Sobre este tema recebi por e-mail do autor do livro «Guerra , Paz e fuzilamento dos guerrilheiros», Manuel Amaro Bernardo, com pedido de publicação, um comentário de Beja Santos e resposta do autor, já publicados num site. Esperam-se comentários de quem puder trazer mais achegas para o assunto. 30 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2318: Notas de leitura (4): Na apresentação de Guerra, Paz e Fuzilamento dos Guerreiros: Guiné 1970/80 (Virgínio Briote) 28 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2308: Notas de leitura (3): Guerra, Paz e Fuzilamento dos Guerreiros: Guiné, de Manuel Amaro Bernardo (Jorge Santos) 19 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P886: Terceiro e último grupo de ex-combatentes fuzilados (João Parreira) 31 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCXXII: Mais ex-combatentes fuzilados a seguir à independência (João Parreira) 27 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCCVI: O colaboracionismo sempre teve uma paga (6) (João Parreira) 23 de Maio de 2006 > Guiné 63/74 - DCCLXXXIV: Lista dos comandos africanos (1ª, 2ª e 3ª CCmds) executados pelo PAIGC (João Parreira) 6 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DCIX: Salazar Saliú Queta, degolado pelos homens do PAIGC em Canjadude (José Martins)
Guiné 63/74: Notas de leitura (5): Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros, de Manuel Amaro Bernardo ( Mário Beja Santos)
Artigo que o Mário Beja Santos nos enviou há quase quatro meses (já refilou e com toda a razão...), depois de ter lido o livro Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros, Guiné,1970/1980
A Ignomínia dos Comandos guineenses fuzilados
Beja Santos
Um relato descosido que não serve a História de dois países.
O coronel Manuel Amaro Bernardo, autor de vários livros onde se versam as nossas Forças Armadas, a descolonização, a guerra colonial e o período revolucionário que vivemos entre 1974 e 1975, afoitou-se agora a contar num trabalho que classifica “de natureza histórica”, a guerra da Guiné, o papel do marechal Spínola na evolução desses acontecimentos e o fuzilamento de Comandos guineenses que tinham servido nas tropas portuguesas (“Guerra, paz e fuzilamento dos guerreiros, Guiné, 1970-1980” (Prefácio 2007).
É raro encontrar um livro tão descosido, tão mal estruturado, ainda por cima contando com um acervo de depoimentos que podiam ter contribuído para iluminar e estabelecer um juízo fundamentado sobre um dos períodos mais conturbados da guerra que vivemos em África e as sequelas da transição para a independência.
Importa exemplificar.
Ao encetar o relato com António de Spínola em 1968, na Guiné, colocando-o como o promotor de um projecto que parecia levar a prazo aquela terra martirizada a uma autonomia gradual e à reconciliação de todos os guineenses, referindo seguidamente, sem lógica sequencial para explicar o papel dos Comandos, a inviabilidade da solução militar, a invasão de Conakry, o assassinato de Amílcar Cabral e o esforço de guerra desenvolvido em 1973, tudo se afunda num mar de equívocos e contradições. Como é que é possível lançar na ribalta Spínola, fazendo dele a grande esperança numa solução político-militar, sem descrever, pelo menos em termos gerais o que ele herdou, a ascensão e a consolidação do PAIGC dentro e fora do território da Guiné, e dar a conhecer a resposta das forças armadas portuguesas em 5 anos de sublevação?
Sim, que Guiné encontrou Spínola em 1968? Qual o sucesso de Cabral e os seus companheiros para mobilizar as populações? Porque é que se discute a contabilidade das populações dentro e fora de controlo quando hoje se sabe que uma grande parte das populações, por razões familiares, não podia radicalizar e viver num quadro de ruptura?
Há uma clara vontade do autor em transformar Spínola no protagonista maior, clarividente e imaculado, fazendo recair sobre Marcello Caetano a responsabilidade do desastre, por não ter encontrado uma decisão política adequada e oportuna.
