sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Perigo do saber enfático e arrogante

Encontram-se escritos, em vários locais por aqui, alertas contra os «intelectuais», eventualmente senhores das maiores descobertas científicas que recitam a alunos, mas que ignoram as realidades da vida prática e os benefícios que para ela poderão advir da aplicação sensata e coerente das teorias. Entre outros artigos recentes, faço referência às apreciações constantes na entrevista de António Barreto a DN/ TSF e no artigo, que por ser mais conciso transcrevo. A entrevista pode ser lida aqui.

O jogo dos economistas
 Destak. 06 | 01 | 2011 20.25H. J.L. PIO ABREU

Depois de se meterem no buraco no início de uma crise que não souberam prever, eis que se levantam, de novo, os economistas de palco cheios de receitas para os nossos males. Não os suporto. A satisfação arrogante com que nos propõem o mais miserável destino e as mais contraditórias soluções, põe-me os cabelos em pé.

Senhores da fortuna e da desgraça, todos se armam em deuses, sabendo que são deuses menores porque tudo depende dos políticos que neles delegaram as responsabilidades. Mas que fazem eles, os economistas?

Nos negócios e empregos que têm, eles são os actores e os principais beneficiários do jogo económico. Nas Universidades, ditam as regras desse jogo. Nos Governos ou na influência que têm, eles apoderam-se também do campo de jogo onde, por suposto, jogam todos os cidadãos.

Usam palavras esotéricas, estrangeiradas, com que disfarçam os lances que executam. Nenhum deles aprendeu Matemática, e apenas lida com contas simplórias, feitas de percentagens, somas e subtracções, ao alcance de um computador ou de qualquer contabilista que conheça o significado das palavras. Mas é um jogo onde são jogadores, árbitros, donos do campo e ainda ditam as regras. Assim, qualquer um ganhava.

Todo o seu discurso, no fim de contas, se destina a ocultar uma verdade que, incluindo eles, todos conhecem: a única coisa que produz riqueza é o trabalho humano. A contabilidade serve apenas para a distribuir. E mal.

Imagem da Net

4 comentários:

Luis disse...

Caríssimo Amigo João,
António Barreto é um homem muito lúcido que com frequência apresenta artigos e entrevistas que devemos ler com atenção e fefletir nos pontos por ele focados. Tem uma linha muito coerente e sendo socialista é de facto um homem que não se deixa partidarizar pois o seu bom senso fá-lo fugir desses caminhos!
Um forte abraço.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Não há ninguém perfeito e é bom sistema analisar, com sentido crítico, as opiniões dos vários opinantes e, sem aceitar ou rejeitar totalmente o que ouvimos ou lemos, e irmos formando a nossa edificação de uma opinião própria, coerente com a nossa mente, os nossos sentimentos, sem assinar cópias de opiniões alheias.
Quando aqui transcrevo artigos, tenho apenas a intenção de dar pontos de reflexão aos visitantes, pois uma opinião bem fundamentada terá de conhecer as várias faces do problema.
Por exemplo, entre Alegre e Barreto há um ponto comum quanto à guerra do Ultramar, ambos, por forma diferente se furtaram a ela, mas a atitude de Barreto foi mais digna, não traiu a segurança de soldados do Portugal Profundo, muitos dos quais poderiam não ter morrido se não fosse a acção de Alegre na Rádio Argel. Barreto, na última cerimónia de 10 de Junho fez uma homenagem aos combatentes com a maior dignidade. o que caiu bem na alma dos ex-combatentes mais atentos e sensíveis a estas situações.
Barreto não é um poeta falacioso, mas um cientista coerente racional e patriota. Merece atenção, mesmo que se não concorde com alguns pormenores. É um dos poucos Homens do Portugal actual.

Um abraço
João
Sempre Jovens

Unknown disse...

Há um problema no meio disto tudo,toda esta gente está de uma maneira ou de outra viciada,não há por onde se lhes pegue, esta ultima democracia se é que podemos chamar-lhe de democracia é falssa.
O povo não tem direitos, não manda, não tem argumentos porque todo isto está estrumentalizado, os podres são encibertos porque esta malta come toda do mesmo tacho.
Democracia uma porra, se isto é democracia mais vale voltar à ditadura, não a vivi é verdade mas pelo menos o ditador principal era de numeros e morreu pobre.
estes são todos democráticos e é o que se vê.
cambada de ipócritas, basta ver esta triste história do presidente, candidato, ainda tem a lata de se sentir injustissado.
mas pronto é a tal democracia ditada com a maiuria de abestenções.
(poder ao povo uma ova)

A. João Soares disse...

Caro Campista,

Como muito bem diz, se isto é democracia dêem-nos novamente a ditadura. A democracia é governo do povo para o povo pelo povo. Mas este actual governo é uma forma de eles se governarem. Usam a coesão própria de bando, mas como cada um é egoísta, cego pelo interesse no enriquecimento rápido e ilícito, ambição sem ética, sem sentido do bem comum, ao ver que o Sócrates está na vertente descendente, começam a olhar pela sobrevivência e a preparar-se para a mudança. É um salve-se quem puder, com a Justiça inoperante a «respeitar» os seus protectores sem fazer ondas. Com tudo isso, o pais está a esvair-se das últimas gotas de sangue. Fogem milhões para os colegas e amigos, como os actuais administradores do BPN.
E «o povo que pague a crise», e o povo continua adormecido sem reparar que lha estão a retirar as poucas possibilidades de sobreviver.
Quando o povo abrir os olhos isto vai dar um grande estoiro. A fuga de armas dos comandos é um sinal de que o povo está a armar-se.

Um abraço
João
Saúde e Alimentação