A pedido do autor, coloco aqui esta carta enviada à PR, à AR e ao MAI.
Exmos. Senhores
Tive ontem a honra (e também muita tristeza) em assistir ao 85º aniversário do Regimento de Cavalaria da Guarda Nacional Republicana. Mais uma vez ali foi apresentado um programa que evidenciou as extraordinárias vantagens de Portugal e a Guarda terem uma Unidade como o Regimento. Quer através das suas inúmeras capacidades operacionais nas áreas do policiamento urbano e territorial a cavalo, quer nas capacidades de intervenção na manutenção da ordem pública, no patrulhamento florestal prevenindo fogos e actos criminosos (com acesso a locais onde o homem não vai nem a pé nem em viatura, com uma visão privilegiada de cerca de 3 metros de altura e 360º de ângulo), o policiamento da orla marítima e tantas outras e variadas tarefas de missão onde se incluem as Honras de Estado e a segurança a Altas Entidades e suas residências oficiais.
Não posso acreditar que o resultado dum estudo levado a efeito por uma empresa civil, sem o mínimo conhecimento do que é a hierarquia duma força militar e seus escalões de comando, sem saber o que querem dizer as funções Comando, Controlo e Coordenação, que apenas se preocupou com a relação custo/benefício e com a obtenção de verbas através da venda de património de edifícios históricos e tradicionais, possa levar à extinção duma das Unidades mais antigas e representativas da Guarda e de Portugal. Certamente não sabem que esta Unidade é um dos 8 únicos Regimentos a cavalo existentes na Europa, o único na Península Ibérica e em Portugal que importa manter a todo o custo não só aproveitando as suas inúmeras capacidades operacionais, mas também para termos mais algo igual àquilo que se mantém como valores importantes europeus em países como a França, a Itália, a Holanda, a Suécia, a Grã-Bretanha, a Roménia e a Áustria.
É certo que é preciso modernizar e actualizar a Guarda, não estou contra e, sim, muito a favor. Mas destruir é que NÃO. Cuidado. Pensem bem e reflictam melhor.
Carlos Pires da Costa, Coronel de Cavalaria (reformado) ex-Comandante do Regimento de Cavalaria da GNR
A Decisão do TEDH (394)
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