segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Governantes falam …

Um dia um diplomata perguntou ao intérprete o que o seu interlocutor tinha dito, e obteve como resposta: ele ainda só falou. Mas os políticos não se limitam a falar, pois raramente deixam de garantir, só que as suas garantias não têm prazo, não cumprem a lei que regula a duração das garantias industriais e comerciais.

Mas «A verdade existe. Só as mentiras são inventadas», como disse Georges Braque (1982-1963), pintor e escultor francês que fundou o Cubismo juntamente com Pablo Picasso.

O secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, defendeu em 18 de Novembro a redução do número de funcionários do Estado e avançou que o Governo vai preparar uma revisão das tabelas salariais do sector público até ao final de 2012.

Hélder Rosalino afirmou que a medida se insere no âmbito do acordo entre o Governo e atroika – Banco Central Europeu (BCE), Comissão Europeia (CE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

3 dias depois, o Ministério liderado por Vítor Gaspar diz que não haverá alterações; o Governo garante que não vai alterar tabelas salariais da função pública.

Perante estas hesitações ou contradições, quem pode acreditar em quem? Qual a credibilidade das garantias? O que predomina, a infantilidade ou o sentido de Estado? Desprezo pelos cidadãos ou Sentido responsabilidade? Em que governantes podemos acreditar? Afinal quem fala verdade? Vai haver ou não alterações nas tabelas salariais?

Seria bem melhor que estivessem calados e se deixassem de protagonismos. «O calado é o melhor».

Imagem do Google

2 comentários:

Unknown disse...

E porque não sabem fazer mais nada ...botam cá para fora.... palavras ôcoas e são todas seguidas

A. João Soares disse...

Caro Luís Coelho,

Obrigado pela visita e a gentileza do comentário.

Aquilo que diz corresponde à realidade e não surpreende. Basta olharmos para o percurso curricular da maioria dos iluminados que gerem os interesses do País. A realidade torna evidente que na adolescência, os maus alunos, principalmente se forem filhos de gente ligada ao orçamento, vendo-se sem capacidade para enfrentar a competição da vida privada, inscrevem-se numa juventude partidária, habituam-se a aplaudir os oradores de comícios, a agradar aos líderes e, com essas «qualidades», serem escolhidos para assessores, deputados, depois governantes e... por aí acima até «merecerem» um «tacho dourado».

Porém, com tal experiência de aplausos e de subserviência disciplinada, não obtêm capacidade para «avaliar a realidade». Vê-se na eficácia do corpo legislativo que nada melhora, antes pelo contrário, e nos erros sucessivos que geraram a crise que nos aflige e que será resolvida com o esforço daqueles que menos possuem.

Por outro lado, o ensino, de cujas vantagens nunca se aperceberam integralmente, porque os graus académicos foram obtidos depois de fazerem favores e por vezes concedidos ao domingo, que devia merecer as mais altas prioridades porque dele depende o futuro do capital humano de que dispomos, está como se vê transformado em montra de vaidades, ou melhor, de falsas vaidades.

Depois a vontade de se exibirem aos eleitores leva-os a dizer coisas...

Abraço
João