quinta-feira, 28 de março de 2013

Poesia de Viçoso Caetano - Aí está 2013


Aí está 2013
C´os três Dês da Revolução:

O primeiro: - DESEMPREGO
Que fez de ti um labrego,
à procura dum emprego,
e traz em desassossego
as classes trabalhadoras,
pois não vislumbram melhoras
nem sequer a longo prazo.
E que só por mero acaso
ainda não deu em ocaso
de forma avassaladora.
É qu´as empresas, ou fecham
ou caminham pr´á penhora!...

O segundo: - DEMOCRACIA
Com bafo a maçonaria
e hálito a BPN,
qu´avaliar p´lo fedor
e co´a nova “HORTAGRAFIA”
troca o N por um M.

O Terceiro: - DESILUSÃO
Trinta e nove anos depois,
de tanta promessa, em vão,
a verdade nua e crua
e que não tem discussão:
- Estamos co´as palhas na mão
e nas ruas da amargura.
Futuro, aqui, NÃO HÁ NÃO!

Vai agora então p´ra rua
dar vivas à Revolução.
E leva o cravo contigo
nas orelhas, na lapela
(o tal cravo vermelhusco)
que te dá o ar patusco
d´esquerda meia – tigela
mas t´autorga, no partido
o direito à gamela…

Ao contrário dos três Dês,
outrora eram três efes,
a balizar a Nação.
Mas agora a mesquinhez
e falta de educação
da “malta” da Revolução,

trocou os três por um só,
qu´eu não escrevo aqui não,
pois é um grande palavrão.

Este País mete dó,
ninguém dá ponto sem nó!

Um Pais que foi Império
e hoje é protectorado;
Um País que foi burlado
e ninguém é condenado;
Um País pobre e falido
e em que cada partido
se julga numa coutada
- fortaleza inexpugnada –
por TODOS NÓS sustentada,
pois que por nós foi votada.

Um País que anda perdido
e onda nada faz sentido.

Até as Forças Armadas,
e outras militarizadas,
estão a ser enxovalhadas
por uns desqualificados
com pendor p´r´amaricados,
que pululam nos senados,
p´ra onde foram levados
de fraldas ou de cueiros
e que por trinta dinheiros
´té renegam Pai e Mãe!

Foram p´ra lá aprender
a falar e a escrever
e antes que tudo a dizer
APOIADO! MUITO BEM!

E porque são bem-mandados
o Partido não os esquece.
Ao cabo de três mandatos,
Sempre a dizer “YES”
e AMEN aos sindicatos,
voltam a aplicar-se as normas:
Vão p´ra lá outros gaiatos,
sendo eles recompensados
com umas brutas Reformas!

Esta, a turba mercenária,
que assaltou o poder

- sem saber ler nem escrever –
Onde uma ou outra alimária
a “armar-se” em luminária
e a raciocinar co´as patas,
p´la lógica das batatas,
nos arrastou até aqui.
Descalços ou d´alpergatas
às esmolas do FMI!!!

Uns grupelhos de garotos
a culparem-se uns aos outros
e que, quando há eleições,
logo no dia a seguir,
vêm as oposições
contestá-las e exigir
eleições antecipadas!

Estas e outras bacoradas,
que até são apresentadas,
como manifestações
da melhor democracia
por alguns comentadores,
quase todos bajuladores
e a “puxar” p´rás confrarias,
em troca d´alguns favores
ou mais uma mordomia,
que no caso português,
é Pão Nosso de cada dia.

Assim a DEMOCRACIA
é uma HIPOCRISIA
qu´assenta na TRILOGIA:
EU, OS MEUS e NINGUÉM MAIS.
E nem cinco PORTUGAIS,
qualquer deles bem nutrido
- e um p´ra cada partido –
lhes saciaria a gula,
até encherem a mula.

Eles são todos iguais!
Quem quiser que os engula.
Eu, é que não voto mais!

Viçoso Caetano
O Poeta de Fornos de Algodres
Março de 2013

2 comentários:

Luis disse...

Caríssimo Amigo João,
Belo poema feito por quem tem saber!
Vou por ele e também não mais votarei pois não estou disposto a dar mais "um tostão" a quem tão mal nos trata!
Um abração muito solidário.

A. João Soares disse...

Caro Amigo Luís,

Em meu nome e no do poeta Viçoso Caetano, agradeço este teu comentário que mostrar uma ousadia democrática que poucos usam.

Embora Viçoso Caetano não utilize a comunicação virtual, terá conhecimento dos comentários que aqui são colocados. Trata-se de um patriota que, desde muito novo, aprendeu e praticou a colocar PORTUGAL acima de qualquer partido e sobrepõe-se a todas as tricas interpartidárias que raramente se dirigem aos verdadeiros interesses nacionais.

É um Homem com larga experiência da c«vida, com várias experiências de sucesso, que cultiva as amizades e, com elas tem dado brilho aos negócios que dirigiu. Como podes ver nos álbuns do Só Imagens é o organizador e dinamizador apaixonado de encontros muito significativos, quatro a cinco vezes por ano

Um abraço com os melhores votos de uma Páscoa muito feliz

João