Em termos de investigação histórica, compulsados os elementos disponíveis e sem perder de vista que se desconhecem ainda as propostas que Marcello Caetano terá mandado apresentar nas conversações secretas com o PAIGC que decorreram de 1973 para 1974, temos aqui um mar de equívocos e falácias, incompatíveis com quem se diz à procura do rigor e da objectividade. Spínola, que não pode aparecer dissociado do que foi anteriormente a luta entre 1963 e 1968, procurou uma solução militar e uma reorganização das populações que levassem a um claríssimo apoio ao seu projecto “Por uma Guiné melhor”. É escusado especular se trabalhou com o rasgo necessário e teve do seu lado a sorte indispensável. Até se pode contraditar: abandonou posições militares que provocaram um vácuo catastrófico; promoveu operações dispendiosas e inúteis, como a “Lança Afiada”, que acabaram por motivar a capacidade de guerrilha; não sensibilizou Lisboa para a constituição precoce de forças armadas regionais, isto quando na Guiné já havia forças de milícias e de caçadores nativos e depois companhias de caçadores, que deviam ter sido naturalmente organizações de quadrícula a sofrer um largo impulso, gerando confiança aos naturais na sua própria defesa, dando a imagem que as forças especiais era a panaceia da guerra. Estas são algumas acusações que poderiam impender sobre a obra de Spínola, argumentação igualmente de valor discutível.
A reunião de Spínola com Senghor, em 1972, em que o governador da Guiné propõe uma autonomia a dez anos, tem que ser encarada como uma proposta que seria liminarmente rejeitada, isto quando o PAIGC já tinha conseguido acantonar as forças armadas portuguesas nos quartéis, reduzindo-lhes drasticamente o espaço de manobra. Acresce que o autor refere os acontecimentos de 1973 e 1974, quando a força aérea perdeu capacidade de actuação com a chegada dos mísseis terra-ar e o PAIGC passou a ter a total iniciativa entre o Norte e o Leste, em todo o espaço fronteiriço com a Guiné-Conakry. Ou seja, o PAIGC ganhara uma capacidade ofensiva indiscutível, as nossas forças podiam ir esporadicamente às suas bases e acampamentos, havia mortes e feridos, mas logo tudo ficava na mesma. A partir de 1973, a solução militar estava irremediavelmente perdida.
Depois, o autor descreve o nascimento do movimento dos capitães, temos a seguir a transição para a independência e chegamos mais tarde aos fuzilamentos dos Comandos africanos. Será que o rigor histórico não exigiria que se explicasse o aparecimento destas forças que surgem neste livro imprevistamente? O autor recheia o seu relato de anexos com os fuzilados, refere a lei de justiça militar do PAIGC de 1973, os militares exilados no Senegal, somos obrigados a apanhar uma polémica entre o autor e o Dr. Almeida Santos, depois vem a laude a vários amigos do autor e até se fala do distúrbio pós-traumático do stress, e temos em metade do livro relatos de vários protagonistas, alguns deles retirados de livros, outros entrevistados pelo autor.
É raro fechar-se uma obra com o sentimento de decepção e de frustração, como se passou comigo.
Uma história da Guiné ainda por esclarecer
Posso admitir que o autor tenha pretendido chamar a atenção para um punhado de militares, alguns deles altamente condecorados, barbaramente fuzilados e muitos deles a aguardar justiça e o direito à memória. Se era essa a homenagem que pretendia, falhou redondamente. Não se tira da indignidade do esquecimento estes fuzilados sem um relato histórico apropriado, clarificador, sem cedências à emoção. Como é que apareceram estes Comandos guineenses que começaram a ser formados a partir de Fevereiro de 1970? Quais as queixas demonstradas que sobre eles recaíram, dos tão propalados crimes que lhes foram atribuídos pelo PAIGC? Durante a fase de transição para a independência, os representantes das forças armadas portuguesas tudo fizeram, ou não, para os dissuadir a partir, quando se sabia que seriam inevitáveis os confrontos, os ajustes e vinganças, as explosões de ódio? Mas, indo mais a atrás, agiu-se bem na formação das tropas africanas, e se não o que é que falhou para garantir confiança às populações autóctones, de 1963 a 1970? Só foram perseguidos Comandos, não foram perseguidos militares provenientes da infantaria ou da marinha?
Está hoje demonstrada alguma relação causa-efeito entre o golpe de Malam Sanhá e os Comandos africanos refugiados no Senegal com os fuzilamentos realizados em Novembro de 1978?
