quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cuba e o fim da aventura

Cuba, a maior e a mais falada ilha da América Central, é um exemplo para o mundo quanto aos cuidados a ter na governação, em que se deve pensar mais no povo do que em caprichos e sonhos de grandeza dos dirigentes. Como diz Cavaco, ao mudar é preciso ter garantias de que se faz para melhor pois, como diz uma antiga canção «para pior já basta assim».

Como diz a notícia mais recente «Cuba falida despede 500 mil funcionários», o que não surpreende depois de há poucos dias ter vindo outra com o título significativo «Fidel Castro diz que modelo económico de Cuba não funciona nem para os cubanos» e outra com ela concordante «Fidel diz que modelo económico da ilha já não serve». Ambas estas alertavam para a necessidade de reformas a levar a cabo pelo irmão Raul Castro e para a conveniência de não lhes serem colocados entraves, «Fidel admite falhas para abrir espaço às reformas do irmão».

Durante 52 anos, desde fins de 1958, com aliás vinha sendo feito antes, o povo era utilizado pelos políticos como a relva dos estádios o é pelos jogadores de futebol, pisado sem contemplação. Isto é vulgar em povos culturalmente menos desenvolvidos. O que impera são as ideias, por vezes inteiramente desajustadas, dos políticos que, arrogantemente, tentam impor o seu poder contra todos os alertar de bom senso. Embora se fale de democracia, em que a soberania reside no povo, este é esquecido com a excepção dos momentos que antecedem a recolha de votos.

Será conveniente que os gestores dos Estados interiorizem que o que é bom para o povo deve ter prioridade sobre caprichos e inovações ilusórias, sem viabilidade sustentada. Os grandes erros pagam-se por preços, por vezes, incomportáveis com as possibilidades. A gestão pública exige sentido de Estado e sentido das responsabilidades e uma justiça eficiente, independente, isenta e igual para todos os cidadãos, independentemente das suas funções.

Imagem da Net.

2 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Pois!
O fim da aventura...
E o bloqueio?
Ainda dura?
Dura, assim o creio...

A. João Soares disse...

Bem observado,

Não devemos colocar em dúvida as palavras do Fidel, mas louvarmos a sua franqueza, pouco frequente entre políticos. E os motivos que levaram ao bloqueio? E a ameaça dos mísseis nucleares soviéticos, ou crise dos mísseis de Cuba? (Wikipédia: «O episódio conhecido como a crise dos mísseis de Cuba (em inglês Cuban Missile Crisis), ocorrido em Outubro de 1962, foi um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria. A crise é conhecida pelos russos como "crise caribenha" (em russo: Карибский кризис, transl. Karibskiy krizis) e pelos cubanos como "crise de outubro" (em espanhol: Crisis de Octubre).

E os exilados desde há muito e os «condenados» que têm sido expatriados para Espanha nos tempos mais recentes?

Nada acontece por acaso e é desaconselhável falar apenas num episódio isolado, sem olhar para os lados e para os antecedentes.

Abraço
João
Do Miradouro