segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Desemprego e recessão

Dados do fim de Julho mostram o agravamento do desemprego desde igual mês do ano anterior, em que o actual Governo já estava em funções. Segundo a notícia Desemprego de licenciados sobe 49,5%, os centros de emprego apresentaram os seguintes números:

- desempregados inscritos: 655 342, aumento de 131 224 (25%),
- jovens licenciados: 74 416, aumento de 24635 (49,5%),
- os inscritos há menos de um ano aumentaram o tempo de permanência 35,4% ,
- o número de desempregados de longa duração subiu 11,2%,
- as ofertas de emprego por satisfazer nos centros de emprego eram 11 417, menos 19%,
- as colocações realizadas ao longo de Julho fixaram-se em 5422, mais 0,4% do que em Julho de 2011

Interessa também ver a notícia Número de professores nos centros de emprego duplica

No entanto, apesar desta situação aterrorizadora, Passos anuncia o fim da recessão em 2013, o que só poderá verificar-se por milagre de medidas altamente inspiradas e adequadas ao problema dramático que se vive. Como não podia deixar de ser, surgiram logo comentários acerados e alguns a camuflar a frase como uma intenção, visando acalmar os espíritos. A crítica com mais crédito por vir de dentro do Governo foi a do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, não está tão seguro como o primeiro-ministro quanto à recuperação económica já em 2013 que justificou o seu pouco entusiasmo, dizendo que “temos de estar atentos à evolução da economia internacional, nomeadamente da economia europeia.” “Há sempre imponderáveis, sempre uma incerteza bastante grande, especialmente quando estamos a viver a maior crise mundial das últimas décadas”. E acrescentou: “De qualquer maneira estamos convictos de que as reformas que já estão no terreno, que as políticas que estão a ser implementadas e que a continuação do ímpeto reformista (…) irão dar os seus frutos”.

São medidas já decididas e experimentadas que o povo precisa de ouvir para ficar informado e poder aderir conscientemente à acção do Governo. Mas, concretamente, os números atrás referidos são demasiado eloquentes para poder permitir ilusões.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Zé Povinho disse...

Os frutos das políticas deste governo já estão à vista, e não adianta criticar os anteriores governantes, porque para trás mija a burra.
Abraço do Zé

A. João Soares disse...

Amigo Zé Povinho,

Qualquer camponês, por mais iletrado que seja, sabe que o fruto de uma sementeira é conhecido poucos meses após. Ora este Governo tem mais do que um ano de «trabalho» ou de «mordomias» em que se incluem centenas de aparição nas TVs para nos enganar com promessas e nos iludir com palavras de optimismo quanto a planos (ideias) de «antes quebrar que torcer», «doa a quem doer». E todos estamos a ver quem são os que suportam a dor, são os que arcam com maiores sacrifícios, impostos mais pesados, cortes de apoios (o IVA prejudica mais os que têm que gastar todo o pouco que recebem, pois não investem na bolsa nem nos offshores).

Ouvi em 1966 o professor Manuel Jacinto Nunes dizer que o Estado não é bom patrão nem bom pagador. Nunca tive dúvidas.

Agora, está a passar-se um fenómeno curioso: Os bancos, com o descarado apoio ao consumismo e o recurso ao crédito criaram a crise que coklocou o povo mais desprotegido em sérias dificuldades e é este que tem que pagar mais impostos e fazer mais sacrifícios para que os bancos, empresas privadas, em economia livre, serem recapitalizados pelo Estado (contribuintes). Não é fácil encontrar anedota mais saborosa, só é pena ser trágica pata muitas famílias.

Abraço
João