Votar é fazer uma escolha entre objectivos, programas, metas. É um empenhamento em algo que nos reforce a confiança, nos dê esperança num futuro melhor. E traduz-se em passarmos um cheque em branco, uma procuração com plenos poderes em alguém em quem confiamos para a realização do seu programa.
Mas isso é utopia, é fantasia, pois não há programa inteligível nem promessas realistas e, mesmo que houvesse, ficaríamos com as dúvidas, assentes em experiências recentes, se elas teriam algo a ver com as verdadeiras intenções e com as realizações, se nos meses seguintes viriam a ser concretizados ou não.
Nada foi apresentado e discutido em nome de Portugal ou dos portugueses e, como disse Jorge Sampaio, a Campanha fugiu do "essencial" com partidos a não dizerem como vão cumprir memorando.
Por seu lado Manuel Pinho mostrou-se sem esperança numa vitória e apela ao presumível vencedor, defende um novo Bloco Central e reconhece que «A crise moral em Portugal é muitíssimo maior do que a crise política», o que faz lembrar o seu gesto num plenário da Assembleia da República dirigido ao líder do Bloco de Esquerda.
E não devemos ignorar o aviso de Francisco Louçã: Sócrates traz "impostos no bolso"
E assim vai Portugal e ficamos sem saber em que votar, pois já sabíamos em quem nos convidam a entregar o cheque sem cobertura – candidatos a deputados alguns totalmente desconhecidos que constam de listas sem divulgação, sem as suas virtudes convincentes. Não são apenas eles a deixarem dúvidas, pois o regime que a tal nos convida não merece a mínima confiança. Não parecendo que ele se reformule por si, resta a vontade popular (como?).
Imagem do Google
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Em que votar?
Publicada por A. João Soares à(s) 11:50
Etiquetas: Democracia, eleições, votar
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3 comentários:
CARO A JOAO
EU VOU ME ABSTER.
OS FDP DOS POLITICOS SÃO ESTERCO, MAIS NADA.
NADA NEM NINGUEM OS SALVA.
PORTUGAL VAI AO FUNDO POR MUITOS ANOS A FIO.
JA ESTOU FORA DO PAIS A TRABALHAR.
PORTUGAL SERÁ APENAS PARA DESCANÇAR E TIRAR FERIAS , AMEM.
RAMIRO LOPES ANDRADE
Caríssimo Amigo João,
Claro que não me posso abster pois tal ajudará a que não haja qualquer mudança neste Portugal miserável em que, de momento, vivemos!
Temos que lutar para melhorar a actual situação. Ao ver o comentário anterior lembrei-me que no "Verão Quente de 75" estando fora do País obriguei-me a voltar para que pudesse ajudar à correcção do que se estava a passar nessa altura. Sofri perseguições, escutas, ameaças de raptos de filhos e até bombas das FP 25 de Abril em casa de uma das filhas mas cá continuo lutando por um Portugal melhor onde se possa VIVER para além de se poder passar FÉRIAS!
Um abraço amigo e solidário.
Caros Amigos Ramiro e Luís,
Votar é um dever e um direito, dado que não é obrigatório como nalguns países.
Em Portugal o número de abstencionistas chega a ser maior do que os que se deslocam às urnas.
Neste texto salienta-se que os eleitores portugueses são obrigados a optar às cegas, pois os partidos não se preocuparam com o seu cargo de servidores do Estado e não explicaram a forma como vão defender os interesses dos seus eleitores e representados em geral.
O que se vai passar depois das eleições é mais do mesmo, com pequenas nuances, condicionadas pela troika.
Um caso concreto refere-se à lista com dezenas de institutos públicos que podem ser extintos, que foi publicada em 7-10-2010 e que nenhum dos partidos prometeu ter em atenção. Daí se conclui que querem continuar a sugar o dinheiro público para sustentar os seus «boys». Os luxos, as mordomias são o principal objectivo dos ocupantes das cadeiras do Poder. Repare-se nas despesas diárias da Presidência da República, muito superior à casa real britânica e à espanhola.
Um eleitor pouco pode fazer contra isso, mas está ao seu alcance demonstrar que discorda de todos os candidatos, votando em branco.
Isto não impede aqueles que são beneficiados por um ou outro partido ou têm por um deles grande afeição que decidam colocá-lo acima de PORTUGAL.
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