sábado, 12 de maio de 2012

«Crises Artificiais»

O Primeiro-Ministro diz que o país «está cansado das crises artificiais». Mas como seria a crise actual se não se tratasse apenas de uma «crise artificial»? O défice, a dívida, os juros da dívida, o desemprego, a austeridade, pelos vistos nada disto é real e doloroso, mas apenas uma fantasia, uma artificialidade.
Será mesmo assim? Como explicar? Será que os mandatários dos eleitores respeitam os sentimentos destes, os seus problemas de subsistência e as suas diversas dificuldades?

Imagem de arquivo

2 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

A vida agora é mais simples. Toda a gente está informada das contas do país. E a austeridade significa apenas que, quem emprestava dinheiro, deixou de o fazer por saber que as hipóteses de o receber de volta são muito diminutas. (quando Portugal disparou o défice para cima do PIB).

A. João Soares disse...

Caro Táxi,

Parece que a simplicidade da vida moderna é apenas aparente. As pessoas são dominadas a distância pelos poderosos bancos que vivem da agiotagem, do empréstimo de capital, dos cartões de crédito, do «vá de férias e pague depois». Fazem isso com uma publicidade agressiva a que as pessoas nem sempre têm coragem de resistir, de dizer NÃO. Depois, a bolha rebenta e surgem as grandes crises. Esta surgiu devido aos sucessivos empréstimos para compra de imóveis. Empresta-se dinheiro inexistente, apenas escrito em papel, ou apenas em software, assente na fé que, às tantas, já não tinha razão de ser.

Os bancos rebentaram e o Poder, dominado por eles, cria a austeridade para retirar aqueles que foram vítimas dos crimes financeiros, o pouco pão do pequeno almoço, para recapitalizar os bancos e estes, estão já a estruturar outra modalidade de criar enriquecimento para os seis accionistas e governantes corruptos, seus servidores, numa nova fase de feudalismo, em que a grande maioria da sociedade é transformada em servos da gleba sem esperança real de felicidade.

Com promessas e bolos se enganam os tolos. E agora, doura-se a pílula, querendo convencer que o dramático aumento do desemprego originado pela austeridade é uma bênção governamental com a imagem de «novíssimas oportunidades».

Os desempregados devem sentir-se agradecidos ao Poder por lhes dar estas oportunidades!!!

Abraço
João