quinta-feira, 30 de junho de 2011

Grandes industriais vs justiça social

Em 1 de Setembro de 2010, o Público trazia a notícia Soares dos Santos defende redução do IRS e IRC e aumento do IVA, que deu origem ao post Justiça Social de que se transcreve


«…esta proposta de um capitalista não surpreende. Defende os seus interesses e os dos seus pares do topo da lista dos mais ricos e não tem escrúpulos de agravar tragicamente a vida dos mais pobres. Efectivamente, quer aliviar o IRS e o IRC que afectam mais os que têm rendimentos mais altos e libertam os que pouco têm. E, pelo contrário, quer agravar o IVA que afecta, por igual, todos os consumidores desde o mais pobre que apenas compra um pão para enganar a fome. Se tal ideia fosse aceite, aumentaria de forma trágica o fosso, já demasiado acentuado, entre os mais ricos e os mais pobres!!!»

Embora pareça que o IVA, afectando todas as transacções é um imposto justo, não é. Como o pobre gasta tudo o que recebe (quando recebe) em produtos de primeira necessidade e, portanto, o IVA incide sobre todos os seus proventos, fica em situação incomparavelmente mais grave do que a do rico que apenas gasta uma pequena parte daquilo que aufere, indo o grosso dos proventos para investimento, poupança, depósitos em offshore, etc.

Mas esse magnate, apesar da guerra verbal havida com o PM levou a melhor com subidas sucessivas do IVA. E agora já se faz ouvir António Saraiva Presidente da CIP espera aumento do IVA para 24 ou 25 por cento.

Os argumentos atrás apresentados contra esta solução para resolver o défice parecem suficientes, mas juntam-se-lhes vários alertas de numerosos portugueses pensantes e patriotas. Por exemplo:

O Presidente Cavaco Silva sublinhou que os portugueses não podem ter ilusões porque Portugal chegou a uma "situação explosiva" e insistiu na "distribuição justa" dos sacrifícios. E esta não será aquela que os grandes empresários estão a colocar insistentemente na mesa dos governantes.

Francisco Assis, candidato a líder do PS, disse que o partido deve concentrar-se em "produzir um discurso sério ao nível da economia e das questões sociais". "Essas são as questões mais importantes e coloco-as claramente acima de tudo aquilo que tenha que ver com alterações ao nível do sistema político".

Espera-se que o Governo nunca deixe de estar atento às necessidades da maioria da população e consiga evitar que o seu desagrado se torne explosivo, para o que não deve perder de vista os aspectos de justiça social que merecem a maior prioridade. É preciso governar para o Povo e pelo Povo e, sempre que possível, com o Povo, dialogando com as pessoas e com quem esteja perto delas. Por exemplo, na Islândia, está a ser dada voz aos populares através das redes sociais, para a revisão Constitucional.

Imagem do Google

3 comentários:

José Lopes disse...

Este gajo está a dominar o governo e a comunicação social, conseguindo que sejam só os trabalhadores a serem sacrificados, enquanto ele corre de televisão em televisão debitando as bacoradas do costume, sempre baseadas na competitividade, que é como quem diz: salários cada vez mais miseráveis-
Cumps

A. João Soares disse...

Caro Guardião,

Ele é um sinal dos tempos em que se perdeu a noção de valores morais e éticos, de sentido de Estado, de honra e de respeito pelos seus outros cidadãos.

Os portugueses não devem ser vistos apenas como trabalhadores escravos, mas também como pessoas, como consumidores, para o que precisam ter poder de compra e, portanto, d«serem pagos honestamente pelo seu trabalho.

E por causa destes exploradores que apenas pensam no seu lucro pessoal e no seu enriquecimento, que não adiro totalmente ao slogan: «compre produtos portugueses» Em cada compra que faço devo avaliar a vantagem em questão de preço-qualidade.

Não devemos alimentar exploradores do povo trabalhador, que pagam mal ao seu pessoal mas têm na garagem vários carros de alta qualidade, o que não é raro acontecer.

Não devemos deixar que os governos lhes façam a vontade em prejuízo da generalidade dos portugueses, como, infelizmente acontece com o novo imposto que é demasia do grave para a classe média mas quase inofensivo para os ricaços.

Um abraço
João

A. João Soares disse...

Para haver «justiça social» e reduzir o fosso entre os mais ricos e os mais pobres, tema não debatido tanto como o necessário, surgiu agora a opinião do mega-milionário americano Warren Buffett. Devemos ler, meditar e divulgar a ideia.

"Parem de acarinhar os super-ricos", pede o milionário Warren Buffett