Portugal está de parabéns. Os muitos abortos que eram feitos às escondidas e em condições precárias de higiene, colocando em risco as vidas das mulheres, passam a ser feitos com mais segurança, por ter deixado de ser considerado crime.
Isto. Só por si, é um avanço civilizacional.
Porém, oxalá não desapareça o respeito pelo ser humano desprotegido que confia na mãe, como sua hospedeira, e não passe a haver mais abortos em consequência da facilidade dada pelo referendo. Há quem proponha medidas de aconselhamento, e a intensificação da educação para o uso de medidas preventivas, para evitar a gravidez indesejada. Isso é indispensável, porque Portugal, para continuar a sua história, precisa de bebés, de crianças, de jovens, porque a população está envelhecida.
Um aspecto grave é o do SNS se essas cirurgias passarem a ser feitas nos hospitais do Estado, onde muitos doentes esperam meses por uma consulta e anos por uma cirurgia. Aí, como as abortantes não podem esperar além das dez semanas, serão os verdadeiros doentes ultrapassados nas listas de espera e terão de esperar mais, talvez até à morte. Mas, também neste aspecto, já há sugestões positivas: o facto de deixar de ser crime não significa que o aborto tenha de ser feito em hospitais do Estado, ou a expensas do dinheiro público, mas sim em clínicas particulares. Se deixam de pagar à abortadeira de garagem, passam a pagar a um clínica autorizada. Mas não vão prejudicar os doentes já tão massacrados pelo mau funcionamento do SNS. A gravidez não é uma doença, o feto não é um cancro, o espermatozóide não é um vírus, pelo que o Serviço Nacional de Saúde não deve prejudicar os verdadeiros doentes, quanto a consultas, a internamentos, cirurgias, comparticipações, etc., para apoiar quem deliberadamente destrói a evolução natural da vida devido a um descuido, desleixo, estupidez ou simples ignorância. Ensinem-se as mulheres quanto ao funcionamento do aparelho sexual e à forma como interromper o caminho dos espermatozóides para evitar a gravidez, e em caso de dúvida, têm a pílula do dia seguinte.
Cabe agora aos legisladores e governantes preparar o corpo legislativo mais adequado.
Tenhamos esperança, com algum optimismo, mesmo que este seja um pouco utópico.
A Decisão do TEDH (399)
Há 39 minutos
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