terça-feira, 7 de abril de 2009

Partido acima do Estado ?

Era suposto que os políticos se propusessem defender os interesses de Portugal e, inerentemente, dos portugueses. Isso devia ser o objectivo da Política, como ciência e arte de governar. Quando se fala de União Europeia, os interesses a defender deviam ser os que envolvem toda a EU e a sua posição no Planeta, sem descurar as particularidades dos pequenos países membros, como é o nosso.

Estas minhas ideias não passam de fantasia utópica perante as afirmações paroquiais dos políticos mais falantes. Merece ser meditada a campanha demolidora que o cabeça de lista do PS está a desenvolver contra o actual presidente da CE, um português, só por este não ser do PS. Títulos de notícias como este são expressivos. «Vital Moreira explica que deve ser o partido mais votado a indigitar presidente da CE». E o Sr professor nem sequer propõe a alternativa, para nos convencer que a substituição seria útil à EU e a Portugal.

«Vera Jardim considera que Europa precisa de um líder mais à esquerda que Barroso»
, mas qual? Porque não diz quem, a fim de podermos avaliar as capacidades de um e do outro, para podermos decidir o nosso voto?

Embora já aqui tenha manifestado reticências a várias posições de Paulo Portas, tenho que confessar que, pelo que diz a notícia «Paulo Portas pede que recandidatura de Durão não seja arma de arremesso», evidencia mais espírito de Estado, colocando os interesses deste acima das tricas partidárias, acima das cólicas intestinais dos partidos, acima da ânsia doentia de o partido dominante se querer apoderar de tudo quanto mexe, ao estilo de Hugo Chávez o ídolo oficial do PS ou de Robert Mugabe.

Haja senso e sentido de Estado. Raciocinem olhando um pouco à frente do vosso nariz, mesmo que este seja muito comprido, deixem de focar apenas o próprio umbigo. Antes de falarem vejam bem se não seria de maior interesse estarem calados. Quando falarem apresentem argumentos convincentes, porque nem todo o povo está a dormir. Num post anterior, a propósito das pressões eram apontadas afirmações de Vitalino Canas, de Alberto Martins e de Augusto Santos Silva que são impossíveis de justificar, por falta de lógica, de coerência. Com tais palavras vazias ou com conteúdo contraditório, só perdem prestígio e deixam de merecer a confiança dos eleitores. Tenham dignidade. Sejam homens. Levem a sério este conselho leal e bem intencionado, para vosso benefício, do vosso partido e de Portugal.

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