários:
Caro João,
Com a letargia peculiar portuguesa a casota vai apodrecer ali...
Vais ver!!!! Mas tenho pena que assim seja...
Um abraço amigo.
Caro Luís,
Não apodrece porque é bem construída, no estilo de qualquer casa, embora de pequenas dimensões. Os autarcas não se poupam em despesas quando se trata de dinheiro dos contribuintes.
A solução eficiente tem que assentar na solução que apres4entaste ao publicares o Pensamento de Margaret Mead
"Nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas motivadas e comprometidas possa mudar o mundo. Na verdade é a única coisa que o faz."
Margaret Mead
(antropóloga americana, 1901 - 1978)
Tenho feito algo nesse sentido. Mas é preciso que muitos se unam, se organizem e deitem mãos à obra: com o blogue, os e-mails e os contactos pessoais é preciso não parar.
Um abraço
João
Nessas coisas entre peões e chapas pilotadas eu tenho sempre a minha máxima: os peões existiram primeiro!
Como europeus, embora eu seja pouco viajado, acho que nos distinguimos pelo desrespeito pelos peões! Em passeios, em passadeiras, em bermas, em trilhos, em travões!
Um abraço e a Terra aos Peões!
Os autarcas estão atentos na proximidade das eleições, após a eleição querem lá saber dos eleitores...
Têm outros "clientes" a satisfazer.
Cumps
Caro Pata Negra,
Pois é, está aí a explicação. Noutros tempos a antiguidade era um posto, os idosos eram alvo de respeito. Agora tudo o que não é moderno é obsoleto, cota, etc. Hoje são os automóveis donos de tudo. Repare que o passeio é para ter árvores, postes de electricidade, de telefones, sinalização, publicidade e até CARROS estacionados. A faixa de rodagem tem que estar limpa.
Um abraço
Do Mirante
Caro Guardião,
Talvez este caso seja resolvido depressa porque entre os bons clientes estão os construtores e, neste caso, são eles que têm que destruir a portaria, refazer os cortes do passeio e, mais tarde, se quiserem colocar nova portaria um pouco ao lado, será novamente negócio para os construtores.
Haja esperança.
Abraço
Do Mirante
Caro A. João Soares,
Claro exemplo de falta de respeito pelos cidadãos, neste caso concreto os que se deslocam a pé, e que infelizmente não é caso único. Resta a iniciativa de uma cada vez mais informada e participativa, sociedade civil, para denunciar e agir em conformidade pondo rapidamente cobro à situação.
Cumprimentos,
ALG
Caro ALG,
E o mais espantoso é que toda a gente, por mais uso que faça do carro, tem sempre por mais ou menos tempo a condição de peão. Mas há veneração pelo carro e desprezo pelos peões, certamente por pensarem naqueles que andam a pé por necessidade, por falta de poder de compra para terem carro.
Tenho caro e normalmente nºão o uso quando percorro pequenas distâncias, menos de 5km, e tenho tempo para ir a pé, e faço uso dos transportes públicos. Havendo estes, acho que o carro só deve ser utilizado para várias pessoas e não apenas para uma.
Enfim, há muitos aspectos nas áreas urbanas que mostram a falta de respeito pelas pessoas.
Um abraço e bom fim-de-semana
João Soares
Ilustre João Soares
Não acertam/mos uma.
Isto tinha uma solução:
Um grupo de residentes locais, durante a noite e com uns martelos, destruírem a obra de arte.
Radical, mas educativo.
Vale, que somos um país de carneiros. Como tantos.
Cumprimentos
BMonteiro
Caro BMonteiro,
País de carneiros ou de minhocas, sem coluna vertebral, de olhos fechados e vamos vivendo apaticamente com os «líderes» que merecemos. A culpa at
é pode não ser totalmente do eleito, mas da máquina que existe e que ele não tem coragem para substituir.
Repare no que aconteceu no NOVO HOSPITAL, inaugurado há cerca de uma semana, com pompa e circunstância, anunciado como sendo de NOVA GERAÇÃO e que já teve de encerrar uma parte por ficar alagada devido a um fuga de água!!!
Andamos a brincar com coisas sérias e ninguém responsabiliza ninguém.
Mas há mais. A Oeste desta «obra de arte» no lado oposto da praça de touros , depois demolida, construíram a rotunda da Senhora do Rosário, rodeada por um murete e um passeio exterior. O passeio só serviu para dar dinheiro ao construtor pois pela lei do trânsito nenhum peão o pode utilizar, nem o seu uso traria vantagem. O murete começou por ter mais de um metro de altura parecendo uma nova praça de touros para substituir a que iam demolir. Depois de rebocado e caiado, viram que era asneira até porque tirava visibilidade ao trânsito vindo de ouras ruas e era inestético. Cortaram a parte de cima, para ficar a uma altura aceitável (mas nem era preciso murete!) e tiveram que rebocar e pintar novamente, tudo custando dinheiro. Assim se destroem os poucos recursos de um País pobre!
Mas a a obra de maior «inteligência» foi transformarem um pequeno troço da avenida 25 de Abril em sentido único, obrigando quem circula no outro sentido a ir dar uma volta de cerca de 700 metros desnecessária, sem sentido, nem benefício.
São caprichos depois de noite de pesadelo que causam despesas ao erário e prejudicam a vida diária das pessoas. E todos criticam e lamentam os incómodos, mas ninguém usa uma miniatura da sé para tratar dos dentes ao responsável (no estilo Berlusconi).
É este o nosso País de bananas, ou de ovelhas ou de minhocas.
Um abraço
João
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