Ontem na Madeira, a comissão regional do PS-Madeira aprovou, por unanimidade, um voto de protesto contra os elogios de Jaime Gama a Alberto João Jardim. Toda a oposição madeirense, do CDS-PP ao PCP, contesta tais declarações do presidente da Assembleia da República, na abertura do Congresso Nacional da Anafre, considerando-as inoportunas.
Isto poderia parecer um fait-divers, mas merece ser analisado como um sintoma, mesmo uma evidência, da forma de fazer política partidária em Portugal. Seria desejável que os partidos assumissem ser sua função procurar as melhores soluções, em conformidade com as suas ideologias, para os problemas mais graves do País. Mas, como se vê, na falta de capacidade para superarem os rivais na apresentação de propostas construtivas para criar melhor nível de vida para os portugueses, principalmente para os mais desprotegidos, procuram vencê-los à canelada, depreciando-os, denegrindo-os, à força de golpes baixos, em que todos os truques são válidos.
Jaime Gama, a segunda figura da estrutura do Estado, que por isso é merecedor de todo o respeito, foi honesto ao apreciar qualidades positivas de João Jardim. Ninguém discordará que, em qualquer sector, as pessoas têm qualidades e defeitos, não sendo de espantar que Jardim as tenha. Mas se Gama assim pensa, o mesmo não se passa com os politiqueiros profissionais, de baixo nível, que se esmeram na politiquice de denegrir o adversário, porque não conseguem fazer melhor. E seria mais meritório obter relevância à custa de melhores iniciativas do que as dos rivais.
Esta é uma oportunidade para meditarmos naquilo que os políticos consideram ser a sua estratégia de conquista e manutenção do poder, agredindo-se e ignorando os problemas essenciais do País. E, curiosamente, estas rivalidades não existem apenas entre partidos, mas também entre militantes dos partidos sem se importarem nos prejuízos que isso possa causar em termos de resultados eleitorais. Pensam nos interesses próprios e pouco mais.
A Decisão do TEDH (397)
Há 1 hora
7 comentários:
Perfeitamente normal. Aliás, choca-me mais que existam socialistas a apoiar o Sócrates do que a elogiar o Jardim!
Um abraço
Estou inteiramente de acordo com as palavras de PATA NEGRA.
Soares da Cunha
Caros Pata Negra e Soares da Cunha,
Realmente a escolha não seria difícil! O homem da Madeira, por pior que se diga, tem obra feita, assumiu em plenitude que a sua função é criar condições de desenvolvimento para bem do povo que depende de si. No Governo Central, pelo contrário, vemos o abandono das pessoas, na Saúde, no Ensino, na Segurança Interna, na Segurança Social, para ser poupado dinheiro a fim de que depois «nada falte» aos detentores do poder.
E, como as eleições são secretas, cada um pode votar em quem entende, temos de concluir que ele ~tem estado no poder por vontade do povo. Se respeitamos a Democracia, não podemos deixar de ter respeito pela vontade do povo. Se os outros partidos não recebe, tantos votos é porque não conseguiram criar no povo confiança naquilo de que são capazes, é a prova de que a maneira de fazer política descrita no texto, não é a melhor e não produz os resultados que os incompetentes desejam. Nem se ganham muitos votos a dizer mal dos outros partidos sem demonstrar capacidade para fazer melhor.
Abraço
A. João Soares
Quero agradecer-lhe a visita que fez ao meu blog e, as amáveis palavras que lá deixou.
Quanto a este seu post, eu não gosto mesmo nada do Jardim! mas neste momento não posso deixar de subscrever na íntegra as palavras de Pata Negra.
Um Abraço
Anamarta,
O Jardim é realmente chocante na forma como diz as coisas e como se refere ao Governo central. É inteligente e sabe muito bem o que quer para o seu povo, mas escolheu modos demasiado populares e explora de forma inédita as possibilidades que os media lhe oferecem, sendo isso que leva as pessoas a não gostarem dele. E o que fere os outros partidos é o facto de o povo o apoiar, e de eles não conseguirem vencê-lo.
A Democracia está longe de ser um regime que agrade a todos, havendo muitos que falam nela com entusiasmo mas que, depois, não admitem que o povo é quem mais ordena e que tem razões para votar como vota, embora muitas vezes pressionado por métodos de acção psicológica ou de marketing!|
Abraço
A. João Soares
Eles não entenderam a homenagem ao Bokassa?
eheh! Aquele abraço infernal!
Pode realmente haver artes de Belzebu!
Os elogios podem ser um investimento para amaciar a hostilidade do «Bokassa» ao PS e ser o prenúncio de outros actos mais significativos para o futuro do AJJ. Ainda o iremos ver com um bom tacho oferecido pelo PS.
Coisas da politiquice actual para garantir vantagens para o Poder. Malhas que o Império tece!!!
Abraço
A. João Soares
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