Os relatos históricos não se fazem juntando uns papéis atabalhoadamente, mesmo que o pretexto seja o descerramento de duas placas com os 53 Comandos fuzilados na Guiné. Afinal, foram centenas os fuzilados que este conjunto de papéis sob a forma de livro nada refere. Não se exalta o esforço dos Comandos esquecendo os outros.
Vamos confiar que um dia se escreverá um verdadeiro relato histórico sobre quem combateu, foi ludibriado e injustamente tratado. Os combatentes da Guiné merecem-no. Os militares que comigo combateram e morreram no pelotão de fuzilamento, viveram o cárcere ou exílio nessa Guiné têm direito à clara certidão da verdade.
__________
Notas de Vb: arranjo de texto da responsabilidade do co-editor.
(1)Com a devida vénia ao Cor Amaro Bernardo, transcrevo abaixo uma parte do depoimento do Cor Florindo Morais:
Uma oferta demasiado tentadora
(......) Eis senão quando, em meados de Agosto, a notícia surge como uma bomba: o Comandante-Chefe oferece a pronto e desde já, quatro meses de vencimento, mais o subsídio de Natal a quem quiser passar à disponibilidade. Assim lá se foi a lista dos interessados em vir para a Metrópole, continuando no serviço militar (refere-se aqui à grande maioria dos Cmds Africanos, que antes desta oferta se tinham inscrito para virem para Portugal) ...Esgotaram-se em Bissau os frigoríficos, as ventoinhas e demais electrodomésticos, a par das motorizadas. Ainda tentei que percebessem o que estava em causa, mas em vão. Os oficiais declaravam querer permanecer na Guiné, que era a sua Terra, e ser seu dever continuar a lutar pelo seu Povo. (...)
O então Maj Cmd Florindo Morais foi nomeado para a Guiné, já depois de Abril de 1974, para render o também então Maj Raul Folques no comando do BatCmds Africano
(2) sobre o assunto, ver artigos de
Resposta a um Combatente
(…) Foram centenas os fuzilados que este conjunto de papéis sob a
forma de livro nada refere. Não se exalta o esforço dos “Comandos”
esquecendo os outros. (…)
Mário Beja Santos, in site de Luís Graça, em Março de 2008
Este combatente que cumpriu uma comissão na Guiné em 1968-70, veio a público manifestar a sua opinião sobre o meu livro “Guerra, Paz e Fuzilamentos dos Guerreiros. Guiné, 1970-1980”, lançado em Novembro passado, na Sociedade Histórica para a Independência de Portugal, onde foi apresentado pelo General Ricardo Durão (que já o prefaciara), oficial de operações do Comando-Chefe da Guiné e pelo Sargento guineense José Monteiro, Presidente da Associação dos Antigos Combatentes da Guiné. A reportagem desta apresentação encontra-se num vídeo, que pode ser consultado num site independente de dois comandos, o “Passa-palavra”.
Como a crítica feita é a única excepção em relação aos comentários elogiosos que me chegaram dos mais diversos sectores, poderei deduzir tratar-se de um texto encomendado face a alguma possível solidariedade cívica, já que é do conhecimento geral que um dos oficiais posto em xeque neste livro pelo seu comportamento na Guiné, em 1970, pertence à maçonaria.
Assim e dada a consideração que me merecem os leitores deste site de Luís Graça, venho esclarecer uma série de apreciações equívocas e falaciosas produzidas no seu texto. Parece-me que Beja Santos fez apenas uma leitura apressada e enviesada da obra em causa, pois surgiram afirmações que são completamente incompreensíveis.
1. É mentira que não me tenha referido às centenas de indivíduos fuzilados ao longo do consulado de Luís Cabral, e apenas aos 53 oficiais, sargentos e praças dos “Comandos” africanos. No anexo I ao Cap. VIII, que tem o título “Fuzilamentos Clandestinos nas Matas da Guiné” (pp 135 a 138) são referidas nominalmente as 99 pessoas que o PAIGC de Nino Vieira, afirmou (no seu jornal oficial Nô Pintcha), terem sido fuzilados e enterrados em valas comuns em Cumeré, Portogole, Mansabá e Farim. Nessa lista Beja Santos talvez possa encontrar algum dos homens que com ele serviram nas milícias. Aquele jornal declara terem sido referenciados 500 mortos em valas comuns de 35 a 38 pessoas, mas nas suas edições apenas indicou aqueles.
