Perante a sucessão de desaires governativos progressivamente agravados e umas previsões para os próximos anos na sequência da espiral recessiva, Passos Coelho, com a sua habitual intenção de criar optimismo e esperança nos portugueses disse que «devemos procurar desmentir as previsões» do Governo, a que preside. Não disse quem é o sujeito de «devemos», mas supõe-se que sejam os governantes, os mesmos autores das previsões. Ele próprio disse que vai trabalhar para evitar que as previsões económicas se concretizem, as tais do seu Governo (mas ele não se passou para a oposição!!!).
Essa sua intenção começou por gerar em mim um efeito afrodisíaco, de estupefaciente, de incentivo à confiança no homem do leme.
Mas depressa, acordei dessa queda na letargia e me recordei que em 14 de Agosto (aniversário da batalha de Aljubarrota) último, Passos anuncia o fim da recessão em 2013, ideia de falsa propaganda que, poucos dias depois, foi evidenciada como absolutamente lunática ou utópica e hoje, passado pouco mais de meio ano, com sucessivas previsões falhadas e substituídas por outras mais pessimistas ou realistas, já não se repudia o conceito de «espiral recessiva» e de esperar que a recessão termine só para o próximo Governo. E, apesar de o seu Governo ser o autor das previsões, ele desdramatiza de forma incompreensível que “Previsões são apenas previsões”, o que significa que o médico deste doente, depois de receitar o mesmo remédio que agravou a doença e que, por isso, não a pode curar, não consegue optar por outra terapia menos danosa, mas reconhece que nem imagina sequer quando o doente recuperará, se é que algum dia conseguirá melhorar.
Entretanto, pessoas observadoras atentas dizem que as "coisas vão de mal a pior" e outras admitem que primavera é tempo de ruturas e outras fazem prognósticos menos optimistas. Do seu próprio partido sai a notícia de quem defende demissão do Governo.
Senhor primeiro-ministro, os portugueses não precisam da continuação dos seus anúncios de boas intenções, ideias, promessas e «planos» que conhecem há quase dois anos sem a mínima repercussão na melhoria das suas vidas (fome, desemprego, saúde, escolas, segurança, etc); eles ficariam mais motivados para aguentar se vissem efeitos positivos dos sacrifícios já sofridos, se vissem que valeu a pena, mas os números conhecidos produzem um efeito contrário, demasiado depressivo. Como não lhes pode mostrar os resultados positivos que desejam, não tente embriagá-los mais, com fantasias que não consegue concretizar. Procure colocar no terreno as promessas que faz desde há mais de dois anos, quando ainda andava à caça dos nossos votos.
E quando decidir falar aem público, producure explicar claramente, para ser compreendido pelos mais sacrificados como podemos ter esperança em tempos melhores. Como podemos acreditar que os governantes que têm apertado os nossos cintos dia após dia sejam agora capazes de agir com mais realismo e eficácia, para melhorar as vidas das pessoas mais carentes de nmeios de subsistência?
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domingo, 17 de março de 2013
PM é prometedor compulsivo
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2 comentários:
Enganou quem nele votou (eu não) desde que se apresentou a eleições com mentiras que logo saltaram à vista.
Abraço do Zé
Caro Zé Povinho,
Também não levou o meu voto expresso, mas um papel em branco como bofetada em todos os candidatos. São todos o mesmo, mas uns piores do que os outros conforme as oportunidades que lhes surgirem.
Já encontrei quem justificasse o voto nele, porque era preciso derrotar Sócrates. Logo, não votaram no Pedro mas, sim, contra o Zé.
Isto está a precisar de uma maioria de votos em branco para todos terem vergonha e se delinear um sistema diferente, sem depender dos partidos, com a sua matilha de «jotinhas». Por exemplo: escolhas livres nos conselhos; depois desses eram escolhidos os distritais e de entres os melhores seriam eleitos os nacionais. A grande massa poderia escolher apenas os municipais e seriam estes que depois fariam a deliberação final... para que o sistema não ficasse muito caro ao contribuinte.
Com o esquema actual a bagunça será permanente porque o cidadão escolhe listas sem saber quem são os figurões que nelas constam. E a maioria dos eleitos actuais desconhecem totalmente as realidades do País
Abraço
João
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