Pelo seu significado e como ponto de partida para meditação serena, séria e profunda, trago para aqui este pequeno texto da última página do Jornal de Notícias de hoje.
Quem tem medo de fantasmas?
A Câmara de Santa Comba Dão e o Governo Civil de Viseu empurram um para o outro, e ambos para a GNR, a proibição de uma romagem ao túmulo de Salazar marcada para o próximo domingo, dia do seu aniversário, por iniciativa de um tal "Movimento Nacionalista Terra, Identidade e Resistência", cuja sigla, MNTIR para quem, como eu, acredita no acaso objectivo e no poder revelador das palavras, diz praticamente tudo (ou quase tudo, pois falta-lhe um "E").
Não vejo é como, em democracia, se pode, e nem ponho o problema de saber se se deve, proibir alguém de colocar flores num túmulo (se é só disso que, no caso, se trata).
O fascismo não é coisa que se varra administrativamente para debaixo do tapete ou se apague da fotografia e recalque no poço sem fundo das culpas colectivas. Há por aí saudosistas de Salazar? Pois há; e como não haveria?
Mas a lição ética de liberdade da madrugada de há 33 anos que comemoramos dentro de dias passa justamente por aceitar a liberdade de opinião dos outros, por muito que essa opinião nos repugne.
A opinião (repito se é disso que se trata) não se proíbe, isso foi o que fez Salazar. A opinião discute-se e combate-se. Que diabo!, o homem está morto e enterrado há quase 40 anos, é esquisito que ainda haja quem tenha medo dele.
A Decisão do TEDH (394)
Há 11 minutos
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