A Comunicação Social vem dando publicidade a cortes e reduções de pensões de reforma, e de salários, por exemplo, de Filipe Pinhal (de 70000 para 14000 por mês) e de Ricardo Salgado (auferiu 804000 em 2011 e apenas 552000 em 2012). Mas o que é chocante e deve ser salientado não é propriamente a percentagem da redução, mas o valor real antes e mesmo depois do corte.
Quando nos encontramos em crise sócio-económica e tanto se fala em pobreza e fome e no fosso que separa os mais ricos dos mais pobres, será sensato estabelecer tectos nos salários e nas reformas, e passar a referir as remunerações em números correspondentes a salários mínimos nacionais (SMN). Por exemplo, Ricardo Salgado auferiu em 2012 o equivalente a cerca de 1226 SMN, Jardim Gonçalves tem uma pensão mensal equivalente a 358 SMN, Filipe Pinhal, depois do corte de que se queixa, fica com uma pensão mensal de 31 SMN . Isto é escandaloso do ponto de vista das muitas famílias que vivem com um ou poucos SMN. Será que estes nababos têm civismo, para se queixarem publicamente das suas pensões pornográficas?
Esta sugestão está longe de colocar em questão ser moral, ético e justo remunerar em função da responsabilidade dos cargos e do esforço anteriormente desenvolvido na aquisição de conhecimento, de saber, na formação profissional. Não pode exigir-se a rígida igualdade de salários desde o porteiro ao administrador, mas é indispensável que as diferenças sejam menos escandalosas.
Na Suíça foi feito um referendo que aprova a redução dos salários milionários de forma a não ultrapassarem um limite máximo estabelecido. Os exageros criam mal-estar entre as categorias de trabalhadores, retiram recursos à capitalização das empresas, ao salário médio do pessoal e aos dividendos dos accionistas. Um tecto salarial situado, por exemplo em 10 salários mínimos já marca a diferença do administrador e lhe dá prestígio. Se a empresa tiver mais lucros, será oportuno, baixar os preços de venda dos produtos e premiar os trabalhadores segundo critério justos, em função da qualidade do serviço prestado.
Será interessante que a Assembleia-Geral do BES ao delibera em 27 de Março sobre política de remunerações, tome uma iniciativa inovadora e inicie a moralização da equidade e justiça social, à semelhança do exemplo vindo da Suíça.
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quarta-feira, 6 de março de 2013
Salários e reformas provocantes
Publicada por A. João Soares à(s) 09:33
Etiquetas: crise, despesas, equidade, justiça social
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