Pedro Passos Coelho, manifestando-se consciente da "situação de grande dificuldade" que Portugal atravessa, disse hoje, no debate quinzenal no Parlamento com a presença do Governo, que o país cumprirá as suas obrigações "custe o que custar".
A propósito, o antigo presidente da República Mário Soares disse:"Custe o que custar são palavras fortíssimas", porque "acima de tudo estão as pessoas e o bem-estar das pessoas e não penso que a austeridade, só a austeridade, leve a nenhum lugar".
Alertou "se ele [Pedro Passos Coelho] acha que só é preciso a 'troika', é a posição do primeiro-ministro, mas é uma posição que vai sair mal, porque toda a Europa já está a pensar que não é só por aí que vamos".
Defendeu que, "além da austeridade, que é necessária, precisamos de ter crescimento económico, sem isso não se vai a lado nenhum, e de diminuir o desemprego", considerando estas necessidades como algo "fundamental".
Alertou para que "há uma ideologia que está em força que é o neoliberalismo. E os neoliberais pensam não nas pessoas, mas no dinheiro".
Frisou que se trata-se "de uma situação dificílima que se vai repercutir politicamente e não pode durar muito tempo porque as pessoas começam, realmente, a ficar desesperadas".
Referiu que "agora estão a dizer 'vão para fora, emigrem'", ou seja, "estamos a gastar dinheiro para dar às pessoas um certo bem-estar e eles [Governo] dizem 'emigrem'". Dessa forma, as pessoas "vão servir outros países, quando podiam e gostariam de servir o nosso?" e rematou: "Acho que isto é uma política de doidos".
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