Para planear uma viagem, vamos ao mapa, procuramos o local onde nos encontramos e o de chegada e, depois escolhemos o percurso que mais nos interessa, quanto à orografia, à distância, às localidades por onde queremos passar, etc. Enfim, aplicamos a metodologia de planeamento referida em Pensar antes de decidir
Partindo daqui, a saída da crise exige que se conheçam bem os seus diversos parâmetros, se defina o objectivo pretendido, de forma concreta e clara, para poder ser escolhida a melhor estratégia geral que será a orientadora das diversas estratégias sectoriais, todas coerentes e convergentes para obter o máximo de sinergias.
Quanto à definição da crise existem muitos elementos de informação na Comunicação Social e, agora, sabe-se que o desemprego embora já fosse considerado o pior aspecto da patologia, através de despedimento colectivo aumentou 70% até Abril. Isto é atribuído por muito observadores às exageradas medidas de austeridade que retiraram poder de compra aos mais necessitados, aqueles que consomem tudo quanto ganham. Este facto previsível originou a redução compulsiva do consumo, veio encolher a facturação do comércio e da restauração, repercutiu-se, a seguir, na menor produção da indústria por falta de escoamento, no encerramento de empresas, nos despedimentos, e de tudo isto a diminuição dos impostos recebidos pelas finanças e, como era previsível, o aumento do défice, de que agora Vítor Gaspar se queixa, embora o povo não compreenda que se mostre surpreendido.
Quanto ao objectivo, têm sido ouvidas palavras ocas, sem conteúdo explícito e claro, como crescimento, justiça social, reformas estruturais, e Cavaco disse ontem que o país precisa fazer o possível "para que o barco chegue a bom porto", mas embora se presuma que esteja a referir-se ao «objectivo estratégico» nada nos diz de forma clara e concreta sobre este.
E quanto a estratégia, limita-se a dizer que é preciso «fazer o possível», mas não diz qual a melhor pista a seguir dentro daquilo que é possível, para chegar a «bom porto»
Com todo o respeito e veneração para com a figura do mais alto magistrado da Nação a que me habituei desde tenra idade, acho que quando o actual PR fala, com as suas credenciais de alto estratega da economia nacional, as pessoas devem acreditar e ficar esperançosas nos resultados da rota a seguir até ao fim da viagem. Mas das suas palavras não resultam directrizes convincentes, mas, pelo contrário, deixam dúvidas e confusão: O que é que é possível? Porque não define qual é o «bom porto»? Porque não dá sugestões aos portugueses para as melhores alternativas? Sem sugestões mais concretas, as suas palavras são tão banais como muitas das que ouvimos nas feiras, nos transportes públicos e nos cafés.
Precisamos dos nossos eleitos a competência, a clareza, a verdade, a coragem para seguirem de forma convincente os passos da metodologia atrás referida. Depois surgirá a confiança e a esperança dos portugueses e a consciência do valor do seu esforço individual para criar crescimento, segurança, justiça social e melhor qualidade de vida.
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domingo, 24 de junho de 2012
Crise, objectivo e estratégia
Publicada por A. João Soares à(s) 17:09
Etiquetas: crise, estratégia, objectivo, sentido de responsabilidade
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Cavaco em visita a Guimarães
O Presidente da República foi a Guimarães para inaugurar a Plataforma das Artes e da Criatividade, onde vai recebeu a medalha de ouro da cidade. A distinção a Cavaco Silva foi decidida na quinta-feira com o voto contra do vereador da CDU.
Durante a inauguração, o presidente da República sublinhou que a "ligação" entre criatividade e empreendedorismo pode contribuir para "melhorar" a qualidade de vida da população e "até estimular a empregabilidade".
"Essa ligação contribuirá para melhorar a qualidade de vida e as condições de vida da população do Norte do país e até estimular a empregabilidade, principalmente dos mais jovens", afirmou.
Minutos antes, no discurso de inauguração do edifício e de agradecimento pela distinção, Cavaco Silva salientou a "necessidade" do Norte do país "se afirmar como um espaço privilegiado de crescimento das indústrias criativas em articulação com a atividade empresarial".
Segundo o presidente da Republica "desta articulação irá decerto resultar uma renovada dinâmica para as empresas" e "constituirá também um importante elemento de empregabilidade de jovens talentos".
Governo reafirma que restrições são necessárias para vencer a crise
O primeiro-ministro defendeu, este domingo, que "não há forma de vencer uma crise" sem "problemas sociais ou políticas restritivas", mas que Portugal está "bem mais próximo de ultrapassar" o estado de "emergência" do que há um ano.
As palavras do chefe do Governo foram proferidas no final do Conselho de Ministros informal para avaliar o primeiro ano de mandato, que decorreu, este domingo à tarde no Palácio da Ajuda, numa declaração conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros sem direito a perguntas dos jornalistas.
"Se nuns aspetos as coisas correram melhor do que previsto e noutros aspetos pior, isso não significa que não estejamos a caminhar na direção certa e de que os resultados não sejam globalmente positivos, como é importante que aconteça e como os nossos credores externos têm reconhecido regularmente", considerou Passos.
Principal força motriz
O primeiro-ministro apontou as reformas estruturais como "principal justificação e força motriz" do Governo, definindo para o próximo ano prioridades como a transposição do tratado orçamental, reforçar o processo de privatizações ou a abertura da economia.
Numa intervenção de cerca de vinte minutos, o chefe do Governo defendeu que o executivo deve "continuar a trilhar" o caminho para "criar condições duradouras para a prosperidade futura dos portugueses" e "prosseguir" uma agenda de reformas em vários setores da economia e da sociedade.
Passos advertiu que o sucesso desta transformação não depende apenas do Governo e que "há variáveis externas muito influentes" que não são domináveis "e que podem facilitar ou dificultar o caminho", mas que este assume as suas responsabilidades.
"As reformas estruturais são a principal justificação e força motriz da ação política do Governo", sublinhou, defendendo que o país deve "confrontar os seus problemas".
"Quanto mais adiarmos essa tarefa, mais custoso será empreendê-la e mais difícil o caminho, os portugueses sabem que o caminho que estamos a fazer nunca prometeu facilidades e que é árduo percorrê-lo, mas é o caminho certo para mudarmos de vida e encararmos o futuro com a perspetiva de uma justa prosperidade para todos", considerou.
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