Portugal chegou a um estado patológico de tal gravidade que o clínico não pode dizer ao doente toda a verdade porque, com isso, pode provocar a morte por colapso súbito. Temos que continuar iludidos com mentiras piedosas que nos afundam cada vez mais no pântano pestilento já previsto por António Guterres quando abandonou a política nacional.
O facto mais recente que deve estimular as reflexões dos portugueses vem das palavras do PR referidas na notícia «Cavaco não acredita no desconhecimento do Governo sobre o negócio da PT/TVI» sobre a qual alinhavo as primeiras ideias que me surgiram de supetão
Aquilo que Cavaco Silva deixa de afirmar, aquilo em que acredita ou em que deixa de acreditar, o que «pensa que», tudo isso mostra que não estamos num País de transparência, de lei igual para todos, de responsabilidades dos detentores de cargos públicos, de Justiça equitativa, rápida e independente de outros poderes, enfim, de VERDADE.
Se o PR não acredita em muitas coisas, o povo também, por mais falta de informação não pode acreditar em ninguém. Os políticos chamam-se uns aos outros mentirosos e outras coisas piores, e eles conhecem-se bem. Nisso, o povo deve acreditar. Não são gente de confiança, a quem se possa comprar um carro usado.
Acredito no PR quando diz que “Não me esqueço que por trás da crise financeira internacional está a violação de regras éticas”. Realmente, a ética faz muita falta na gestão dos superiores interesses da Nação, dos portugueses. Faz falta na actividade de quem toma decisões que afectam os outros, os interesses públicos, os dinheiros sacados aos contribuintes, os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Mas não gostei de ler o que o PR disse “Serei sempre um referencial de estabilidade política” porque isso poderá traduzir-se por não se importar de estar a contribuir para a estagnação (Ver os posts «Estabilidade ou estagnação?» e «As peias do legalismo»)
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
6 comentários:
Caro João,
Uma vez mais apresentas reflexões muito oportunas que deviam ser ponderadas por quem devia ser responsável pela gestão do nosso País. Mas, infelizmente não são por que isso não lhes interessa...
Estão convencidos de que sabem tudo e, por outro lado não vão ao encontro dos seus interesses!!!
O PR devia já se ter afastado desse pântano e começado a ajudar na higienização do País, mas não o faz e assim fica conivente !!!
Um abraço amigo.
Quem cala consente...a verdade que retirei de todo o discurso do PR.
Apatia política pura!
Um abraço
Caro Luís,
Cada pessoa carrega os seus defeitos ao lado das suas virtudes. Não há perfeição absoluta. Não há formosa sem senão.
Para agir é preciso Pensar antes de decidir, mas a análise dos problemas não pode querer atingir a perfeição absoluta por que daí resulta a indecisão, a perda de oportunidade. Um míssil anti-míssil tem que ser disparado no segundo exacto, porque depois é inútil, apesar do seu elevado custo.
O PR tem demonstrado que é demasiado cauteloso e, sempre que pode fecha-se em tabus e outros truques banais que nada o prestigiam. Quando ganhou a presidência do PSD disse que foi por acaso. Por acaso tinha comparo um carro, por acaso nesse fim de semana foi fazer a rodagem, por acaso foi para os lados da Figueira da Foz e aí, quando foi tomar café encontrou por acaso um amigo do partido que o pressionou a ir ao Congresso, onde por acaso o pressionaram a aceitar a presidência...
Tudo isso passou, anos mais parte, pelo pedaço de pão de ló que meteu na boca para evitar responder a uma jornalista e quebrar o tabu.
No texto deste post estão links para dois posts cujos temas servem de capa a muita gente que não quer mostrar a face ou que pretende não enfrentar os problemas. A lei, a máquina jurídica servem de desculpa. Mas até isso que é artificial, obra do homem em datas determinadas pode ser alterado. A lei não é um obj3ectivo da política. O objectivo é a população, o seu bem-estar, conforto, segurança, saúde,educação, moral, ética, justiça.
Tudo o que serve a população pode ser melhorado com alterações nas leis e em tudo o que contribua para reforçar os interesses nacionais. O mal é que esses mecanismos criados pelos políticos servem para lhes (a eles) reforçar as possibilidades de abuso do poder para benefício próprio, dos familiares e dos amigos. Nos «casos» e «operações» recentes tem-se visto a qualidade moral e ética dos protegidos do poder, a indignidade com que se apresentam em público depois de se terem prestado a negociatas vergonhosas. E alguns acabam por pedirem a demissão mas levam uma indemnização (porque razão?) de muitos milhares de salários mínimos nacionais!!!
Interessa não esquecer o artigo de Joaquim Letria transcrito no post Como controlam tudo!!!, para ver como se recrutam candidatos aos serviços mais comprometedores e que receberão como recompensa futuros tachos, à semelhança daqueles que A. J Saraiva designou por deslumbrados.
E com esta «mão-de-obra» tão desqualificada, Portugal não pode construir obras de valor.
Um abraço
João
Cara Amiga Fê,
Essa «apatia política plural», contagiosa, infecciosa, endémica, corresponde ao espírito do post linkado no texto, Estabilidade ou estagnação? .
No fim eles estão interessados na estabilidade política do actual governo e outros tachos, e não d«no desenvolvimento do País.
Quando um indivíduo está junto de um precipício não se deve procurar estabilidade porque ao mínimo gesto cai no buraco. O que é preciso é que ele dê um passo atrás e meia-volta para depois se afastar do perigo. A estagnação combate-se com o movimento que deve ser orientado na melhor direcção e sentido. É preciso que alguém nos cargos de responsabilidade tenha capacidade e coragem para utilizar o volante e alterar a rota para o melhor itinerário.
Abraço
João
A presidência não pode limitar-se a dizer que é um garante da estabilidade, mas tem de o ser, tem que agir quando necessário e não estar à espera que haja uma moção de censura ou uma insurreição para depois se apresentar ao serviço.
Abraço do Zé
Caro Zé Povinho,
E como a Constituição é criação dos partidos, o PR pode reunir-se com os líderes e conversar sobre a alteração conveniente da Constituição, preparando poderes constituintes para a AR proceder aos convenientes ajustamentos. Ou mesmo eleger uma Assembleia Constituinte para fazer uma nova, com o essencial e aperfeiçoando as linhas que nos devem guiar para as próximas décadas.
As leis, quando são demasiado pormenorizadas permitem ser interpretadas como aprovando aquilo que mão consta nos actos proibidos. Há muuitos truques que facilitam as fugas dos mais poderosos com poder para se servirem dos melhores advogados, os qe têm mais poder de convicção dos juízes.
Um abraço
João
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