Por conter temas de reflexão que ajudam a compreender as causas do afundamento na crise actual e por ajudar a reflectir no percurso que terá de ser d´seguido para termos um futuro menos dramático que o presente, transcreve-se a notícia seguinte que refere à intervenção intitulada “Portugal, Que futuro?”, que António Barreto proferiu na Academia de Ciências.
Barreto acusa governantes de omitirem factos que levaram à quase bancarrota
Público. 10.10.2011 - 17:34 Por Lusa
O sociólogo e ex-ministro António Barreto fez hoje duras críticas aos dirigentes que governaram Portugal nos últimos anos, acusando-os de iludir a realidade e omitir factos que contribuíram para as dificuldades em que o país se encontra.
“A verdade é que se escondeu informação e se enganou a opinião pública. A acreditar nos dirigentes nacionais, vivíamos, há quatro ou cinco anos, um confortável desafogo”, afirmou o também presidente do conselho de administração da Fundação Manuel dos Santos, num discurso que fez em Lisboa.
Depois de uma situação que permitia “fazer planos de grande dimensão e enorme ambição”, passou-se, “em pouco tempo, num punhado de anos”, a uma “situação de iminente falência e de quase bancarrota imediata”, acrescentou António Barreto na intervenção intitulada “Portugal, Que futuro?”, que proferiu na Academia de Ciências durante a inauguração do 2º ano lectivo do Instituto de Estudos Académicos para Seniores.
“Ainda hoje não sabemos as causas e o processo. Ainda hoje não conhecemos a origem exacta dessa terrível aceleração dos défices e das dívidas”, afirmou, reconhecendo que, se as “causas externas” são, “em parte, responsáveis”, a maioria dos países ocidentais não está na mesma situação que Portugal.
“Algo se passou mais, em nossa casa. Ou fizemos menos, ou fizemos pior. Ou não nos preparámos. Ou não cuidámos da nossa fragilidade. E o facto de saber que dois ou três outros países vivem dificuldades semelhantes, mais ou menos graves, não é suficiente para nos desculpar”, sustentou.
E prosseguiu, apontando que “há países e governos, a começar pelo nosso, que foram imprevidentes, complacentes e irresponsáveis". "Pode ser grande a origem externa das nossas dificuldades. Mas a verdade é que é isso mesmo o que se pede aos governantes: que prevejam dificuldades, que previnam problemas e que protejam os seus povos durante as tempestades”.
“Tivemos exactamente o contrário: as autoridades acrescentaram às dificuldades, não só pelas suas decisões, como também pelo seu comportamento teimoso e abrasivo”, opinou António Barreto, 69 anos, ministro do Comércio e do Turismo e depois da Agricultura no primeiro governo constitucional, que tomou posse em Setembro de 1976.
Numa tentativa de resposta à pergunta que lhe foi proposta como título da intervenção, afirmou: “Temos evidentemente um futuro. Mas não sabemos qual. Esse futuro depende cada vez mais de outros, dos vizinhos, do grupo do Euro, da União Europeia, dos Estados Unidos e até do resto do mundo”.
Imagem de arquivo
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Qual o Futuro de Portugal ?
Publicada por A. João Soares à(s) 19:03
Etiquetas: governar, sentido de responsabilidade
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2 comentários:
Esta omissão de informação aos cidadãos e o modo negligente como (des)governaram os dinheiros de todos nós, deviam ser motivos suficientes para um julgamento a sério com penas reais.
Abraço do Zé
Caro Zé Povinho,
Tem toda a razão. Nos países civilizados em que há ética, moral, honestidade, a lei é igual para todos e os tribunais não se fizeram apenas para os mais desprotegidos. Vivemos numa espécie de ditadura a prazo mascarada de democracia (só porque há eleições ocasionais em que somos chamados a escolher entre bandos que avançam a pedir o voto em troca de falsas promessas, e de que desconhecemos os elementos das listas)
Os políticos não podem ser infinitamente imunes e impunes. Veja o caso do PR que foi passear aos Açores, durante uma semana, acompanhado de 30 pessoas. Isto circula em e-mail:
Veio nos jornais e passou na tv e ninguém desmentiu!
Para uma estadia de cinco dias nos Açores os Cavacos levaram atrás deles uma comitiva de 30 pessoas.
2- Chefe da Casa Civil e respectiva esposa
12- Agentes de segurança (o sítio é cheio de perigos)
2- Consultores
4- Assessores
1- Médico pessoal
1- Enfermeira (só?)
2- Bagageiros
2- Fotógrafos oficiais
1- Mordomo ( cúmulo da futilidade e pirosísmo )
2- Cavacos
Isto é no mínimo imoral uma vez que o P. R. diz que nenhum português está imune a sacrifícios.
Tudo isso para o apoiar na comunicação de mensagens com muita elevação patriótica, filosófica e estratégica? Sem tais apoios não podia ter emitido as suas doutas opiniões sobre as vacas açoreanas?
Não é por acaso que o Palácio de Belém gasta o dobro da casa real de Espanha, apesar da Espanha ter uma população mais do quádruplo e uma superfície de mais do quíntuplo da nossa!!!
Nós somos os maiores!!!
Um abraço
João
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