Poderá haver exageros e falta de rigor nos títulos das notícias dos jornais mas, provavelmente, as entidades supostamente responsáveis no sector, aos vários níveis, não estarão isentas, mesmo que imunes e impunes como é tradição.
Em 30 Mai às 14-27, surgiu o título Finanças garantem que já deram aval a acordo que motivou greve na CP.
Em 31 às 09-00, CP pede fim das greves mas nega ter aval sobre regime de excepção, parecendo haver contradição com a «garantia» dada pelas Finanças no dia anterior.
38 minutos depois, A contradição toma forma e CP convoca sindicatos para discutir polémico fax enviado pelas Finanças.
No mesmo dia, às 13-17, Ministro dos Transportes recebe administração e sindicatos da CP.
Menos de seis horas depois, Trabalhadores da CP anunciam manutenção das greves após reunião com o Governo.
Isto faz pensar em deficiências na definição de autoridade dos ministérios envolvidos, em fantasia no uso da palavra «garantia», em carência de clareza no diálogo ao ponto de não haver entendimento e, sobretudo, em geral desrespeito pelos direitos dos portugueses que usam os transportes da CP.
Estará a parte administrativa da CP bem organizada? Terá apenas o pessoal necessário, em todos os níveis, ao funcionamento da sua burocracia (que deve ser simples e eficaz), haverá boa definição das tarefas de cada pessoa, a começar pelo topo da administração? Serão os salários e outras mordomias ajustados ao trabalho exigido? Haverá um sistema justo de avaliação do desempenho? As normas disciplinares são aplicáveis a todos sem excepção nem adiamentos?
Estes requisitos não são utópicos e devem ser tidos em conta por se tratar de empresa que funciona com dinheiro dos portugueses para servir os portugueses.
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El País
Há 1 hora
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