Há títulos de artigos de jornais que, por serem tão chocantes podem causar asco por serem tomados por propaganda insensata ou constituírem rasteiras ao Poder por se prestarem a futuras comparações entre o prometido e o realizado.
Hoje lê-se no DN que «Portugal vai baixar em 30% novos casos de tuberculose», o que de repente parece ser um desse títulos, pois hoje, devido a factores variados nos últimos anos, o País destaca-se por ter os números mais elevados na Europa.
Depois lê-se o artigo e conclui-se que se trata de um objectivo a procurar atingir em três anos, a fim de Portugal igualar a taxa europeia de incidência da tuberculose, passando dos actuais 25,7 para 18 casos por cem mil habitantes, segundo anunciou ontem a Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Para atingir este objectivo prioritário, o Plano Nacional de Tuberculose procederá à detecção de, pelo menos, 70% dos casos e destes a cura de 85% ou mais, ao final de um ano, de forma a consolidar a diminuição de casos e conter o fenómeno da multirresistência.
Segundo a ministra da Saúde, Ana Jorge, esta meta tem que assentar "na importância do trabalho dos profissionais, o cumprimento das terapêuticas, especialmente para reduzir a forma multirresistente da doença e cumprir as boas práticas", o que devido aos comportamentos da sociedade e à complexidade do fenómeno, torna difícil a aquisição do objectivo. Tem de haver persistência na acção dos profissionais e no esclarecimento dos cuidados a ter pela população.
Embora a curva dos números de tuberculose esteja a diminuir - 14% de 2006 para 2007 -, Ana Jorge garantiu que a "acção não pode abrandar", recordando que a forma multirresistente da doença tem uma "expressão muito elevada", sobretudo na área metropolitana de Lisboa.
A governante sublinhou a importância de um acompanhamento de proximidade, de forma a tentar que os doentes tomem os medicamentos de forma directa e presencial., quando for esta a única forma de combate à doença. É preciso ter êxito nestas tarefas em trabalho de equipa de profissionais e das comunidades" por se tratar de uma doença que é "sempre um risco para a comunidade por ser contagiosa".
As acções abrangem actos adequados para tratar os pacientes, rastrear as pessoas que com eles convivem e para apoio domiciliário, sem descurar o acompanhamento de populações mais vulneráveis, e dos imigrantes".
Depois desta explicação (mais pormenorizada na notícia) conclui-se que ninguém garante que se atinja o objectivo, como o título leva a crer, mas que tudo vai ser feito nesse sentido, podendo até, se houver êxito, ser ultrapassado.
terça-feira, 25 de março de 2008
Títulos da imprensa. Propaganda ou rasteiras?
Publicada por A. João Soares à(s) 17:53
Etiquetas: tuberculose
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4 comentários:
O mundo do jornalismo é complexo, e quem escreve a notícia nem sempre escolhe o título, essa decisão cabe em última análise ao chefe de redacção. Não sei se terá sido o caso, mas também não sería nada de admirar.
Muitas vezes as notícias deixam de o ser, por pormenores destes que alguns dizem que ajudam a vender o jornal.
Cumps
Caro Guardião,
Vivemos num mundo de pouco rigor e seriedade. E quem estiver menos atento, caba por ser enganado. Ao ver este título a primeira impressão foi de estar em perante uma descarada propaganda para iludir incautos. Mas, depois de ler o artigo, vi que o mal estava apenas no título, pois é próprio de um objectivo estar um pouco acima da realidade, ser ambicioso para estimular a acção.
Um abraço
A. João Soares
Pois meu caro A João Soares, de facto a propaganda começa agora na sua máxima força, e temos de estar empenhados em desmascarar estes corruptos que se apanham no poder.
Veja-se o caso do IVA, agora com o Sócrates a dizer que vai baixar a partir de Julho, e a promessa não fica por aqui, já o diz que em ano de legislativas irá baixar ainda mais os impostos, para depois o povo cego, incauto e sem memória votar neles outra vez.
Vamos ter mais do mesmo, lá isso vamos.
Mas como a mim ninguém me cala, estarei pronto para lhes desancar, forte e feio, espero que o amigo me acompanhe...
Abraços do Beezz
Caro Beezz,
Não tenha a menor dúvida de que agora começam as pequenas esmolas com muita propaganda para enganar os ingénuos que reagem com muita gratidão entregando o voto. A cenoura faz andar os burros cansados e a levar mais carga.
Abraço
A. João Soares
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