Qualquer português, normalmente atento ao que se passa por cá e lá por fora, não pode ficar indiferente á notícia Milionários norte-americanos pedem: «Aumentem os nossos impostos». Ela refere que «um grupo de 138 milionários norte-americanos enviou uma carta aos líderes do Congresso e ao Presidente dos Estados Unidos pedindo que lhes sejam aumentados os impostos “pelo bem da nação”.» «… os milionários argumentam nesta carta, enviada na quarta-feira, que “em nome da saúde fiscal e do bem-estar dos cidadãos” devem ser aumentados os impostos a todos aqueles que ganham mais de um milhão de dólares por ano. (para ler toda a notícia faça clic no seu título).
Ao mesmo tempo encontramos a notícia em que a Troika quer que empresas também cortem nos salários em 2012. Espantosamente, a Troika, ao contrário dos milionários americanos, pretende que Portugal resolva o problema da crise, gerada por más decisões de governantes sob pressão de grandes empresários e outras espécies de milionários, como os ex-políticos com subvenções vitalícias, não à custa de quem mais tem mas à custa de quem vive do salário do trabalha e que se vê espoliado do pouco que recebe. Ao contrário dos milionários, o trabalhador que com 14 salários recebia pouco mais de 14 mil euros por ano, vê sacados dois salários, no equivalente a 14,2857%.
Já era imoral que um ex-político diga que nada tem que pagar porque recebe apenas 12 subvenções por ano, e um dos mais ricos do País, dizer que é um simples trabalhador. Mas aparecer a Troika como «braço credenciado» da classe capitalista, contra a «equidade fiscal» defendida pelo PR, é caso para dar razão aos que reagiram ao seu aparecimento entre nós. Cortar salários aos trabalhadores e manter ilesos os mais ricos é um escândalo na opinião dos 138 milionários norte-americanos, e na dos portugueses normalmente informados.
Esperamos que os governantes reconsiderem na forma como querem obter dinheiro para pagar a dívida e que, pelo menos, a oposição lhes ensine que há soluções mais legítimas, isto é mais justas, morais, equitativas, socialmente mais sensatas.
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O almirante e o medo
Há 46 minutos
2 comentários:
A troika não passa de um bando de agiotas que apenas está interessada em ganhar o máximo e o mais rápido possível.
Nem os grandes capitalistas já acham graça a este empobrecimento forçado da maioria dos cidadãos, porque assim começam eles a ver a fonte secar.
Cumps
Caro Guardião
Sem dúvida, para pagar as dívidas é preciso dinheiro. Mas deve ir buscar-se onde ele abunda e não aos bolsos onde apenas há poucos cêntimos. Mas os governantes não querem ferir os comparsas do bando, grandes empresários e bancos. A equidade, o equilíbrio, a proporcionalidade e a justiça social são coisas que os nossos sábios economistas e demais governantes desconhecem ou querem ignorar.
Mas à custa de protegerem os mais ricos, aumentam o fosso entre eles e os mais pobres e um dia, o cântaro vai à fonte e parte a asa. Quando a rotura ocorrer, os ricos ficam sem quem trabalhe para eles, os sirva, os abasteça com os produtos de que necessitam. Quem produz tudo são os trabalhadores e, sem eles, nenhuma empresa pode facturar.
Isso está agora a ser bem compreendido pelos milionários americanos, mas entre nós os ricos são, em grande maioria, provincianos deslumbrados que enriqueceram à velocidade da luz, usando dos piores métodos, do ponto de vista ética e social.
Oxalá as suas mentes se iluminem para evitar a catástrofe que já se adivinha.
Um abraço
João
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