Quando o homem do leme perde a fé no rumo seguido, a tripulação não pode ficar indiferente. O desânimo, a ansiedade não são bons companheiros. Neste momento, os portugueses estão confundidos com as afirmações dos mais destacados gestores da coisa nacional
O Presidente da República, sem simular optimismo, limita-se a desejar «um ano de 2012 tão bom quanto possível».
Miguel Relvas não hesita afirmar aquilo que realmente parece sentir e diz que 2012 “será um ano extraordinariamente difícil”.
E para complementar estes prognósticos, Passos Coelho sugere a emigração a professores desempregados, o que constitui um recado para os portugueses que não se sintam bem. Se não está bem, mude-se, e como quem emigra é quem tem mais vitalidade, iniciativa e capacidade de lutar pela vida, fica-nos a nuvem negra de imaginar o Portugal de amanhã apenas com indigentes, e viciados na subsidio-dependência, com o problema de deixar de haver quem trabalhe e pague impostos para poderem ser concedidos subsídios.
E os governantes ? De que passarão a viver? Qual passará a ser o seu nível de arrogância e ostentação?
Figo antecipou-se e não esperou pelo conselho de Passos Coelho, pois já tinha dito em entrevista “Quero vender tudo o que tenho em Portugal”.
E os britânicos preparam plano para retirar britânicos de Portugal em caso de bancarrota.
Figo está no seu direito de gerir como achar melhor a sua fortuna pessoal. Os britânicos com o seu plano, mostram um louvável sentido de responsabilidade em defender e proteger os seus concidadãos evitando-lhe danos maiores. Mas os nossos governantes, se é certo que não devem criar falsas esperanças e ilusões também não devem alimentar o desânimo e o derrotismo. E é seu dever criar condições para melhorar a vida dos seus concidadãos que, para isso, os elegeram.
São realmente diagnósticos preocupantes. Com estes vaticínios dos mais altos «responsáveis» pelo País, não se pode esperar nada de bom.
Imagem de arquivo
O regresso de Seguro
Há 42 minutos
4 comentários:
O conselho do citado governante para os portugueses emigrarem (sairem da Pátria) não é mais do que uma declaração pública lamentável de impotência, incapacidade e falta de fé para assegurar o seu futuro e, concomitantemente, o futuro do próprio país. Frases destas desmoralizam os cidadãos e provocam, inevitavelmente sequelas na sociedade já à beira do desespero. Precisamos, urgentemente, mais do que nunca, de estadistas maduros, de estofo e ânimo fortes, com projectos e acções credíveis para salvarem o País e não de imberbes com os cueiros ainda a cheirarem a trampa, passe o plebeísmo, que bem podiam ser eles, sim, a começar a emigrar dando o exemplo, porque não fazem cá falta nenhuma.
Convido-o a ler o post Preparar um futuro melhor, a meditar sobre o que nele se sugere e arrancar com a ideia, o projecto, e suscitar a colaboração de outros patriotas para a «reconstrução» do monumento que queremos seja o Portugal de amanhã.
O momento é de especial gravidade e é preciso unidade de esforços orientados para o mesmo objectivo, havendo que, na escolha dos caminhos, acolher os palpites de todos os portugueses de boa intenção. E há bons sinais dessa colaboração para a escolha das estratégias, vindos do maior partido da oposição. O seu líder tem feito afirmações que constituem achegas valiosas que o Governo não deve deixar de ter em atenção, embora a decisão final caiba ao Governo que é o responsável, ajuramentado, pelo mal e pelo bem que vier a acontecer, em resultado das medidas que aprovar.
Quanto aos sacrifícios a fazer pelos portugueses, é pena que não haja mais equidade. Estão a ser aplicados métodos que pouco diferem dos do feudalismo, do absolutismo ou das ditaduras em que ao povo tudo se tira mas os poderosos continuam impávidos e serenos a usufruir dos habituais benefícios. Os bancos, com publicidades intensivas do género «vá de férias e pague depois», com a intensificação do consumismo, etc. foram os causadores da crise com prejuízo para as classe média e baixa, mas agora são estas as exploradas para que o Governo «recapitalize» os bancos. Pergunto se, antes de haver bancos, a humanidade não vivia.
Em vez de se reconstruir o sistema como fotocópia do original parece que seria bom que o novo edifício fosse diferente do anterior, como fazem os actuais arquitectos nas partes antigas das cidades que não caem na asneira de usar os materiais e as plantas, anteriormente utilizadas nos edifícios que desabaram.
Neste momento é imperioso que se eliminem os erros, os inimigos, do passado e se reconstrua um mundo melhor, de que venham a beneficiar os vindouros. Há bons exemplos na nossa História de nítidos movimentos para melhor.
E esta mudança não pode ser feita por «políticos experientes» porque esses fazem parte do bando que há dezenas de anos tem arrastado Portugal para a lama. A experiência significa vício nas manhas que têm sido nefastas aos interesses nacionais. Precisamos de pessoas com boa formação cívica, moral e fortes conhecimentos e experiência em gestão.
No post Ciclo vicioso da política é referido um artigo que mostra que a troca de pessoas não é suficiente e nada muda. É preciso alterar o regime, tornar a democracia numa solução honesta, válida, sem permitir a corrupção e o enriquecimento ilícito, com uma Justiça rápida e dura, igual para todos, com um sistema de controlo e de supervisão eficaz
Cumprimentos
João
Isto vai piorar, mas um dia tem de rebentar, o que não vai ser bonito de se ver.
Cumps
Embora o momento seja de especial gravidade e seja preciso unidade de esforços orientados para o mesmo objectivo, havendo que, na escolha dos caminhos, acolher os palpites de todos os portugueses de boa intenção, há alguns indícios de colaboração para a escolha das estratégias, vindos do maior partido da oposição. O seu líder tem feito afirmações que constituem achegas valiosas que o Governo não deve deixar de ter em atenção, embora a decisão final caiba ao Governo que é o responsável, ajuramentado, pelo mal e pelo bem que vier a acontecer, em resultado das medidas que aprovar.
Infelizmente os políticos agem como adolescentes deslumbrados que enveredam pela política para enriquecerem rapidamente, sem esforço, e por qualquer meio. Carecem de sensatez, de preparação adequada para a gestão de tão grande nau e para administrarem adequadamente os factores que influenciam a vida das pessoas. Governar é trabalhar para as pessoas e não para fazer estatísticas das areias da costa.
De qualquer forma, apesar do natural optimismo e da noção de que na vida tudo tem altos e baixos, receio muito pela vida futura das crianças mais novas, porque não vejo decisões estratégicas para prevenir o futuro dos portugueses.
Abraço e votos de Boas Festas
João
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