A seguir, no Anexo II, do mesmo capítulo (pp 139 a 141) são referidos também nominalmente 97 indivíduos, assim descriminados: um ex-deputado; 11 régulos; 6 sargentos, um 1.º cabo e 27 soldados da guarnição normal, 7 sargentos e 6 marinheiros fuzileiros especiais; 18 milícias (incluindo comandantes de Jabadá, Mansabá, Empada, Gampará, Jolmete e Bissorá); três cipaios; e mais 17 sem indicação das funções que desempenhavam. Também nesta lista poderá Beja Santos verificar se foram fuzilados os homens que serviram sob as suas ordens.
Não se consegue bem definir se apenas foram aquelas cinco centenas os fuzilados pelo PAIGC. Segundo o Marechal António de Spínola terão sido milhares (pp. 130) e de acordo com o Sargento Julde Jaquité Semedo, que se exilou no Senegal, foram mais de mil pessoas, entre “comandos”, fuzileiros, milícias, caçadores nativos, régulos e chefes de tabancas, incluindo os que foram obrigados a regressar daquele país (ao abrigo de acordo existente) e foram mortos em Cuntima e Cumeré. (pp. 350/351).
2. Quanto ao restante conteúdo do livro que este combatente considera mal estruturado, sem lógica sequencial e ”afundado num mar de equívocos e contradições”, aconselho a atentar na cronologia feita desde Abril de 1969 a Janeiro de 1981 (pp. 363 a 377) e na sequência temporal dos textos, desde o cap. II, com a operação da invasão de Conakry (1970) até ao capitulo VII intitulado a “Transição da Guiné-Bissau para a Independência” (1974).
Beja Santos não queria que eu investigasse apenas o período de 1970 a 1980. Não sei porquê, pois foi esse decénio que me propus fazê-lo. Devo chamar a atenção dos leitores para o facto de não me considerar historiador, mas apenas um investigador de História Contemporânea. Repare-se que no final da Introdução, afirmo: “Espero que as pistas deixadas neste livro, em relação a década tão conturbada da vida da Guiné-Bissau, possam ter alguma utilidade para a análise histórica posterior”.
Também se nota que não lhe agrada a figura de António de Spínola, que poderá ter sido um fraco político no pós-25 de Abril, mas que foi considerado um grande cabo de guerra, a par de Costa Gomes (Moçambique e Angola), Bettencourt Rodrigues (Angola e Guiné) e, para alguns, Kaúlza de Arriaga (Moçambique). Claro que, segundo alguns analistas, também terá praticado alguns erros na Guiné, como terá sido a retirada de Madina do Boé, “permitindo assim que o corredor de Guilege fosse uma grande ameaça para nós” (Salifo Djau, pp. 353/354)
Quando diz que “em 1972 o PAIGC já tinha conseguido acantonar as forças armadas portuguesas nos quartéis” e que “a partir de 1973 a “guerra estava irremediavelmente perdida”, na minha opinião, tal não corresponde à verdade. Não foi isso que afirmaram os vários oficiais que prestaram depoimento, como Almeida Bruno, Alpoim Calvão, Marcelino da Mata, Raul Folques e Manuel Ferreira da Silva (pp 213 a 309). Também a versão do PAIGC através de um dos seus principais dirigentes (Aristides Pereira) era de que “por altura do 25 de Abril, este partido não teria maior capacidade militar que as tropas coloniais, na medida que estas estavam bem apetrechadas, tinham uma logística mais bem montada e um número superior em efectivos” (pp. 248/249).
3. Também não é verdade que Marcello Caetano tenha mandado fazer propostas em negociações secretas em 1973. Elas apenas foram iniciadas em Londres, um mês antes do golpe militar de Abril de 1974: 25/26 de Março. O encontro de 5 de Maio. que se seguiria, já não ocorreu, por o regime ter sido derrubado.
