Transcrição de artigo seguida de NOTA:
Os Tendeiros
Correio da Manhã. 09-01-2011. Por: Francisco Moita Flores, professor universitário
Confesso, até pela admiração que tenho pela sua obra literária, que não imaginava Manuel Alegre a liderar uma campanha tão ignóbil, tão suja, tão desprovida de dignidade quando se discute o futuro do mais alto cargo do Estado, que é com mágoa que o vejo afundar-se neste mar de peçonha e ressabiamento em que tende a transformar-se a campanha eleitoral.
Os ataques pessoais, contra a honra e o carácter do seu adversário Cavaco Silva, não se compaginam com o poeta que cantou Camões, que deu um sentido universal e de liberdade às palavras e aos poemas escritos em português. É certo que o pioneiro da arruaça foi Defensor Moura. Outra surpresa. Para o pior. Este embirrou com o 10 de Junho, renegou o orgulho de celebrar o Dia de Portugal e de Camões e, para tanto, não se coíbe de mentir. Por causa de uma tenda, imaginem! Decidiu que era tema de campanha eleitoral uma tenda que teve de alugar para as comemorações do 10 de Junho.
A tenda mostra, segundo ele, que Cavaco faz favorecimento a amigos pois, no ano seguinte, a dita tenda terá sido paga por ele à autarquia que recebeu, com orgulho, as celebrações do dia de Portugal. Ora essa autarquia é Santarém. E já explicámos, já mostrámos a factura, que foi publicada, que a tenda dos seus ódios foi paga por Santarém e não pela Presidência. Ao abrigo do mesmo protocolo que ele voluntariamente assinou para as celebrações do Dia de Portugal. Numa das suas intervenções, deixou claro para o que vinha com a sua campanha. Desfazer a imagem de honradez do seu adversário. Nem uma crítica política, nem uma alternativa política surge da parte destes dois concorrentes. Apenas um chorrilho de insultos que mais parece uma briga de tendeiros por um bom lugar na feira.
Há um malabarismo desonesto em toda a história com que estes dois candidatos querem forçar a mistificação sobre o BPN. Queriam que Cavaco antecipasse a história. Sendo que comprou e vendeu acções, de forma legal, num tempo em que o BPN era um banco em pleno funcionamento, que mostrava sinais de ser sadio, em que centenas de milhares de portugueses confiavam, e com o BPN negociaram na mais pura boa-fé, exigem-lhe que soubesse o futuro. Que soubesse que sete anos depois dessa venda, em vez de um banco estivesse ali um covil de manhosos. Não podia saber. Ninguém sabia. Nem a invocação de estarem lá amigos vale alguma coisa. É apenas obscena. E conhecendo-se toda a história, como agora se conhece, não existe crime algum. Ou melhor, existem dois: os crimes de injúrias e difamação com que dois candidatos procuram matar a honra de um adversário. Coisa indigna, para quem quer ser Presidente da República.
NOTA: Não é por acaso que não atacam o candidato Fernando Nobre. Está isento dos vícios e das manhas dos políticos, não está incluído nos tais «provincianos deslumbrados»!!! Por isso, se Portugal precisa de mudança, ele será o mais liberto de peias, conivências e cumplicidades para poder agir em defesa dos interesses nacionais, com as pessoas a terem prioridade sobre os números.
Imagem do CM
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
E eles querem ser chefes de Estado !!!
Publicada por A. João Soares à(s) 15:44
Etiquetas: dignidade, presidenciais, sentido de Estado
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Os homens perderam o sentido de estado e aprenderam a bicar-se como as galinhas numa disputa feroz.
Ainda bem. Mostram aquilo que são.
Comecei a pensar...Não me empurrem...
Não quero ir por aí....
Caro João,
Defensor Moura está nesta campanha para dizer umas aleivosias que Alegre não poderia dizer.
O PS não deixava.
Só vai dizendo uma tolices, uns disparates, e longe das figuras de proa do PS.
O "caso BPN" (???) demonstra a falta de ideias dos vários candidatos.
Fernando Nobre é uma excepção.
E será interessante verificar até onde poderá ir um cidadão completamente desligado da política numas eleições.
Pessoalmente, julgo que este é o único grande atractivo desta campanha.
Como vivo em Macau, terra de jogo e apostas, arrisco dizer que Fernando Nobre conseguirá o segundo lugar na votação de dia 23.
Cavaco Silva vai ser reeleito.
E vai reeleito à primeira volta.
Fernando Nobre será a grande surpresa.
Mas só para quem anda distraído.
Um abraço
Caro Luís Coelho,
O seu ponto de vista é interessante. Se querem uma função que dizem não ter poderes de decisão, ao menos não fazem promessas falaciosas, não empurram, mostram o que são - homens com as imperfeições de vulgares como as de indivíduos referidos nas secções de polícia dos jornais - e isso leva os eleitores a pensar e a decidir em conformidade com as suas conclusões.
Mas, infelizmente, ainda são poucos os eleitores que pensam sem se sujeitarem à propaganda dos seus «ídolos», querem mudar para se sair do lamaçal, mas acabam por querer comer o prato a que estão habituados.
Os vindouros vão ser as grandes vítimas dos erros de hoje, a não ser que decidam fazer a «Revolução Francesa» e «guilhotinar» os implicados na condução da crise. Só é de lamentar que tal «explosão social» não ocorre já.
Abraço
João
Sempre Jovens
Caro Pedro Coimbra,
Gostava que acertasse nas suas previsões acerca do Fernando Nobre. Seria um exemplo de grande interesse para o futuro da democracia. Mas as pessoas ainda não aprenderam a decidir pela própria cabeça, sem amarras a propagandas, sempre tendenciosas e interesseiras.
Toda a gente diz que são precisas mudanças, mas o resultado pode muito bem ser aquilo que o amigo prevê, a continuidade do actual detentor do Poder, apesar de tudo o que aconteceu muito do qual nem tem sido referido no lavar da roupa suja, como a infantilidade das «comunicações ao País». O meu amigo EMG, em quem são visíveis simpatias pelo centro-direita, diz que está decidido a votar no Francisco Lopes, só para retirar força aos resultados do previsível vencedor.
Esta contradição entre o declarado desejo de mudança e a rotina da continuidade, faz lembrar os tempos de meados do século passado em que os estudantes sabiam e diziam que a alimentação deve ser diversificada para conter todos os variados nutrientes, mas quando se sentavam no snack pediam o «bife com ovo a cavalo». Hoje talvez seja o hamburger com batatas fritas de pacote.
Caro Amigo. Veremos, mas +parece que o povo ignora que quem teve responsabilidades no problema dificilmente pode ser um bom agente da solução.
Abraço
João
Só imagens
Enviar um comentário