sábado, 8 de março de 2008

Dia Internacional da Mulher

Para não deixar passar esta data em branco transcrevo um artigo dos três que a nossa colega Mariazita publicou no seu blogue a casa da Mariazita

Mulheres da Women’s Trade Union League

8 DE MARÇO – UMA DATA DE MUITAS HISTÓRIAS

Era uma vez uma mulher…duas mulheres…talvez 129 mulheres. A data era 8 de Março de 1857; mas bem podia ser de 1914 ou (quem sabe?) de 1917. O país era os Estados Unidos da América – ou será Alemanha? Ou Rússia?

Numa fábrica em Nova Iorque, onde trabalhavam, 129 mulheres foram mortas porque organizaram uma greve por melhores condições de trabalho.As fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário e pagavam-lhes um terço do que auferiam os homens para executar o mesmo trabalho.

Ao serem reprimidas pela polícia, essas mulheres refugiaram-se dentro da fábrica. Nesse momento os patrões, auxiliados pela polícia, num acto totalmente desumano, trancaram as portas e atearam fogo. As mulheres acabaram por morrer carbonizadas. Isto passou-se a 8 de Março de 1857.

Em 1903 profissionais liberais norte americanas criaram a Women’s Trade Union League, que tinha como objectivo principal ajudar todas as trabalhadoras a exigirem melhores condições de trabalho.

O incêndio de Nova Iorque, foi considerado, com toda a razão, um acto brutal. Contudo, há quem não o relacione com a celebração do Dia Internacional da Mulher, simplesmente porque não há qualquer documento oficial que estabeleça essa relação.

Alguns estudiosos entendem como mais fiável relacioná-lo com o facto de, no dia 8 de Março de 1917, operárias russas terem saído para as ruas reivindicando o fim da fome, da guerra e do czarismo, que culminou com o início da revolução russa de 1917.

Contudo, a referência histórica mais divulgada é a da II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhaga, Dinamarca, em 1910. Daí emanou a sugestão de que o mundo deveria seguir o exemplo das mulheres socialistas americanas, que inauguraram a luta pela igualdade de direitos. Dessa Conferência saiu também a Resolução de instaurar um Dia Internacional das Mulheres.

Mas somente em1975, através de um decreto da ONU (Organização das Nações Unidas), a data foi oficializada.

Não há, na Resolução de Copenhaga, qualquer alusão específica ao dia 8 de Março. Talvez esse facto justifique que o Dia Internacional da Mulher seja associado, nalguns locais, a datas diferentes (Chicago – 3 de Maio de 1908, Nova Iorque – 28 de Fevereiro de 1909, Alemanha e Suécia - 19 de Março de 1911).

O facto de o Dia Internacional da Mulher estar ligado a este ou àquele momento histórico não é significativo.

O que conta é que o dia 8 de Março universalizou-se pela semelhança dos eventos mundiais relacionados com as lutas das mulheres.

Nos dias de hoje o Dia Internacional da Mulher é mais do que um simples dia de comemoração ou de lembranças. É a oportunidade para uma profunda reflexão sobre a situação da mulher: o seu presente concreto, os seus sonhos, o seu futuro real.

Nalguns países realizam-se conferências, debates e reuniões, a fim de discutir o papel da mulher na sociedade actual, tentar diminuir e, quem sabe, um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Apesar de todas as conquistas já realizadas, em muitos locais ela ainda é sujeita a salários mais baixos, horas excessivas de trabalho, violência masculina e desvantagens na carreira profissional.

Muitas foram as conquistas da mulher ao longo dos tempos, mas ainda há muitas situações que precisam ser modificadas.

O Dia Internacional da Mulher é, pois, dia para pensar, repensar, e organizar as mudanças em benefício da mulher, e, consequentemente, de toda a sociedade. Os outros 364 dias do ano deverão ser para as realizar.

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