sábado, 20 de março de 2010

O desejável e o real

Para serem tomadas decisões eficazes, bem ajustadas às realidades, para dar solução aos problemas, nomeadamente, quando estes são complexos, com efeitos determinantes nas vidas de outros, é preciso ter os pés bem assentes no chão, ajustando o real ao desejável. Isto é, tem que se «pensar antes de decidir», tem que se medir as palavras para que valham mais do que o silêncio.

Há um mês, o Sr. PM disse, veio nos jornais, «confio muito em mim», o que embora ele o dissesse, não o aponta como um líder, pois este é a pessoa em quem os outros confiam, de tal forma que são capazes de o seguir, sem hesitações, correndo os maiores perigos e enfrentando o sacrifício máximo. Isto seria desejável, mas a realidade, o que as suas palavras traduziram não passou de um sentimento de debilidade, de uma tentação de se gabar hedonisticamente.

Agora, em entrevista publicada no Jornal de Notícias afirmou que a «Comissão de inquérito só serve para me atacar». Mais uma declaração de fragilidade: considera-se atacado, vítima de ‘bullying’. Certamente, algumas razões existirão para isso, mas o desejável seria que houvesse motivos para se regozijar de os portugueses o elogiarem, por verem nele um líder, terem por ele admiração, apreço, respeito, e vontade de o defender perante eventuais críticas ácidas.

Como homem público e responsável político, o seu real valor não assenta naquilo que diz de si próprio mas naquilo que os portugueses pensam e dizem acerca das suas decisões e actos governativos.

4 comentários:

Luis disse...

Caro João,
O DESEJÁVEL seria que Sócrates fosse de facto um líder... mas o REAL é que ele o não é!!!
Por se VITIMIZAR por um lado e por outro por se GABAR não o tornam naquilo que precisávamos para nos governar. O que acontece é que ele se mete em "embrulhadas" e não tem as qualidades que apregoa!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

É como dizes, mas sem coerência entrando em contradições No primeiro caso mostrou-se arrogante, vaidoso, com muita empáfia, sem mostrar fundamento para tal. No segundo vestiu a casaca de «queixinhas», medroso, vulnerável, com o complexo da perseguição.
Num caso e noutro evidenciou ter noção de que é uma nulidade com necessidade de truques para se tornar atractivo aos votos, mas com a noção no subconsciente de que não os merece.
Seria desejável que o PM de Portugal fosse uma pessoa muito diferente, um líder, capaz de formar uma equipa de pessoas honestas e preparadas para engrandecer Portugal, e capaz de chefiar tais pessoas de modo a trabalharem participativa e interactivamente.

Um abraço
João

Anónimo disse...

"a «Comissão de inquérito só serve para me atacar». Mais uma declaração de fragilidade"
Ia no final da frase (do PM),ocorria-me estar ali uma expressão/receio de criança.
Afinal, na linha da «fragilidade» referida pelo Soares.
Deve ser por alguma 'deformação' interpretativa nossa.
Ou uma certa forma comum de vermos as coisas.
A «imaturidade» de tantos (referindo-se aos deputados), referida por uma socióloga da nossa praça (Filomena Mónica).
Um abraço
BMonteiro

A. João Soares disse...

Caro B Monteiro,


É difícil conceber que os destinos dos portugueses estejam dependentes de gente tão pouco qualificada humanamente. Além da falta de experiência em actividades produtivas, honestas, que os tenham transformado am adultos válidos, estão poluídos com sentimentos e taras que os impedem de ser bons estadistas.
Portugal precisa de uma acção eficaz destinada a LIMPAR O PAÍS, como sugere o padre José Maia.

Um abraço
João