segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Preciso da candeia de Diógenes

A cada passo encontramos uma armadilha, uma mina, um buraco, uma cilada. Haja quem mereça confiança!!! Parece que nem com a candeia de Diógenes se consegue encontrar um homem verdadeiro. Principalmente na política ou sua área de interesse.

Se os políticos agissem por dedicação ao País, certamente teriam objectivos muito idênticos embora pudesse haver nuances algo diferentes nas linhas estratégicas a seguir para os atingir. Não haveria decisões opostas nem guerras desgastantes e cada político ou cada partido usaria como propaganda e chamariz para os votos as suas melhores soluções para atingir os objectivos nacionais, com verdade e honradez.

Por seu lado, dos jornalistas e comentadores, em tal quadro ideal, seria esperada isenção na análise, nas críticas e nas sugestões.

Mas políticos, jornalistas e outros oportunistas, esquecem os interesses do País, esquecem os direitos das pessoas e concentram a sua capacidade (quando existe) de pensamento nos seus próprios interesses e ambições, ou nos do seu partido de momento ou dos seus amigos. Esta reflexão ressalta do seguinte texto recebido por e-mail do amigo FR que se segue:

CRESPO AO FRESCO

Mário Crespo, 64 anos, jornalista da SICN e colunista do Expresso, foi convidado por Miguel Relvas, ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, para o lugar de correspondente da RTP em Washington, vago há seis meses. Deste modo, Crespo voltará a desempenhar as funções que exerceu entre 1992-98. O convite está a gerar forte turbulência na RTP, uma vez que a estação estava a organizar um concurso interno para preenchimento da vaga, de acordo com os critérios estatutários:
1) É dada primazia a jornalistas do quadro da RTP interessados em trabalhar no estrangeiro.
2) A direcção de informação selecciona os candidatos.
3) Um júri avalia.
4) A administração avaliza a escolha final.

Crespo nem sequer é do quadro: foi despedido da RTP há doze anos. Chama-se a isto, em linguagem plano inclinado, dar o pote aos boys. Este assessor de Relvas é que os topa.

Lembram-se do que Mário Crespo disse do Governo de Sócrates? Do que ele afirmou sobre as perseguições, intimidações, censuras e tentativas de interferência do poder político no jornalismo? Da t-shirt que levou à Assembleia da República para denunciar as malévolas intenções governamentais? Pois bem: o ministro Miguel Relvas atropelou a administração e a direcção de informação da RTP e convidou Mário Crespo para correspondente da estação pública em Washington. A RTP, não sei se estão recordados, é aquela estação que estava para ser privatizada, perdão, reavaliada.

Sobre o convite, Crespo, cândido e enternecido, declarou: «É um lugar que me honraria muito nesta fase da minha carreira e para o qual me sinto habilitado».

Curioso. Pensei que ia recusar com base numa alegada interferência do poder político no jornalismo, mas não. E na RTP, já agora, ninguém se demite?

Confesso: cada vez tenho mais respeito por algumas meretrizes.


Comentário contido no e-mail:
Toda aquela cena das perseguições que inventou do Governo do Sócrates, com alguma esquizofrenia, já dava a entender que este Crespo era próximo do PSD... Não me lixem com a independência dos Jornalistas porque é uma grande mentira...!.....

Isto são os grandes honestos, defensores acérrimos da justiça e da liberdade, em PORTUGAL, os que são contra os "boys", etc... etc...


NOTA: Preciso de ter confiança em alguém. Como encontrar? Como o reconhecer? O post anterior foi também um balde de água fria que me atingiu.

Imagem de arquivo

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