A vida urbana está repleta de armadilhas que cerceiam a liberdade e o direito de ter privacidade. Há Câmaras fotográficas despercebidas em telemóveis e outros equipamentos tecnologicamente avançados, de pequeno volume, os radares em estradas e ruas, os vídeos nas ruas e em muitos locais públicos e semi-públicos, tudo isso nos faz lembrar o livro «1984» de George Orwell com o Big Brother sempre atento a qualquer gesto de cada um.
Há tempos, li algures que num banco, em Paris, o director da agência começou a ficar intrigado por vários empregados chegarem muito tempo antes de as portas abrirem ao público. Timidamente tentou observar qual seria o motivo de tal antecipação e deparou com eles a verem atentamente as gravações da câmara de vídeo instalada na cabine onde funcionava uma caixa Multibanco, a qual, durante a noite, era utilizada por pares para se entregarem a variados actos sexuais.
Contra a privacidade e para controlo de toda a humanidade, está em curso um movimento para ser implantado um chip em cada pessoa, tem sido tentada a implantação em crianças e idosos, para facilitar a sua recuperação em caso de rapto, desorientação ou desaparecimento. Como da parte de muitos pais houve resistência, consta que muitos raptos recentemente ocorridos, têm a finalidade de criar situação de ansiedade e insegurança para que sejam os pais a tomarem a iniciativa do implante.
Também as escutas telefónicas da parte de polícias, detectives e outros, bem como o controlo de blogues e de e-mails conduzem à perda de liberdade de expressão e de privacidade, muitas vezes com o pretexto do terrorismo. Mas, curiosamente, essas «precauções» criam terrorismo, medo permanente de viver com naturalidade em democracia.
Agora, recebi por e-mail o seguinte texto:
As vidas privadas passaram a ser públicas à medida que cada vez mais espaços possuem câmaras de vigilância. O filme Look, que hoje estreia nos Estados Unidos, revela essa realidade que muitos ignoram.
Totalmente filmado a partir de câmaras de vigilância, de ATMs, lojas e até casas de banho. O filme de Adam Rifkin tira partido de imagens captadas pelas mais de 30 milhões de câmaras de vigilância instaladas nos Estados Unidos, onde a legislação permite que sejam vigiados os gabinetes de provas nas lojas e as casas de banho.
A tendência de vigilância está a estender-se à Europa e o pretexto da segurança poderá levar rapidamente a uma escalada do número de câmaras e da sua presença na nossa vida por isso vale a pena olhar com atenção para esta questão…
E o que mais virá a acontecer?
A Decisão do TEDH (396)
Há 1 hora
6 comentários:
Talentoso e Estimado Amigo João:
Penso que ainda vivemos em democracia, ou não?
O que brilhentemente descreve faz-me pensar. Muito!
A privacidade de Seres Humanos é de indescritiva preciosidade e de um sossego imenso. A interioridade e até os afectos são pertença apenas de nós e só de nós mesmos.
Está bem, o terrorismo?
Há tantas formas de o combater. É preciso recorrer a outros meios que não atentem contra a preservação da liberdade através de meios, para mim, condenáveis.
As câmaras de observação são imprescindíveis, acredito, mas não em locais de privacidade, que atentem contra o respeito pelos direitos humanos, pelos lugares que dizem apenas respeito a cada um de nós.
As escutas?
Condeno-as, por completo.
Podem ser usadas para fins condenáveis e indevidos.
Parabéns pelo seu sentir, estar e ser. Imensos!
O que escreve é de um carácter que constato gigante, enorme, e com pertinência e actualidade. Adorei.
Parabéns sinceros.
Adoro ler o que talentosamente escreve com delícia
Abraço de amizade
Com estima e consideração sinceras
pena
Amigo Pena,
A palavra democracia já pouco tem a ver com o conceito que lhe deu origem. Hoje vivemos numa arena em que vários galifões se consideram donos de tudo e procuram evitar que os outros comam um grão. Na alma de cada político há um ditador. Dei-me ao trabalho de ver ontem um pouco da comédia representada da AR. Não se falava do bem de Portugal e dos portugueses, mas sim mostrava.
-se a luta pelo poder de uns em prejuízo dos outros. Fugia-se ao objectivo da moção e insultavam-se uns aos outros. E nesses insultos, estou convicto de que todos têm razão, todos os merecem.
Quanto ao terrorismo, ele, em muitos casos, é fruto de injustiças sociais produzidas pelos tais que se consideram donos de tudo e têm lá dentro a alma de um ditador.Aqueles que uma parte chama de terrorista é pela outra parte considerado um nacionalista um libertador, um herói. Tivemos exemplo disto nas nossas ex-colónias.
As religiões, apelando ao amor, à compreensão e à tolerância, conduzem à solução pacífica, pelo diálogo dos diferendos. Mas actualmente as guerras, de grande ou pequena intensidade, são impulsionadas pelos industriais de armamentos, tal como as vigilâncias po são pelos construtores de câmaras de vídeo... e pelos que se preparam para criar um único Estado mundial com poder absoluto, em que uma minoria muito restrita domina tudo, mantendo os outros como escravos, sem o mínimo poder de decisão, totalmente controlados.
Isto dá para pensar muito a sério.
Abraço
Amigo João Soares, temo realmente o que o amigo aqui descreve, de facto onde estaremos amanhã? A nossa privacidade está em causa. O amigo de certo que já viu, que tenho sido visitado por membros do executivo (SIS) e outros profanadores de privacidade, aliás escarrapachei-o no blog, pois de nada temo falando a verdade.
Temo sim, pelos meus, pelos que não tem voz, pelos que não se saberão defender de um ataque histérico anti-terrorista, provocado pelo terrorismo do estado. Veja-se, agora a equipe de juízes e magistrados do MP que foram para Espanha na tentativa de controlar a ETA.
Não que eu seja a favor de bombas, e outros actos de violência, mas a s estatíscas dizem que a ETA, é a organização que menos vítimas secundárias tem feito com os seus atentados, maioritáriamente a alvos políticos.
Mas com este controlo todo, quem irá ser controlado seremos nós.
Abraços do Beezz
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