Quando as FA ainda se encontravam em posição de maior força militar, na Guiné, decorreu em Maio de 1972, um encontro entre o Presidente Senghor do Senegal e o então General Spínola, com vista ao cessar-fogo. Tal não teve seguimento, devido à proibição de Marcello Caetano, que temia o “efeito dominó” em Angola e Moçambique. Essas diligências frustradas foram salientadas no capitulo III, “1972 – A Última Oportunidade Perdida” (pp 45 a 54).
A certa altura Beja Santos afirma que o General Spínola não sensibilizou Lisboa para haver um reforço das companhias de quadrícula, alimentando mais a “panaceia das forças especiais”. Tal também não corresponde à verdade. Se for consultado o tomo II do 7.º. volume da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), referente às fichas da Unidades, na Guiné, verifica-se que o Batalhão de Comandos da Guiné apenas foi constituído em Novembro de 1972, depois da criação da 3.ª companhia de Comandos Africanos, em Abril desse ano. Entretanto foram criadas três companhias de caçadores; a n.º 19, em Dezembro de 1971, com quadros metropolitanos e as n.ºs 20 e 21, em Junho de 1973, já com quadros guineenses, e cujos oficiais seriam oriundos dos comandos africanos (Amadu Bailo Djaló, pp 343/ 346). Tudo isto ocorreu enquanto o General Spínola era Governador e Comandante-Chefe da Guiné, pois o seu sucessor, General Bettencourt Rodrigues apenas tomou posse em 21 de Setembro de 1973.
4. Posso aceitar que este meu trabalho tem falhas e que não tenha agradado a determinadas pessoas. Agora não aceito críticas deturpadas e baseadas em dados falsos, quando Beja Santos faz perguntas como esta: “Só foram perseguidos os comandos, não foram perseguidos militares provenientes da infantaria ou da marinha?
Julgo que o atrás salientado nos três anexos, com os nomes dos militares do Exército e da Marinha, e dos civis (milícias, cipaios, régulos, etc) fuzilados clandestinamente, responde cabalmente a esta questão. Também basta ver a quem é dedicado o livro:
A todos os Militares Combatentes na Guiné, destacando os que lá perderam a vida pela Pátria Portuguesa.
Para os Militares guineenses e especialmente aos graduados do Batalhão de Comandos da Guiné, que se empenharam esforçada e valorosamente em combate e que, depois, na grande maioria, seriam clandestinamente fuzilados.
Para o Coronel José Pais (1), o grande Militar e Combatente, que sempre se empenhou nas causas nobres de defesa dos desprotegidos e das vítimas das injustiças praticadas em Portugal e nos territórios ultramarinos, com a nossa eterna saudade.
O MNE e de Estado, Luís Amado, no lançamento do livro do General Loureiro dos Santos sobre o Iraque, em Lisboa, afirmou ontem que “a ambiguidade é utilizada pelos políticos em situações mais complicadas, enquanto os estrategas/militares usam mais a frontalidade” (ou algo semelhante). De facto, devido à minha formação militar, costumo ser frontal e directo na resposta a algumas críticas infundadas…
2 de Abril de 2008
Coronel Manuel Amaro Bernardo
Nota: (1) Foi comandante da C. Caç.14, na Guiné, tendo ficado muito ferido na detonação de uma mina antipessoal.
O regresso de Seguro
Há 53 minutos
1 comentário:
Recebido do autor do livro, por e-mail
Caro Soares:
Não me entendo com aquela coisa dos "comentários". Então aqui vai o que eu queria dizer:
Depois de ter escrito aquele texto é que soube o seguinte.
Mário Beja Santos é um consultor da área do "consumidor". Julgo que em tempos esteve ligado à DECO. Foi alferes na Guiné em 1968-1969 e além de colaborar no blogue do Luís Graça, publicou recentemente um livro, com o título "Diário da Guiné 1968-1969; Na Terra dos Soncó".
"Teve direito", juntamente com outros autores, a um longo artigo no suplemento cultural do jornal "Público" de 4-4-2008; na legenda de uma destacada foto de 1/2 pág. do jornal, refere: "Há coisas que não se pode contar, operações que não existiram, relatórios falsificados, cenas de pavor, gente a chorar".
E eu acrescentaria que também ocorreram actos de heroísmo e abnegação, na defesa de camaradas em combate. E militares que foram punidos por não terem dado o seu melhor...
Cor. Manuel Amaro Bernardo
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