sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

PORTUGAL DESAMPARADO

Portugal ainda não recebeu um cêntimo das despesas efectuadas em Timor, na missão das nossas forças policiais lá estacionadas. A ONU ainda não pagou, dizem fontes governamentais mostrando-se desagradadas com o tratamento daquela organização mundial. Pedem-nos mais forças para lá, quando nem sequer foi assinado o protocolo entre as Nações Unidas e Portugal relativo às forças que lá estão!
Enquanto isto, Portugal não tem dinheiro para o seu dia-a-dia local. Endivida-se, vende o ouro da reserva que o "velho senhor" deixou, para que estes "novos senhores" façam uma política externa utópica em desprimor da interna.
Mas afinal, porque será que nunca mais acordamos para a realidade?
Senhores governantes, dizem-nos constantemente que não há dinheiro, que nada se faz por isso (aumento das reformas, dos ordenados, incremento da escolaridade e formação profissional, apoio aos idosos e deficientes...), bem como tudo se faz por isso (fecho de escolas, de hospitais, maternidades, corte nas reformas, nos subsídios de desemprego, de alimentação...). Não será tempo de reflectirem em verdade e consciência que Portugal precisa é de uma política realista, começando por definir o que é realmente prioritário ?
A verdade é que o MAI não tem dinheiro para manter as polícias em Portugal e tem para subsidiar a ONU?! Afinal temos ou não efectivos suficientes nas forças de segurança? Porque se fala constantemente em racionalizar meios humanos se até policiamos Timor?
Senhor Primeiro Ministro precisamos de operacionalizar as nossas polícias em PORTUGAL. A miséria é enorme; caiem as instalações, armas velhas, mistura insensata de civis sem conhecimentos e capacidade na matéria, com policias, pensando que aquilo é uma mera repartição de finanças ou uma escola, nada percebendo do que deviam fazer e não fazem (com culpa de quem os baralha e distribui sem a devida formação).
São as avaliações inconclusivas e irreais que minam a moral dos policias, que dizem cada vez mais que "o melhor serviço é aquele que fica por fazer". Mas que fazem "os impossíveis" para exercerem a sua profissão e a pronta protecção dos cidadãos.
Olhe para onde vai parar estes país, senhor Ministro da Administração Interna, pois nós os portugueses sabemos bem o que se passa ... não chega assinar um despacho para que as forças policiais previnam os suicídios, mas urge dotá-las de modernidade e humanismo efectivamente condizentes com este século XXI.
Senhor Primeiro Ministro, o mesmo se passa em relação às FA (Forças Armadas), onde tudo se confunde na falta de uma verdadeira estratégia para esta área. Sou contra passeios de qualquer descontentamento, mas parece-me que o governo começa a deixá-los sem alternativas, por absoluta incompetência e falta de rumo. Mesmo os operacionais, os verdadeiros, aqueles que não buscam benesses, aqueles que não participando em "manifs" se interrogam dentro de portas.
Arrumemos a nossa casa primeiro e depois pensemos nas Missões de "paz" no estrangeiro.
Ninguém pode ajudar os outros se não estiver com saúde, ou de bem consigo próprio.
Postado por MRelvas

NOTA: Extraído do Blog Aromas de Portugal, devido à descrição de uma situação que começa a ser deveras e preocupante e crítica e bem merecendo uma profunda reflexão. É um alerta aos responsáveis pelo País, um apelo à sua capacidade de ponderação e de decisão.
É desejável que as esperanças das pessoas de boa intenção não sejam defraudadas. A evolução do mal-estar da população, que cada vez tem de fazer mais apertos do cinto sem ver nisso qualquer beneficio, poderá acordar e fazer das suas e, então, as forças da ordem são indispensáveis. O Governo devia mantê-las operacionais, eficientes, para poder contar com elas. Mas, com o desprezo que lhes dedica, não se vê como tudo isto irá normalizar-se. A disciplina não deve ser entendida como subserviência.
Mas queremos um futuro brilhante para Portugal, onde os nossos descendentes gostem de viver e se sintam felizes, e não tenham razões para lamentar a herança negativa que os governos anteriores que lhes deixaram.

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