Transcrição seguida de NOTA:
Martin Luther King faria amanhã 79 anos
Isabel Stilwell, Destak 080114
Não somos todos iguais. Há quem se conforme ao mundo tal e qual o herdou, e há quem o transforme num sítio melhor, normalmente pagando a ousadia com a morte.
Morte que só reforça a sua força, sendo então capazes de mover mesmo aqueles que se mantinham de braços cruzados, porque sabemos bem que, quem consegue dar a vida por uma causa, já passou para um patamar bem mais alto do que o nosso.
Martin Luther King Jr. foi um desses heróis, e amanhã faria 79 anos, se não tivesse sido assassinado a 4 de Abril de 1968, há precisamente 40 anos. Pastor baptista, Luther King defendia a "não-violência" como forma de lutar contra as injustiças, e através dela conseguiu acabar com muitas das desigualdades de direitos que atingiam, de forma gritante, os negros e as mulheres. A sua primeira intervenção pública aconteceu em 1955, quando organizou o boicote ao sistema de transportes públicos que obrigavam os negros a viajar apenas nos lugares de trás dos autocarros. O boicote durou 382 dias, e a empresa acabou por mudar a sua política, até porque o Supremo Tribunal declarou esta segregação racial anticonstitucional.
Seguiram-se-lhe centenas de outras, sem que os manifestantes levantassem um dedo contra ninguém, apesar da violência com que a polícia os tratava, e King ter sido preso por várias vezes. Os media noticiaram sem tréguas esta luta e, em 1964, Luther King é galardoado com o Nobel da Paz, o mais novo até hoje a receber a distinção. O seu "poder" estava afirmado, e um ano depois boicotavam as eleições, levando o Congresso a conceder o voto à população negra.
Com a popularidade, cresceu o ódio. O FBI procurou associá-lo ao comunismo, que nunca conseguiu, suspeitando-se do seu envolvimento no homicídio, que ocorreu, a tiro, em plena rua. Horas antes, ao saber que recebera «mais uma» ameaça, disse: «Gostava de viver muito tempo, mas, se não puder ser, paciência. Agora já sei que vamos chegar à Terra Prometida, e é isso que importa.»
NOTA: Luther King, na sua imortalidade nas memórias das pessoas, é um modelo de Homem que merece muita reflexão. A sua tolerância, defesa da igualdade de direitos, repulsa pela discriminação de qualquer tipo, são uma bandeira que cada pessoa de boa vontade gostaria de desfraldar. Mas muitas pessoas, agarradas a interesses inconfessados, ou compromissos pouco claros e sem terem capacidade de raciocínio e discernimento, não aceitam que haja pessoas independentes de partidos, de clubes, isentas e imparciais que ousem pensar livremente, pela própria cabeça. A intolerância, a tacanhez e a insensatez de pessoas de vista muito curta, leva-as a imitar os agentes do FBI que associaram Luther King à ideologia mais repudiada pela América.
Recorda-se que, quando se fala de Direitos Humanos, o que hoje está na moda, não se devem fazer discriminações baseadas em diferenças de cor, de aspecto físico, de porte mais ou menos atlético, de idade, de religião, de ideias sócio-políticas, origem social, região de nascimento, clube ou partido. O respeito pelos direitos do outro, pelas suas legítimas liberdades, constitui o limite das nossas liberdades.
Porém, infelizmente, há quem faça muito alarido em defesa dos diferentes, o que é muito correcto e louvável, mas que alimente um ódio visceral àqueles que não concordam consigo em pormenores, por vezes insignificantes mas intencionalmente sobrevalorizados, em estilo nazista, pidesco ou coisa parecida.
Seria bom para o Mundo, para toda a humanidade, que o exemplo de Martin Luther King Jr. frutificasse, sendo interiorizado nos corações de todo o ser humano digno de o ser.
A Decisão do TEDH (396)
Há 47 minutos
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