terça-feira, 25 de outubro de 2011

Novos mecanismos de participação democrática

Há muito que aqui é expresso que os problemas da sociedade actual não se resolvem com mudanças de pessoas, mas exigem alterações profundas na estrutura social e dos mecanismos de interacção entre a população e os seus mandatários, em termos verdadeiramente democráticos. Há século e meio que não aprece uma doutrina social com força para ser seguida. Porém a de então não foi praticada com respeito democrático pelas pessoas. Será desejável que a nova Plataforma para o Crescimento Sustentável, agora anunciada tenha mais êxito, para bem da humanidade. As linhas gerais referidas na notícia que se transcreve parecem positivas e merecem o apoio de todos para terminarem num manifesto com programa viável e dignificante para o ser humano, em geral, com justiça social, civismo, ética e valores indiscutíveis.

Moreira da Silva e Balsemão defendem “novos mecanismos de participação”
Público. 25.10.2011 - 00:15 Por Lusa

Os sociais-democratas Jorge Moreira da Silva e Francisco Pinto Balsemão, que fazem parte da nova Plataforma para o Crescimento Sustentável, defenderam nesta segunda-feira a necessidade de serem criados “novos mecanismos de participação” democrática.

“Num momento de crise económica e de crise de valores no contexto europeu, é fundamental encontrar novos mecanismos de participação, de representatividade, de envolvimento dos cidadãos, para que a resposta não venha a ser uma deriva antidemocrática”, defendeu Jorge Moreira da Silva.

Durante a apresentação da Plataforma para o Crescimento Sustentável, à qual preside, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa, Jorge Moreira da Silva sustentou que “a insatisfação dos portugueses com a sua democracia é algo que está atestado, está verificado” nos estudos que têm sido publicados.

“Queremos levar a democracia mais longe”, afirmou.

O vice-presidente do PSD apresentou a Plataforma para o Crescimento Sustentável como uma associação cívica sem filiação partidária e sem fins lucrativos que defende, entre outros princípios, “mais liberdade aos cidadãos e menos influência ao Estado”, a promoção da “flexibilidade e segurança no trabalho” e “uma economia verde”.

Esta associação “já tem seis grupos a trabalhar”, conta mais de 300 associados e pretende divulgar “um relatório para o crescimento sustentável até ao final do primeiro semestre do próximo ano, identificando medidas estratégicas e concretas para libertar este potencial de crescimento”, adiantou.

No seu discurso, o fundador do PSD Francisco Pinto Balsemão, presidente do Conselho Consultivo da Plataforma para o Crescimento Sustentável, defendeu igualmente a necessidade de serem encontradas “novas vias de participação democrática”, em defesa da liberdade.

“Se queremos preservar a liberdade, temos de encontrar novas vias de participação democrática e de cidadania que nos protejam do crescente predomínio da segurança como prioridade e da consequente devassa da nossa privacidade”, considerou.

O presidente do grupo Impresa e antigo primeiro-ministro apontou a Plataforma para o Crescimento Sustentável como “um instrumento para a preservação da liberdade da pessoa humana, o que implica a descoberta de novas vias, não apenas políticas, mas também económicas e, sobretudo, de justiça social”, justificando com isso o facto de ter aderido a este projecto.

Imagem de arquivo

4 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Todos os Governos têm os seus títeres em Plataformas, já o PS também tinha uma, aquilo é bom para criarem amigos e subir na vida, que isto de elevador social não basta ter o curso universitário.

A. João Soares disse...

Caro Táxi,

Estamos na era do Marketing.
Mas a humanidade está a precisar de génios que criem esquemas de modernização da estrutura social. Depois de Karl Max, há século e meio, não apareceu nenhum doutrinador com igual projecção. No entanto as suas doutrinas, algo parecidas com o cristianismo, foram mal aplicadas não para criar paz no muno mas para justificar ambições de poder e actos ditatoriais que nada beneficiaram a justiça social nem o livre-arbítrio das pessoas.

Um abraço
João

A. João Soares disse...

Transcrevo um comentário recebido por e-mail de um Amigo que muito estimo e a quem agradeço a atenção.

Concordo, na generalidade, com a necessidade de criar novos mecanismos de participação democrática, através de uma maior e mais activa intervenção política dos cidadãos e da sociedade civil que, aliás, as novas tecnologias informáticas parecem permitir.

Desconfio, porém, da criação de «plataformas» que podem pretender condicionar, ou até controlar, a participação dos cidadãos e da sociedade civil na política.
Insisto na ideia que o sistema político e económico-financeiro mundial, instituído no final da 2ª GM, está desgastado e desregulado. Para já, tal desregulação está centrada na UE com as dívidas soberanas dos seus Estados-membros e com foco na dívida da Grécia (agravada pela ameaça do «referendo» grego às medidas de austeridade impostas pela UE) mas com tendência a alargar-se e a descontrolar-se por outros Países da UE, em que Portugal está já na 1ª linha de fogo!...Estaremos à beira de uma nova Guerra Mundial, uma vez mais iniciada na Europa, tal como aconteceu nas 1ª e 2ª GM?!...Há aquele conceito maquiavélico de que «só a guerra pode destruir o que foi construído pela guerra»!...Será?!

Abraço amigo,
AMF.

A. João Soares disse...

Caro Amigo AMF,

Agradeço esta bela expressão do seu saber.

Oxalá que a Europa não inicie pela terceira vez uma Guerra Mundial. Para a prevenir, parece estar o «namoro» entre Sarkozi e Angela Merkel, pois os seus países foram os geradores das duas guerras.

Actualmente, parece haver propensão para as soluções pacíficas de conflitos que outrora só se resolviam por meios bélicos. Para isso tem contribuído muito a sensatez dos Chineses, como se viu no recente momento de tensão entre as duas Coreias, onde os EUA com o envio de porta-aviões poderiam passar o ponto de não retorno, mas os Chineses com conversações com as duas partes serenaram os espíritos.
Mas que o Mundo está perante um drama sócio-económico ninguém duvida e o fim é imprevisível.

A boa utilização do diálogo, das conversações, da diplomacia poderá ser uma «ciência» a desenvolver por todos os meios para fortalecer a colaboração e a convergência de vontades para evitar o pior.

Mesmo que se use o termo «plataforma» há que excluir xenofobismos e exclusões e, pelo contrário, criar e desenvolver laços que aglutinem e criem convergência para o bem geral.
A justiça social e a ética devem merecer mais atenção.

Um abraço
João