Em democracia formal, o povo, os eleitores, são chamados a dar o seu voto, o que representa uma opinião sobre os problemas fundamentais do País, olhando este nas circunstâncias internacionais. Qualquer Estado, como acontece também com as empresas, só pode ser bem governado se não fechar os olhos sobre o que se passa na sua periferia, no meio de fornecedores, clientes e concorrentes. A táctica da avestruz de enterrar a cabeça na areia para ignorar o perigo, não é a melhor maneira de um vulgar ser vivo poder sobreviver no meio das realidades actuais. Nestes pressupostos, o eleitor, para poder dar um voto consciente, não pode limitar a sua informação à propaganda da campanha eleitoral do partido da sua simpatia, mas deve, momento a momento, olhar para fora e analisar aquilo que se passa, tomar posição, mesmo que apenas mentalmente sobre cada facto, sobre a forma como são aplicados ou postergados os princípios e valores que devem estar presentes na vida colectiva. Já passámos a época do «orgulhosamente sós» do regime deposto há 33 anos.
Mas, para espanto meu, um correspondente de e-mails que se diz militante do partido no poder, reagiu mal a uma mensagem retransmitida, algo anedótica, sobre a Universidade Independente, mas com moral, dizendo que «Eu interesso-me por outras coisas mais importantes, por ex. a terra onde vivo, os desprotegidos da sorte, a minha família, etc.». Com uma população assim teimosamente fechada no seu gueto, recusando-se a observar o que se passa em áreas que podem afectar a sua vida, a da sua família, a dos desprotegidos da sorte, não pode haver democracia, mas apenas e somente ditadura, mesmo que os ditadores sejam substituídos de quatro em quatro anos. Na situação que Portugal está a viver, todos nós, cada um de nós, é um desprotegido da sorte, pois tem de pagar sem «bufar» aquilo que lhe é exigido unilateralmente pela pesada máquina estatal e autárquica e do dinheiro total resultante dessa exploração, quem mais beneficia é o clã que vegeta à volta do Poder. Estas reflexões não são fruto de má vontade ou de informação privilegiada, mas apenas da observação daquilo que chega ao conhecimento de qualquer cidadão mediamente atento e interessado no bem-estar geral da população e no futuro do País.
Casos com este atrás referido, vêm dar mais razão aos escritos que aparecem no Blog do Leão Pelado , pela mão do bloguista que usa o apelido de «mentiroso». Realmente, com a população adormecida, anestesiada, não pode ser esperado um futuro do País à altura da sua brilhante história. Impõe-se fazer um esforço para acordar as pessoas que teimam em manter-se na modorra apática, abúlica, conformada, indiferente.
A democracia portuguesa precisa de todos os cidadãos, não podendo nenhum se dispensado de colaborar activamente para o desenvolvimento do País, não apenas nos aspectos económicos e financeiros, mas principalmente no culto de valores e princípios válidos para uma melhor qualidade de vida das pessoas. Um País são pessoas que devem ser felizes, e é para elas que deve convergir a acção governativa.
DELITO há dez anos
Há 7 horas
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